O vídeo é da canção EARTH SONG de MICHAEL JACKSON, censurada nos EUA, justamente o pais que historicamente é considerado o maior poluidor do planeta. Por lá, ele nunca foi lançado, mas é o single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido. Trata-se de uma canção ecológica de 1996, com uma letra fala que de desmatamento, sobre pesca e poluição. Veja aquilo que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson. Filmado na África, Amazônia, Croácia e Nova York.Tem muito a ver com o artigo que escrevi.
A ENCRUZILHADA
Vivemos sob a égide de um modelo econômico capitalista que para sobreviver precisa incentivar o consumismo de forma exacerbada, já que seu objetivo básico é a busca de lucros a qualquer custo. Seduzidas com as técnicas contidas em propaganda e publicidade, muitas vezes de moralidade duvidosa, mas de uma eficiência indiscutível, as pessoas respondem com presteza aos apelos do consumo e jogam-se na loucura de viver para consumir, ao invés de faze-lo apenas para viver, adentrando em um processo de completa alienação.
Por outro lado, temos a natureza praticamente exaurida. A matéria prima, outrora abundante e aparentemente inesgotável, já escasseia, eis que em sua maior parte, foi transformada em sucata sem serventia que é jogada de volta no meio-ambiente, causando-lhe males irreversíveis. Cada vez mais, assistimos o planeta terra se tornar um lugar inóspito para a vida de qualquer ser vivo, um tipo de lixeira gigantesca. Temos a oportunidade de nos depararmos diariamente com notícias da extinção de várias espécies. Inicialmente estão sendo varridas da face da terra, as mais frágeis fisicamente ou aquelas que necessitam de territórios selvagens maiores para sua sobrevivência, porém, a nossa vez já está se aproximando.
Diante de tais fatos, é fácil constatarmos que se a espécie humana quiser continuar habitando o planeta, inexoravelmente o consumo deverá diminuir, restringindo-se apenas ao necessário para a vida das populações, coisa que quando vier a ocorrer, quebrará a lógica do lucro que move o sistema capitalista. Atingido no ponto que pode ser considerado o seu calcanhar-de-aquiles, ele está fadado a sucumbir sem qualquer possibilidade de sobrevida. Cada vez mais, o capitalismo tem se mostrado socioambientalmente insustentável e dá mostras de que seus valores culturais e morais predominantes como o individualismo em detrimento da solidariedade, a competição ao invés de cooperação e a valorização do ter em detrimento do ser, precisam ser urgentemente repensados sob pena de não termos mais perspectivas de futuro.
Existem aqueles que, diante da situação de iminência do fracasso do modelo capitalista, propugnam pelo retorno às idéias do socialismo, única doutrina capaz de nos libertar da dominação capitalista, reduzindo desigualdades sociais e colocando o poder político nas mãos do proletariado. Acredito que aquele modelo de socialismo que já se tentou implantar em nossa história recente, talvez não seja a solução, a não ser que consigamos expurgar alguns efeitos colaterais que foram desastrosos e determinantes para sua quase completa eliminação, entre eles, perseguições políticas e restrições à liberdade de expressão e crença. Alguns teóricos já falam em um neossocialismo, que concilie a proposta marxista com os anseios ambientais, democráticos, espirituais suprarreligiosos, pacifistas etc.
Eu, de minha parte, acredito que, na busca de um caminho intermediário, está na hora de revisitarmos antigas doutrinas como aquela fundada no século III a.C. por Zenão de Cítio, criador do estoicismo, filosofia que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino e de cuja ética podemos extrair que a felicidade está em viver segundo os princípios da natureza. Partindo da observação dos seres vivos, ela nos mostra que todos tendem a auto-conservação; evitando o que é contrário à sua sobrevivência e assimilando o favorável à sua conservação. Segundo ela, viver uma vida ética para o homem é um viver conciliado com a natureza. Sendo a razão aquilo por meio do que o homem torna-se livre e feliz, o homem sábio não apreende o seu verdadeiro bem nos objetos externos, mas bem usando estes objetos através de uma sabedoria pela qual não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
Seja como for, de uma coisa não podemos fugir: qualquer que seja o caminho a ser trilhado, de início, devemos conciliar a atividade econômica com a integridade do meio ambiente, eliminando empreendimentos que se baseiam na extração predatória de recursos naturais. Também deve ser incentivado o consumo apenas do estritamente necessário para a nossa sobrevivência em harmonia com os demais elementos da natureza, com a completa eliminação das coisas supérfluas. Acredito que a observância desses dois itens é “conditio sine qua non” para não sermos varridos do universo de maneira bastante dolorosa em um futuro não tão distante como se possa imaginar.
Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
Por outro lado, temos a natureza praticamente exaurida. A matéria prima, outrora abundante e aparentemente inesgotável, já escasseia, eis que em sua maior parte, foi transformada em sucata sem serventia que é jogada de volta no meio-ambiente, causando-lhe males irreversíveis. Cada vez mais, assistimos o planeta terra se tornar um lugar inóspito para a vida de qualquer ser vivo, um tipo de lixeira gigantesca. Temos a oportunidade de nos depararmos diariamente com notícias da extinção de várias espécies. Inicialmente estão sendo varridas da face da terra, as mais frágeis fisicamente ou aquelas que necessitam de territórios selvagens maiores para sua sobrevivência, porém, a nossa vez já está se aproximando.
Diante de tais fatos, é fácil constatarmos que se a espécie humana quiser continuar habitando o planeta, inexoravelmente o consumo deverá diminuir, restringindo-se apenas ao necessário para a vida das populações, coisa que quando vier a ocorrer, quebrará a lógica do lucro que move o sistema capitalista. Atingido no ponto que pode ser considerado o seu calcanhar-de-aquiles, ele está fadado a sucumbir sem qualquer possibilidade de sobrevida. Cada vez mais, o capitalismo tem se mostrado socioambientalmente insustentável e dá mostras de que seus valores culturais e morais predominantes como o individualismo em detrimento da solidariedade, a competição ao invés de cooperação e a valorização do ter em detrimento do ser, precisam ser urgentemente repensados sob pena de não termos mais perspectivas de futuro.
Existem aqueles que, diante da situação de iminência do fracasso do modelo capitalista, propugnam pelo retorno às idéias do socialismo, única doutrina capaz de nos libertar da dominação capitalista, reduzindo desigualdades sociais e colocando o poder político nas mãos do proletariado. Acredito que aquele modelo de socialismo que já se tentou implantar em nossa história recente, talvez não seja a solução, a não ser que consigamos expurgar alguns efeitos colaterais que foram desastrosos e determinantes para sua quase completa eliminação, entre eles, perseguições políticas e restrições à liberdade de expressão e crença. Alguns teóricos já falam em um neossocialismo, que concilie a proposta marxista com os anseios ambientais, democráticos, espirituais suprarreligiosos, pacifistas etc.
Eu, de minha parte, acredito que, na busca de um caminho intermediário, está na hora de revisitarmos antigas doutrinas como aquela fundada no século III a.C. por Zenão de Cítio, criador do estoicismo, filosofia que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino e de cuja ética podemos extrair que a felicidade está em viver segundo os princípios da natureza. Partindo da observação dos seres vivos, ela nos mostra que todos tendem a auto-conservação; evitando o que é contrário à sua sobrevivência e assimilando o favorável à sua conservação. Segundo ela, viver uma vida ética para o homem é um viver conciliado com a natureza. Sendo a razão aquilo por meio do que o homem torna-se livre e feliz, o homem sábio não apreende o seu verdadeiro bem nos objetos externos, mas bem usando estes objetos através de uma sabedoria pela qual não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
Seja como for, de uma coisa não podemos fugir: qualquer que seja o caminho a ser trilhado, de início, devemos conciliar a atividade econômica com a integridade do meio ambiente, eliminando empreendimentos que se baseiam na extração predatória de recursos naturais. Também deve ser incentivado o consumo apenas do estritamente necessário para a nossa sobrevivência em harmonia com os demais elementos da natureza, com a completa eliminação das coisas supérfluas. Acredito que a observância desses dois itens é “conditio sine qua non” para não sermos varridos do universo de maneira bastante dolorosa em um futuro não tão distante como se possa imaginar.
Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
Publicado de forma resumida no jornal A Razão de Santa Maria, RS, no dia o3 de Dezembro de 2.009
http://www.scribd.com/doc/23568660/031209
http://www.scribd.com/doc/23568660/031209
Publicado no jornal Diário de Santa Maria, no dia 12 de Fevereiro de 2.010
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