A
perseguição insana desencadeada pela polícia federal, o ministério público e o
poder judiciário em relação ao Lula, na realidade configura o denominado "raciocínio
fingido", expressão cunhada por Suzan Haack e que representa uma forma de
cinismo. Na verdade seus perseguidores não estão interessados em descobrir as
coisas como elas são, não buscam a decantada verdade real conforme exige a
doutrina penal. O que eles procuram é um suporte para uma proposição
previamente elaborada com a qual eles já estão comprometidos (condenação de
Lula) e em relação à qual eles não estão dispostos a negociar.
E
se não obtiverem um suporte fático probatório convincente, coisa que até o
presente momento não conseguiram, eles se contentarão com meras ilações e
convicções, às quais eles tentarão dar consistência condenatória criando novas
e mirabolantes teorias e construções retóricas, ou fazendo distorções
interpretativas de velhas teorias já existentes (como já fizeram com a Teoria
do Domínio do Fato). Afinal, para que serve o tal de "notável saber
jurídico"?
Enfim,
o sistema já decidiu que Lula deve ser condenado, a sentença condenatória já
está pronta e o exercício do contraditório e da ampla defesa por parte dele irá
configurar tão somente um teatro inócuo para preencher as formalidades
processuais e dar ares de obediência ao devido processo legal (conforme já
ocorreu com José Dirceu e José Genoino).
Tudo
com um só objetivo: alijarem Lula das próximas eleições presidenciais. Se não o
prenderem, o que seria uma temeridade, no mínimo, irão cassar seus direitos
políticos.
Seu
crime? Foi ter mostrado às camadas mais pobres que elas têm possibilidades de
ascenderem socialmente e isto é imperdoável para as nossas elites.
E
o povo que foi beneficiado? Vai assistir passivamente a toda esta manobra de
destruição de seus avanços sociais?
Jorge
André Irion Jobim
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