Que
a mídia está com um olho no peixe e, outro, no gato, em relação a Moro e
Bolsonaro, disso não há dúvida.
O
fim da Lava Jato e a saída de Moro do ministério da Justiça e Segurança Pública
não rompeu o pacto de sangue entre os barões da comunicação e o ex-juiz de
Curitiba. Afinal, Moro cumpriu o prometido, entregou a cabeça de Lula na
bandeja, cometendo todos os ilícitos possíveis para não permitir que o PT
voltasse ao poder, principalmente tendo Lula novamente como presidente da
República.
O
projeto neoliberal dos tucanos, derrotado quatro vezes seguidas nas urnas, foi
imposto por Temer no golpe contra Dilma e Bolsonaro não fez qualquer gesto que
não fosse o de avisar que Paulo Guedes daria continuidade ao que foi reiniciado
por Temer.
Assim,
Moro que, certamente, já prometeu aos donos do dinheiro grosso que seguirá
trilhando pelo mesmo caminho antipovo dos neoliberais nativos, é colocado nesse
furdunço do lado oposto de Bolsonaro.
Na
verdade, Moro no governo, foi um serviçal obediente a Bolsonaro e usou a PF, do
primeiro ao último dia como ministro, com Valeixo com tudo para proteger o clã
Bolsonaro. Daí a espinafrada merecida que Moro tomou do deputado do Psol,
Glauber Braga que o chamou de juiz corrupto e ladrão e capanga da milícia,
justamente por incorporar em seu jogo o controle da Polícia Federal e, a partir
disso, como uma polícia pretoriana, usá-la para blindar o clã e seus comparsas,
Queiroz, a família do miliciano, empregada no gabinete do Flávio, a prensa no
porteiro para mudar a versão e o desinteresse em se aprofundar em qualquer
coisa que desaguasse em evidência de crime que envolvesse a família Bolsonaro.
Isso
dito, fica claro que a mídia segue mais do que nunca antipetista, tanto que faz
um jogo rasteiro e até previsível, para não dizer infantil, querendo pinçar uma
frase de Lula dentro de um contexto amplo, mas justamente o que incomoda a
mídia, que é a crítica ao neoliberalismo, já que a mídia brasileira se
transformou num panfleto dos bancos e tenta associar Bolsonaro a Lula, como se
ela não tivesse se estrebuchado para colocar o genocida no poder, como se
pudesse colocar uma focinheira no monstro e docilizá-lo.
O
que se vê é a mídia passando recibo de principal responsável pela ascensão de
Bolsonaro, levando-o à presidência da República e promovendo essa carnificina
contra o povo e o ataque às instituições que, hoje, o baronato midiático tanto
critica.
Como
sempre, falta inspiração para essa mídia de banqueiros, sempre muito preocupada
em agradar os patrocinadores, acaba por denegrir quem pensa e age de forma
inversa ao sistema financeiro predador e escorrega na própria casca de banana
que jogou no chão, mostrando que o gabinete do ódio tem a quem puxar.
*Carlos
Henrique Machado Freitas

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