O
advogado Pedro Serrano conversou com a TV 247 sobre a Vaza Jato e a suposta
ilicitude das provas. O professor deixou claro que os diálogos, caso ilícitos,
não podem condenar ninguém, mas têm o poder de absolver réus. "Uma prova
obtida de forma ilícita não pode condenar ninguém, mas é óbvio que ela pode ser
usada para beneficiar réus". Organizador do evento, Serrano ainda comentou
sobre o Direitos Já, encontro que reuniu integrantes de 16 partidos.
247
- O professor de Direito e advogado Pedro Serrano esteve na TV 247 e defendeu a
reunião do movimento Direitos Já, realizado no Teatro TUCA nesta semana, além
de ter analisado a mudança de cenário em relação à imagem da Lava Jato após os
vazamentos do site The Intercept.
Segundo
Serrano, o encontro que reuniu
integrantes de 16 partidos tinha como mote a defesa dos direitos dos
brasileiros, atualmente ameaçados. E explicou que a bandeira 'Lula livre' não
era uma das principais porque não uniu o conjunto do grupo. No entanto, segundo
ele, todos que compareceram estavam livres para fazer seus discursos e levar
suas próprias bandeiras.
"Temos
que manter diálogo com os setores médios da população, isso certamente vai
beneficiar o Lula, ele vai ser o primeiro beneficiado porque ele é simbólico.
Se eu chegar primeiro com o discurso de Lula livre, com todo o preconceito que
a imprensa criou em relação a isso, eu espanto as pessoas em vez de conseguir
convencê-las, e eu preciso convencê-las".
"Eu
não vi gente de direita, vi uma classe média progressista. Vários setores que
eu não via se reunir há muito tempo. Quem não foi deveria repensar e levar suas
bandeiras", defendeu ainda.
A
respeito da Vaza Jato, Pedro Serrano observou que há uma mudança de clima em
relação à operação que por muito tempo foi vista como a grande combatente da
corrupção, mas que agora muitos observam, inclusive no meio jurídico, que não é
possível combater a corrupção com mais corrupção e ferindo direitos
fundamentais.
Os
vazamentos, segundo ele, têm "poder absoluto" na transformação dessa
imagem. "Ninguém questiona mais se eles são verdadeiros. Eles são".
O
professor explica ainda que a ilicitude do vazamento, tese que ainda é usada
pelos procuradores e outros operadores do Direito, deixa de existir quando o
objetivo é para beneficiar terceiros.
"A
ilicitude de provas na forma de obtenção não deve servir para condenar ninguém.
Então, por exemplo, nenhum daqueles envolvidos nos diálogos, mesmo que
estivessem eventualmente caracterizado algum ilícito, não poderia ser utilizado
para condenar ninguém. Uma prova obtida de forma ilícita não pode condenar
ninguém, mas é óbvio que ela pode ser usada para beneficiar réus".
"Está
comprovado materialmente que o Lula não teve julgamento. Vai se ignorar
isso?", questiona.
Nenhum comentário:
Postar um comentário