Membros
da comunidade jurídica se reuniram na noite desta sexta-feira (3/5) em um jantar
em homenagem ao Supremo Tribunal Federal, em São Paulo, organizado por
lideranças da advocacia. A ideia do evento foi demonstrar apoio aos ministros
do tribunal, que vêm sendo atacados por meio de disseminação de notícias
fraudulentas.
Dias
Toffoli afirmou que não se pode deixar o medo e o ódio tomarem conta da
sociedade, pois esses são os primeiros passos para a ascensão do fascismo
Ao
falar sobre os ataques sofridos pelo Supremo por meio de mentiras na internet,
o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, afirmou que não se pode deixar o
medo e o ódio tomarem conta da sociedade, pois esses são os primeiros passos
para a ascensão do fascismo. "O medo escraviza", disse. "Às
vezes, é preciso proteger as instituições delas mesmas", acrescentou.
Toffoli
também foi claro e direto ao dar um recado aos procuradores da "lava
jato" que tentaram criar um fundo com dinheiro da Petrobras: "Não se
pode criar recursos para si próprio nem se apropriar de algo que é da União.
Isto tem até nome no Código Penal, mas não vou dizer o tipo".
Além
de Toffoli, estiveram presentes o ministro Gilmar Mendes; o presidente nacional
da OAB, Felipe Santa Cruz; o presidente da Associação dos Juízes Federais,
Fernando Mendes; o corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins; o ministro
Luis Felipe Salomão; notáveis do Direito, como Ives Gandra Martins, Misabel
Derzi, Tércio Sampaio Ferraz; e cerca de 200 advogados, juízes,
desembargadores, empresários, jornalistas e representantes da sociedade, como o
médico Raul Cutait.
Defesa
do Supremo
Mestre
de cerimônias do evento, o jurista Lenio Streck fez enfática defesa do STF.
Ressaltou diversas críticas que ele e outros tem à corte (questão da presunção
de inocência, presos provisórios, restrição do Habeas Corpus, juízos morais com
base na voz das ruas), mas que a corte exerce papel fundamental e deve ser
protegida.
"Acima
das nossas críticas ao Supremo está nosso brio de juristas democráticos. Não
passamos 20 anos construindo a democracia para nos entregar para grupos e
grupelhos, institucionalizados ou não, que querem fragilizar e quiçá aniquilar
a Suprema Corte e a democracia. Respondemos os detratores da Suprema Corte que
os primeiros que tentarem atentar contra a corte enfrentarão nosso brio.
Usaremos as canetas como armas para escrever novos, novos e novos manifestos em
defesa do Supremo. Vida longa ao Supremo", disse Lenio.
Ódio
como arma
Também
falou no evento o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz. Ele
saiu em defesa do STF e se posicionou contra a campanha difamatória de grupos
corporativistas contra o tribunal.
"Não
tememos quem quer nos calar com ódio. Quem conheceu os porões da ditadura não
se assusta com milícias de internet dedicadas a espalhar mentiras", disse.
Felipe
Santa Cruz fala por conhecimento próprio: seu pai foi sequestrado por agentes
da ditadura em 1974 e nunca mais foi visto.
Remédio
contra abusos
O
criminalista Alberto Zacharias Toron destacou a ação do STF em episódios
recentes para corrigir e evitar abusos contra a presunção de inocência, o
direito de defesa e a sanha punitiva e acusatória.
"Foi
o STF que por meio da Súmula 14 interrompeu a forma policialesca de investigar
que vinha sendo feita, na qual advogados era impedidos de acessar os autos e
deu um basta a conduções coercitivas sem intimação prévia, para que
investigados fossem pegos de surpresa e fossem interrogados sem a presença de
advogados", disse Toron.
A
advocacia também foi representada pelo criminalista Michel Saliba, que esteve
no jantar em nome da Associação Brasileira de Criminalistas (Abracrim).
