A
atual situação de desabastecimento de combustíveis é apenas a face mais
evidente da pior crise econômica, social e política da História do Brasil.
Assiste-se,
em nosso país, a uma avassaladora devastação social e econômica, que afeta,
sobretudo, os mais pobres. O desemprego aumenta em níveis insustentáveis, a
pobreza volta a se espalhar pelo Brasil, a subnutrição golpeia de novo as
nossas crianças e o país volta a entrar no vergonhoso Mapa da Fome.
A
prometida retomada econômica não veio e a economia brasileira passa da recessão
à depressão prolongada. O resultado do último trimestre (0,4), puxado apenas
pela agricultura, foi decepcionante. O próximo trimestre deverá ser negativo em
cerca de 0,5% ou mais, em razão do caos criado pela política de preços dos
combustíveis da Petrobras, concebida para gerar lucros para acionistas
estrangeiros e prejuízos para o país. Neste ano, com a incerteza política das
eleições e o caos criado pelo golpe, o PIB deverá ficar na casa de 1%, se não
cair a zero. Dois ou três por cento era delírio dos golpistas.
O
patrimônio público volta ser vendido a preços aviltados e a soberania nacional
é vilipendiada por uma política externa subserviente aos interesses de grandes
potências.
Nunca
o Brasil caiu tão baixo.
Completando
o quadro de desastre, temos um governo notoriamente corrupto, impopular,
ilegítimo e totalmente incapaz de dar respostas minimamente adequadas aos
desafios postos.
Isso
ficou evidente na justa greve dos caminhoneiros. Em vez de atacar a causa do
problema, a política de preços volátil e irracional da Petrobras, construída
para beneficiar acionistas estrangeiros, o governo preferiu subsidiá-la à custa
do corte de impostos que beneficiam os brasileiros mais pobres.
Trata-se
de um governo que governa única e exclusivamente para os mais ricos. A questão
do aumento dos preços dos combustíveis nunca teve nada a ver com tributos e,
portanto, não será solucionada por corte de tributos. A questão diz respeito
exclusivamente às taxas de lucros estratosféricas da Petrobras privatista de
Pedro Parente, as quais, segundo alguns cálculos, chegam a até 150%. A empresa
mantém uma política de preços volátil, atrelada ao dólar, com o intuito de
remunerar os acionistas da Bolsa Nova Iorque. Ao mesmo tempo, diminui a nossa
capacidade de refino em 25% para estimular as importações de combustíveis dos
EUA e a venda das refinarias da Petrobras.
A
política antinacional e antissocial da atual gestão da Petrobras, que sacrifica
o país, os pobres e a soberania nacional, é a quintessência do golpe, que
retirou o governo do povo e jogou o Brasil no leito de Procusto do grande
capital. E é essa política do golpe, precedida pelo golpismo que inviabilizou o
segundo governo de Dilma Rousseff, que jogou o país no caos e na crise.
Essa
crise profunda e extensa tem sua origem na ruptura com a soberania popular e
com o pacto democrático estabelecido pela Constituição de 1988. O golpe de 2016
devastou as instituições democráticas e o sistema de representação e permitiu
que o país fosse totalmente capturado pelos interesses do grande capital
financeiro, especialmente do grande capital internacional.
Desse
modo, foi imposta ao povo brasileiro a agenda derrotada nas urnas, a qual visa,
propositalmente, destruir direitos trabalhistas e previdenciários, erodir o
Estado de Bem-Estar, aumentar a desigualdade, a pobreza e o desemprego, como
fórmula macabra para restituir e ampliar margens de lucro. A democracia
brasileira foi sequestrada pelo mercado, representado politicamente pela turma
da sangria. Essa é a tragédia do Brasil. Com tal agenda, o país não tem
presente nem futuro. Só a regressão a um passado sombrio.
Sem
completar a implantação dessa agenda extremamente regressiva e impopular, o
golpe perde a sua razão de ser. Por isso, consideram necessário manter preso o
maior líder popular da história brasileira. Pela mesma razão, já surgem, ante a
inexistência de um candidato viável que dê sustentação política à agenda do
golpe, especulações sobre a implantação do impopular parlamentarismo,
incitações à intervenção militar e outras iniciativas que visam golpear ainda
mais a combalida democracia do Brasil.
O
Brasil não sairá da crise com menos democracia e com novas manobras golpistas,
que tentam se aproveitar do caos criado pelo próprio golpe. O Brasil só sairá
dessa profunda crise com o pleno restabelecimento da soberania popular e da
democracia. O Brasil somente se libertará do sequestro imposto pelo golpe com
mais democracia. Somente eleições livres com a participação de Lula poderão
devolver a paz e a ordem ao Brasil e constituir um governo com legitimidade
suficiente para retirar a nação da crise.
Ninguém
mais aguenta essa agenda de regressão, de crueldade social, de afronta à
soberania nacional, de caos e de escárnio contra o povo.
O
país precisa sair das garras do grande capital e das amarras dos interesses
estrangeiros e ser devolvido a quem de direito: o povo brasileiro. Libertar
Lula é libertar o Brasil.
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