Um
líder arrosta seu destino, e o destino nunca é duro demais aos predestinados.
Esta
predestinação não nasce com os homens e mulheres, como supõem os deterministas.
Nasce
com a vida e se confirma ou se dissolve a cada decisão que se toma, conforme a
capacidade que se ter de absorver e encarnar o coração e os anseios de seu
povo.
Há
algo mais, também, de que se embebe alguém para ser líder: a história dos que
lhe antecederam e o sonhe que pertencerão aos dias de seus sucessores.
O
Lula que ouvi falar, hoje, em seu discurso diante do Sindicato dos
Metalúrgicos, com todos os sofrimentos que se poderia compreender num homem de
72 anos, era um líder de um povo, não um político como tantos.
Não
era um derrotado, à beira de ser enjaulado.Derrotados se lamentam, e nada mais
distante de um lamento do que suas palavras.
Ao
contrário, eram História, como que a repetir as da trágica Carta Testamento de
Getúlio Vargas:
Quando
vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome
bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e
vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força
para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa
bandeira de luta.
Que
mais perto disso que a promessa de andar por milhões de pernas, por falar por
milhões de bocas, que viver por milhões de vidas?
Ironia
fina que só a realidade pode nos dar, a de ver o partido que nasceu renegando o
caudal histórico em que o getulismo navegou viver a tragédia da perseguição que
sofre Lula, porque esta é o fado inevitável de qualquer um que siga o destino
que lhe é imposto, o de representar o povo brasileiro.
A
diferença, bendita diferença, é que o que se imaginava ser o féretro de Lula
foi o Lula mais vivo que nunca carregado em triunfo por uma multidão.
Os
vencedores, ou os que se crêem vencedores, porém, estão presos,
irremediavelmente presos ao crime a que seu ódio os levou. Não têm mais como
assumir o discurso da civilização, porque usaram a lei para produzir a
barbárie.
De
sua semeadura, só a flor fétida do fascismo brotou.
http://www.tijolaco.com.br/blog/lula-esta-livre-direita-prisioneira-de-seu-odio/
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