O
Globo perpetrou um editorial canalha sobre o documento da CIA confirmando que
Geisel controlava a política de extermínio de seu governo.
“Para
as gerações mais novas, fica o ensinamento de como funciona um verdadeiro
regime de exceção, instalado a partir de um golpe real, como foi o de 64,
impondo uma ditadura radicalizada em 13 de dezembro de 1968, com a edição do
Ato Institucional nº 5, o AI-5”, diz o texto.
“É
oportuno este tema, resgatado pela descoberta do memorando, devido à facilidade
e ligeireza com que se acusa a cassação de Dilma Rousseff de ‘golpe’ e se
afirma viver o país um ciclo de ilegalidades, a principal delas a prisão do
ex-presidente Lula. Credite-se esses desatinos à paixão política e ideológica,
mas também à falta de informação histórica”.
Segue:
Revisitar
aqueles tempos de escuridão ensina que nada existe no Brasil, a partir da
Constituição de 88, que permita ao Estado sequestrar, executar cidadãos e
cercear as liberdades em geral. Há imperfeições, é certo, mas as instituições
funcionam, e o estado democrático de direito vigora.
É
crucial ter consciência das diferenças em relação àquele passado, também para a
sociedade poder rejeitar qualquer proposta autoritária que venha da direita ou
da esquerda.
Golpe,
portanto, só existe se houver torturas, “desaparecimentos” e soldados. Quando
há juízes e jucás como protagonistas, é parte das regras do jogo.
A
Globo usa um golpe que promoveu e que agora finge repudiar para afirmar que o
outro golpe que promoveu não existiu.
Nem
uma palavra acerca de seu papel na história.
Sem
Roberto Marinho, a ditadura não teria durado 21 anos. A Globo deu sustentação,
apoio, fez propaganda do Brasil Grande com Amaral Netto.
A
TV nasceu em 1965 e cresceu à sombra dos generais. Armando Falcão, ex-ministro
da Justiça, se referia a Roberto Marinho como o “mais fiel e constante aliado”.
Em
relatórios do Departamento de Estado americano, o ex-embaixador dos EUA, Lincoln
Gordon, fala da interlocução privilegiada do dono da Globo com as lideranças do
regime.
Segundo
Gordon, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” ao lado de um grupo
composto por Geisel e Golbery discutindo o futuro de Castello Branco.
A
decretação do AI 5, em 1968, foi comemorada. Em 7 de outubro de 1984, o
“doutor” Roberto publicou em seu jornal um artigo exaltando o legado dos
amigos.
“Participamos
da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das
instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves,
desordem social e corrupção generalizada”, escreveu.
Marinho
também apelava para as instituições, como seus descendentes o fariam três
décadas depois.
A
fortuna da família é obra e graça daqueles ditadores que cultivou e ordenhou.
Como
disse o jornalista Glenn Greenwald, “o dinheiro dos Marinhos – hoje – está
encharcado do sangue das vítimas”.
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/com-sangue-nas-maos-globo-usa-documento-da-cia-para-dizer-que-golpe-de-16-nao-foi-golpe-por-kiko-nogueira/
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