Deus,
a criação mais perfeita do ser humano; ou, para outros, o nosso criador. Um ser cercado de polêmica, e, alvejado por
muitos como uma entidade associada a mais vil ignorância e senso de dominação
do Homem. O que alguns intelectuais têm a nos dizer sobre esse conceito tão
belo e tão controverso?
No
final do século XIX para o século XX, o Positivismo, que teve como um de seus
expoentes, Auguto Comte, pregava que a humanidade estava em transição para uma
nova época na qual a religiosidade seria deixada de lado e a ciência ocuparia o
seu lugar. Os monges e padres dariam lugar aos arquitetos do saber.
O
grande problema do Positivismo, para Nietzsche, foi matar Deus e colocar em seu
lugar o homem como novo objeto de fé.
Quando
Nietzsche decretou a morte de Deus, em sua famosa frase, “Deus está morto’’,
foi talvez tão pouco entendido quanto Jesus, foi crucificado intelectualmente,
por assim dizer. Porém, o que afinal de contas o bigodudo quis dizer com uma
frase tão paradoxal? Nietzsche era um provocador, e, na verdade, a sua afirmação
não alberga a questão da existência ou não de Deus, contudo, tal afirmação
contempla o declínio do poder do discurso religioso. Se antes íamos a alguma
igreja rezar para curar alguma enfermidade, hoje vamos ao hospital: deslocando
a nossa confiança em Deus para o homem. Então Nietzsche Completa o Raciocínio:
“Deus está morto e o seu
assassino é o homem.”
Enveredado
por Nietzsche, O sociólogo Max Weber, classifica esse declínio do discurso
religioso como: “O desencantamento de Mundo”. Se antes a gente lia a Bíblia e
orava antes de sair de casa, hoje em dia a gente lê o jornal e se sente seguro,
dizia Webber. Deixamos de explicar as coisas através da metafísica, para
louvarmos a explicação técnica e científica, o que dialoga com o conceito de
Foucault – “Poder Saber”.
Sigmund
Freud, Pai da Psicanálise, asseverava que deus é uma resposta à carência do ser
humano, portanto, é o fruto da nossa incapacidade de lidar com as agruras da
vida. Para atenuar o nosso medo, criamos
um pai que sempre cuida de nós e nos protege 24 horas por dia. Seguindo à lógica nietzschiana da noção de
Deus como uma muleta metafísica, ou seja, algo que ajuda a equilibrar o nosso
corpo claudicante em um mundo cheio de curvas perigosas.
“Seria
muito Bonito se houvesse um Deus que criou o mundo, uma previdência
benevolente, uma ordem moral e uma vida após a morte. Não parece curioso que
tudo isso é exatamente como desejaríamos que fossem as coisas?” Freud.
A
grande diferença, assim, entre o discurso religioso e o discurso científico, é
que o primeiro atenua o sofrimento humano.
Para
Karl Marx, o discurso religioso é uma forma de dominação e, talvez, a mais
poderosa forma de dominação. É um recurso que, mesmo não tendo sido criado pela
burguesia, é de grande importância para a eficácia de seu controle social.
“A religião é o ópio do
povo.” Karl Marx.
Tal
como o ópio, a religião torna-nos seres alheios à realidade, no sentido de nos
causar um conformismo perante a opressão que existe no mundo, já que, em geral,
o religioso se preocupa muito mais com a vida transcendental do que com a vida
neste mundo, e isso tira de nós a potencialidade de buscar e lutar por qualquer
ideal de justiça social.
Richard
Dawkins, biólogo renomado e considerado – juntamente com Sam Harris, Daniel
Dennet e Christopher Hitchens, um dos quatro cavaleiros do ateísmo – acredita
que a religião é um discurso obscurantista e que atrapalha o desenvolvimento
científico, é um crítico assíduo da bíblia e, em seu livro “Deus, um Delírio”
faz menção a versículos bíblicos nos quais há supostas contradições e erros
lógicos. Entende que a ciência é a melhor forma de conduzir a vida humana e
diz:
“Eu
me divirto com a estratégia, quando me perguntam se sou ateu, de lembrar que o
autor da pergunta também é ateu no que diz respeito a Zeus, Apolo, Amon Rá,
Mithra, Baal, Thor, Wotan, o Bezerro de Outro e o Monstro de Espaguete Voador.
Eu só fui um deus além.” Richard Dawkins.
Posto
isso, há de se considerar que falar sobre Deus é complexo, pois é um assunto
que não se esgota. Ainda que esquadrinhemos vários autores, é preciso de
maturidade intelectual, sobretudo, em assuntos delicados como este. E você
concorda com esses autores?
”Não há no mundo amor e
bondade bastantes para que ainda possamos dá-los a seres imaginários.”
Friedrich Nietzsche.
http://genialmentelouco.com.br/2016/10/24/deus-por-freud-marx-nietzsche-e-richard-dawkins/
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