Revolução
a vista ou homologação do Golpe? Diante do inesperado crescimento da campanha
pela anulação do Impeachment da ex-Presidênta, Dilma Rousseff, nos últimos
dias, e com a adesão em massa dos Artistas e Personalidades brasileiras tudo
leva a crer que estarmos diante de um “fato” novo. O mais surpreendente de tudo
é que, se isto for levado a cabo (e tudo indica), já está nos “planos” dos
artífices do mesmo Golpe “armado”, como se sabe, a partir do dia seguinte a 26
de outubro de 2014.
Como
se daria esta anomalia e contradição política? Não é de se estranhar, todavia. A
liderança política nos últimos meses (compreende-se aí), por parte dos
interesses econômicos explícitos vão muito além da vaidade dos expoentes do
PSDB (FHC, Serra, Alckmin, Aécio); estes últimos já não contam mais. O que está
claro, desde a posse de Temer, são as Reformas Trabalhistas, Previdenciárias e,
outra, que ganhou destaque nos últimos meses - à Reforma Política. Trata-se de
legalizar uma prática que, em tese, já vem ocorrendo. O Estado brasileiro não
se faria representar pelo “voto universal” da maioria dos cidadãos e, sim,
pelos Meios de Comunicação como “garota propaganda” de um capitalismo mais que
selvagem – perverso; onde as necessidades naturais do ser humano (do brasileiro
nato e estrangeiro aqui residente), e sim metas econômicas e financeiras das
grandes Corporações. Seria o “capítulo” final de uma equação que, lá atrás, o
grande líder da esquerda brasileira - José Dirceu - disse entender, porém,
acabou se “enrolando” e, agora, em prisão domiciliar. A partir dos
acontecimentos mundiais de 1989, a Terceira Guerra deixou de ser travada na
luta insurrecional, passando ser travada pelo controle dos Meios de
Comunicação, alimentada pelo vertiginoso crescimento das novas tecnologias.
Na
prática, o processo de anulação do impeachment da ex-presidenta duraria (no
menor das hipóteses) até novembro, ainda dentro do ano fiscal; porém, até lá as
“pretendidas reformas” já estariam concluídas no Congresso e homologadas pelo
presidente atual; mesmo debaixo de forte campanha pela sua destituição.
Qual
o objetivo dessas “manobras”, tão arriscada aos golpistas? Evitar que um nome,
sem lastro partidário e social (como Rodrigo Maia), passar a ser um “empecilho”
diante de uma “nova” rejeição popular como vem ocorrendo agora. Os mesmos não
admitem correr o risco “Temer”, novamente. Com a anulação do processo, Dilma
Rousseff receberia um país em “frangalhos”, e sem possibilidades de anular o
que foi imposto à força. Não teria dois terços do Congresso e serviria,
novamente, de “vidraça” para anular toda e qualquer possibilidade de eleger
Lula; ou qualquer outro nome não identificado com os objetivos do Golpe.
Acreditam os “estrategistas” do Golpe Final que teriam poder para aplicar uma
derrota “fragorosa”, sem tamanho, aos progressistas brasileiros. A única saída
seria o “parlamentarismo”; o mesmo ocorrido às vésperas do Golpe de 64. Só que
agora, noutros tempos, com os grandes veículos de comunicação interligados e
identificados com o padrão de consumo da classe média alta “armada” até os
dentes. Vide os nomes que compõem a lista de assinantes das grandes revistas,
semanais, (exceto a Carta Capital) bem como as tevês a cabo?
Qual
o temor dos “operadores” do Golpe? Que a “turbulência” política e a pauta diária,
ao longo do processo de anulação do impeachment, venham a atrapalhar a votação
das reformas, ainda não homologadas. Sem reforma Previdenciária e Política,
estaremos à beira do caos. Isso vale para os “dois lados”. Até porque algum
tipo de modernização, no Brasil, seria preciso à direita ou à esquerda. Como
está não vai ficar. Elas virão pela discussão ou pela “Força”.
Jair Antonio
Alves é dramaturgo
http://jornalggn.com.br/blog/jair-antonio-alves/revolucao-a-vista-por-jair-antonio-alves
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