sábado, 22 de julho de 2017

REVOLUÇÃO À VISTA. Por Jair Antonio Alves

Revolução a vista ou homologação do Golpe? Diante do inesperado crescimento da campanha pela anulação do Impeachment da ex-Presidênta, Dilma Rousseff, nos últimos dias, e com a adesão em massa dos Artistas e Personalidades brasileiras tudo leva a crer que estarmos diante de um “fato” novo. O mais surpreendente de tudo é que, se isto for levado a cabo (e tudo indica), já está nos “planos” dos artífices do mesmo Golpe “armado”, como se sabe, a partir do dia seguinte a 26 de outubro de 2014.
Como se daria esta anomalia e contradição política? Não é de se estranhar, todavia. A liderança política nos últimos meses (compreende-se aí), por parte dos interesses econômicos explícitos vão muito além da vaidade dos expoentes do PSDB (FHC, Serra, Alckmin, Aécio); estes últimos já não contam mais. O que está claro, desde a posse de Temer, são as Reformas Trabalhistas, Previdenciárias e, outra, que ganhou destaque nos últimos meses - à Reforma Política. Trata-se de legalizar uma prática que, em tese, já vem ocorrendo. O Estado brasileiro não se faria representar pelo “voto universal” da maioria dos cidadãos e, sim, pelos Meios de Comunicação como “garota propaganda” de um capitalismo mais que selvagem – perverso; onde as necessidades naturais do ser humano (do brasileiro nato e estrangeiro aqui residente), e sim metas econômicas e financeiras das grandes Corporações. Seria o “capítulo” final de uma equação que, lá atrás, o grande líder da esquerda brasileira - José Dirceu - disse entender, porém, acabou se “enrolando” e, agora, em prisão domiciliar. A partir dos acontecimentos mundiais de 1989, a Terceira Guerra deixou de ser travada na luta insurrecional, passando ser travada pelo controle dos Meios de Comunicação, alimentada pelo vertiginoso crescimento das novas tecnologias.

Na prática, o processo de anulação do impeachment da ex-presidenta duraria (no menor das hipóteses) até novembro, ainda dentro do ano fiscal; porém, até lá as “pretendidas reformas” já estariam concluídas no Congresso e homologadas pelo presidente atual; mesmo debaixo de forte campanha pela sua destituição.

Qual o objetivo dessas “manobras”, tão arriscada aos golpistas? Evitar que um nome, sem lastro partidário e social (como Rodrigo Maia), passar a ser um “empecilho” diante de uma “nova” rejeição popular como vem ocorrendo agora. Os mesmos não admitem correr o risco “Temer”, novamente. Com a anulação do processo, Dilma Rousseff receberia um país em “frangalhos”, e sem possibilidades de anular o que foi imposto à força. Não teria dois terços do Congresso e serviria, novamente, de “vidraça” para anular toda e qualquer possibilidade de eleger Lula; ou qualquer outro nome não identificado com os objetivos do Golpe. Acreditam os “estrategistas” do Golpe Final que teriam poder para aplicar uma derrota “fragorosa”, sem tamanho, aos progressistas brasileiros. A única saída seria o “parlamentarismo”; o mesmo ocorrido às vésperas do Golpe de 64. Só que agora, noutros tempos, com os grandes veículos de comunicação interligados e identificados com o padrão de consumo da classe média alta “armada” até os dentes. Vide os nomes que compõem a lista de assinantes das grandes revistas, semanais, (exceto a Carta Capital) bem como as tevês a cabo?

Qual o temor dos “operadores” do Golpe? Que a “turbulência” política e a pauta diária, ao longo do processo de anulação do impeachment, venham a atrapalhar a votação das reformas, ainda não homologadas. Sem reforma Previdenciária e Política, estaremos à beira do caos. Isso vale para os “dois lados”. Até porque algum tipo de modernização, no Brasil, seria preciso à direita ou à esquerda. Como está não vai ficar. Elas virão pela discussão ou pela “Força”.

Jair Antonio Alves é dramaturgo

http://jornalggn.com.br/blog/jair-antonio-alves/revolucao-a-vista-por-jair-antonio-alves




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