Uma pequena elite brasileira foi dona do poder do estado
durante mais de quinhentos anos, tempo durante o qual ela usou-o como se ele
fosse mais uma de suas propriedades privadas e não como propriedade pública
conforme deveria ser.
Através
de eleições democráticas, a velha e carcomida classe política perdeu o poder,
não conseguiu recuperá-lo e hoje, sentindo-se impotente para ganhar no voto,
começa a articular golpes baixos com o claro objetivo de desmoralizar os
avanços sociais obtidos nos últimos doze anos. Para tanto, vem encontrando
apoio da grande mídia e de boa parte da classe média, também
incompreensivelmente inconformada com a visível inclusão social que vem
ocorrendo conforme reconhece até mesmo a comunidade internacional.
Raposas
velhas que são, aproveitam-se atualmente de grupos mascarados que por inocência
ou confusão ideológica acabam se tornando presas fáceis de manipuladores
profissionais que os conduzem a praticar atos violentos e muitas vezes
contraditórios, mas que acabam criando medo na população que acuada, passa a
clamar por segurança pública e manutenção da ordem, e ao final, acaba
legitimando qualquer promessa de resolução de todos os problemas com o retorno
de uma eventual ditadura militar. Criada a cultura do medo, logo vem o clamor
por um estado repressor.
É
claro que aqueles medrosos que acham que soluções radicais como esta poderiam
solucionar tais problemas, esquecem-se das novas mazelas às quais estariam
sujeitos caso viesse ocorrer uma nova ditadura militar. Em primeiro lugar, o
povo emudecido de novo, sem chances de sonhar e reivindicar, retornado à
condição de mera peça descartável do sistema posto, sem oportunidade de mudar o
status quo.
Não
mais cidadania, não mais oportunidades de influenciar nos destinos da nação.
Apenas a aceitação calada da tirania.
Jorge
André Irion Jobim.

Nenhum comentário:
Postar um comentário