Advogado
na presidência
O
professor emérito e jurista Ives Gandra Martins ressaltou que o direito de
defesa é o mais importante dos direitos na democracia e exaltou o fato de serem
defendidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
"Passamos
a ter alguém na presidência do STF, alguém que definiu de forma clara e
magnífica o que é a harmonia entre os três Poderes. É um presidente que sabe o valor que o
direito de defesa tem. Nós, advogados formados na década de 1950, defendemos o
STF e a garantia da democracia no Brasil", afirmou Ives.
Tentativa
de desinstitucionalização
A
tributarista Misabel Abreu Machado Derzi afirmou que dissenso não significa
crise e que as cortes são justamente o local para os debates. "Os ataques
ao STF tentam desinstitucionalizar a corte. E sua institucionalização é
fundamental para a democracia", disse.
Para
o advogado Marco Aurélio de Carvalho, a presença de todas as entidades
representativas da advocacia, do Judiciário e da sociedade civil no evento
reforça a importância do Supremo para a democracia do nosso país. "São
entidades que guardam entre si significativas diferenças ideológicas, mas que
nos une, em afinidade de princípios e propósitos. Uma união que é muito maior
do que o que nos diferencia", afirmou.
Veja a lista dos presentes:
Judiciário
Dias
Toffoli (STF/CNJ)
Gilmar
Mendes (STF)
Luís
Felipe Salomão (ministro STJ)
Paulo
Sérgio Domingues (TRF-3)
Fábio
Prieto de Souza (TRF-3)
José
Marcos Lunardelli (TRF-3)
Alfredo
Attié (TJ-SP)
CNJ
Humberto
Martins (corregedor nacional)
Henrique
Ávila
Arnaldo
Hossepian
Fernando
Matos
Entidades
Felipe
Santa Cruz (OAB) (orador)
Fernando
Mendes (Ajufe)
Luiz
Viana Queiroz (OAB)
Carlos
José dos Santos, Cajé (presidente do Cesa)
Cláudio
Marçal Freire (presidente da Anoreg/BR)
Floriano
Marques (São Francisco/USP)
Felipe
Sarmento (diretor da OAB)
Guilherme
Batochio (OAB)
Gustavo
Badaró (OAB)
Luciano
Bandeira (OAB-RJ)
Fabio
Tofic Simantob (IDDD)
Advocacia
Ives
Gandra Martins (orador)
Luís
Inácio Adams
Misabel
de Abreu Machado Derzi (oradora)
Nelson
Jobim
Tércio
Sampaio Ferraz
Lenio
Streck
Luís
Flávio Borges D’Urso
André
Ramos Tavares
Defensoria
Davi
Dephine (defensor público-geral de São Paulo)
Pedro
Carriello (Defensoria de Brasília)
Rafael
Barbosa (defensor público-geral do Amazonas)
Comunidade
jurídica
Adriano
Ribeiro
Adriano
Salles Vanni
Aílton
Soares de Oliveira
Alamiro
Velludo
Alberto
Zacharias Toron (orador)
Alessandro
Cristo
Alexandre
Moura
Alexandre
Secco
Alexandre
Veronese
Ana
Amélia Camargos
Ana
Maria Bergamo
Anderson
Bonfim
Anderson
Pomini
André
Guilherme Vieira (Valor)
André
Mendes Moreira
Andrei
Guimarães
Andrey
Cavalcante
Ângela
Gandra Martins
Antônio
Carlos de Castro, Kakay
Antonio
Pedro Melchior
Augusto
de Arruda Botelho
Aury
Lopes Jr
Belisário
dos Santos Jr.
