Ainda
que grande parte da imprensa brasileira tente minimizar ou até mesmo esconder a
enorme repercussão internacional causada pela prisão política de Lula, a cada
dia mais e mais líderes internacionais se juntam ao coro dos que clamam por sua
libertação. Nesta quinta-feira (13), foi a vez do ex-primeiro-ministro italiano
Massimo D’Alema e do ex-governador do Distrito Federal do México Cuauhtémoc
Cárdenas visitarem em Curitiba aquele que chamam de “o maior presidente que o
Brasil já teve”.
Mais
do que prestar solidariedade a Lula, ambos também vieram ao País com a missão
de deixar claro que, a exemplo do que pensa a maior parte do povo brasileiro, a
condenação que culminou em sua prisão política no dia 7 de abril é uma
aberração jurídica. Ou, nas palavras de D’Alema, “uma monstruosidade”.
“Esta
é a opinião de grande parte do pensamento jurídico europeu. A repercussão na
Europa não atingiu a imagem o ex-presidente. Pelo contrário. Grande parte dos
juristas europeus examinou o processo e constatou que a condenação foi
determinada sem a garantia dos direitos do acusado. E ainda sem nenhuma prova”,
critica.
Para
Cárdenas, que também sofreu com a perseguição jurídica e política no México, é
impressionante ver Lula com a disposição intacta para manter a resistência
mesmo do cárcere. “Lula está com o mesmo espírito combativo de sempre. Isso nos
fez sair de lá com grande otimismo, ainda que a situação que se encontre no
momento seja de extrema injustiça”, afirma.
O
ex-governador do DF mexicano também aproveitou para deixar recado a todos os
brasileiros e brasileiras que torcem para que a Justiça seja feita: “Temos
confiança que a luta que acontece a partir daqui e que se propaga para todo o
Brasil brasileiro culminará no reconhecimento da vontade do próprio povo, que é
ver Lula livre”.
D’Alema
tem opinião semelhante. “Eu encontrei Lula muitas vezes na minha vida e jamais
imaginei encontrá-lo como prisioneiro político. Mas eu o encontrei hoje aqui
como o encontrei há alguns anos no planalto como presidente: o mesmo espírito,
a mesma coragem, a mesma visão e a mesma vontade de servir ao povo brasileiro”,
reitera.
O
ex-primeiro ministro italiano também acredita que Lula ainda seguirá como uma
das mais importantes lideranças políticas da história da democracia na América
Latina. Apesar da injustiça que sofreu é um homem sereno que continuará a ser
muito precioso para o País. Tudo isso depois de ter sido o maior presidente que
o país já teve. Isso explica a enorme solidariedade que todos têm por ele em
várias partes do mundo, inclusive por pessoas que não são necessariamente de
esquerda”, conclui.
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