Para quem não se lembra, gostaria de resgatar uma parte da história que talvez muito poucos ainda se recordem. Eu morava em Porto Alegre lá perto do Parque da Redenção e lembro que na manhã do dia 25 de fevereiro de 1975, havia se formado uma grande multidão na frente da Faculdade de Direito da UFRGS, em uma das principais vias da cidade, a avenida João Pessoa. É que alguns funcionários da Secretaria Municipal de Obras estavam cortando dezenas de árvores para construir o viaduto Imperatriz Leopoldina e um corajoso estudante de engenharia elétrica, subiu numa Tipuana (Tipuana tipa) para impedir o trabalho das motosserras. O protesto terminou na delegacia de polícia política pois naquela época, impedir o corte de árvores era crime contra a segurança nacional. De qualquer maneira, a árvore está lá até hoje segundo pude constatar em minhas pesquisas.
Pois no domingo à tarde, alertado pelo meu filho, resolvi subir até o centro para constatar “in loco” os tais trabalhos de revitalização da Av. Rio Branco, afinal, escutei o mandatário nº 1 da cidade, diante dos protestos da população, falar irritado nas rádios que se tratava apenas de algumas poucas árvores mortas que estavam sendo retiradas. Comecei a contar as árvores cortadas e quando cheguei na trigésima vítima, tive que parar pois um mal-estar e uma sensação de desgosto e impotência começou a tomar conta de mim. Na verdade, embora eu não seja entendido no assunto, pelo tronco das árvores que foram tombadas, eu deduzi que a maioria delas ainda era bastante jovem.
Pois no domingo à tarde, alertado pelo meu filho, resolvi subir até o centro para constatar “in loco” os tais trabalhos de revitalização da Av. Rio Branco, afinal, escutei o mandatário nº 1 da cidade, diante dos protestos da população, falar irritado nas rádios que se tratava apenas de algumas poucas árvores mortas que estavam sendo retiradas. Comecei a contar as árvores cortadas e quando cheguei na trigésima vítima, tive que parar pois um mal-estar e uma sensação de desgosto e impotência começou a tomar conta de mim. Na verdade, embora eu não seja entendido no assunto, pelo tronco das árvores que foram tombadas, eu deduzi que a maioria delas ainda era bastante jovem.
E por favor senhores políticos. Parem de falar em revitalização pois o radical “vita” que está contido nesta palavra, significa vida e não devastação e morte de tantos seres vivos conforme pude constatar diante daquele quadro desolador.
Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
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