Beto
Vasconcelos
Bruno
Salles Ribeiro
Caio
Leonardo
Caio
Manhas
Carlos
Eduardo Gonçalves Ferreira da Silva
Carlos
Renato Ferreira
Carlos
Teixeira Leite
Carmine
De Siervi
Carolina
Lauris Massad Pincelli
Celso
Mori
Celso
Vilardi
Ciro
Soares
Conrado
Gontijo
Daniel
Bialski
Daniela
Muradas (AAJ)
Danyelle
Galvão
Davi
Tangerino
Dora
Cavalcanti (IDDD)
Edson
Rogatti (CMB)
Eduardo
Carnelós
Eduardo
Martins
Eduardo
Pugliese (IBET)
Emir
Calluf
Estela
Aranha (Abracrim)
Eurico
de Santi
Fabiana
Pinheiro Freme Ferreira
Fabiano
Silva
Fabio
Gaspar (Presidente do Sasp)
Fábio
Mariz
Fernanda
Hesketh
Fernando
Fernandes
Fernando
Neisser
Flauzilino
Araújo dos Santos (Arisp)
Flávia
Rahal
Gabriel
Sampaio
Gabriela
Araújo (OAB-SP)
Giorgio
Tomelin
Gisela
Barros (presidente da Anoreg/SP)
Guilherme
Carnelós
Guilherme
Lobo Marchioni
Gustavo
Guedes
Gustavo
Neves Forte
Gustavo
Ribeiro (Amil)
Heitor
Cornacchioni
Helena
Lobo da Costa
Hélio
Silveira
Hugo
Leonardo
Inaldo
Sampaio Ferraz
Isaac
Sidney Menezes
Joel
Thomas Bastos
José
Carlos Alves (IEPTB)
José
F. Siqueira (Mackenzie)
José
Luís de Oliveira Lima
Juliana
Serrano
Juliana
Teixeira Ferreira
Juliano
Breda (OAB)
Juliano
Rebelo Marques
Karine
Maria Famer (Arpen)
Karina
Kufa
Leandro
Sarcedo (OAB-SP)
Leonardo
Isaac Yarochewsky
Leonardo
Massud
Luciana
Müller
Luciana
Nepomuceno (OAB-MG)
Luciano
Godoy
Luís
Andre Azevedo Negrelli
Luis
Carlos Moro (Abrat)
Luís
Guilherme Vieira
Luiz
Paulo Pinho (Jusbrasil)
Luiz
Tarcisio Teixeira Ferreira
Magda
Bivaschi (desembargadora)
Maíra
Fernandes (IBCCRIM)
Marcela
Ortiz
Marcela
Rocha
Marcella
Cherubini
Marcelo
Leonardo
Marcelo
Vieira Campos
Márcio
Pollet
Marco
Aurélio de Carvalho (PUC)
Marcos
Joaquim Gonçalves Alves
Marcus
Vinícius Furtado Coêlho
Marcus
Vinicius Vita Ferreira
Margarete
Pedroso
Mariana
Lopes da Cruz
Marina
Pinhão Coelho (OAB-SP)
Mauro
Menezes
Mauro
Pedroso
Maxwell
Borges Vieira
Michel
Saliba (Abracrim)
Miguel
Matos (Migalhas)
Miguel
Pereira Neto (IASP)
Milena
Guerreiro (Arpen/SP)
Ney
Strozake (ABJD)
Patricia
Rios
Paula
Sion
Pierpaolo
Bottini
Rafael
Favetti
Rafael
Furlanetti (XP Investimentos)
Raphael
Marcelino
Raquel
Preto (OAB-SP)
Ricardo
Toledo (OAB-SP)
Ritienne
Podval
Roberto
Podval
Robson
Maia Lins
Rodrigo
Dall’Acqua
Rodrigo
Haidar
Rodrigo
Pacheco (Defensoria Pública do RJ)
Rosane
Rosolen de Azevedo Ribeiro
Rubens
Serra
Ruy
Nogueira
Sérgio
Jacomino (presidente do Irib)
Sérgio
Rosenthal
Sidi
Riedil Figueiredo
Silvio
Almeida (juiz)
Sônia
Sampaio Ferraz
Thiago
Anastácio
Ubiratan
Guimarães
Valdir
Moyses Simão (ex-CGU)
Victor
Marques
Victor
Rufino
Walfrido
Warde
https://www.conjur.com.br/2019-mai-04/fundo-mpf-petrobras-nome-codigo-penal-toffoli
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