sexta-feira, 21 de março de 2014

GOLPES RASTEIROS


Uma pequena elite brasileira foi dona do poder do estado durante mais de quinhentos anos, tempo durante o qual ela usou-o como se ele fosse mais uma de suas propriedades privadas e não como propriedade pública conforme deveria ser.

Através de eleições democráticas, a velha e carcomida classe política perdeu o poder, não conseguiu recuperá-lo e hoje, sentindo-se impotente para ganhar no voto, começa a articular golpes baixos com o claro objetivo de desmoralizar os avanços sociais obtidos nos últimos doze anos. Para tanto, vem encontrando apoio da grande mídia e de boa parte da classe média, também incompreensivelmente inconformada com a visível inclusão social que vem ocorrendo conforme reconhece até mesmo a comunidade internacional.

Raposas velhas que são, aproveitam-se atualmente de grupos mascarados que por inocência ou confusão ideológica acabam se tornando presas fáceis de manipuladores profissionais que os conduzem a praticar atos violentos e muitas vezes contraditórios, mas que acabam criando medo na população que acuada, passa a clamar por segurança pública e manutenção da ordem, e ao final, acaba legitimando qualquer promessa de resolução de todos os problemas com o retorno de uma eventual ditadura militar. Criada a cultura do medo, logo vem o clamor por um estado repressor.

É claro que aqueles medrosos que acham que soluções radicais como esta poderiam solucionar tais problemas, esquecem-se das novas mazelas às quais estariam sujeitos caso viesse ocorrer uma nova ditadura militar. Em primeiro lugar, o povo emudecido de novo, sem chances de sonhar e reivindicar, retornado à condição de mera peça descartável do sistema posto, sem oportunidade de mudar o status quo.

Não mais cidadania, não mais oportunidades de influenciar nos destinos da nação. Apenas a aceitação calada da tirania. 


Jorge André Irion Jobim.

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