O
presidente Lula foi condenado pelo Juiz Sergio Moro por corrupção passiva e
ocultação de patrimônio. Se depender do Moro, Lula ficará nove anos e meio na
cadeia e 19 anos impedido de concorrer a cargos públicos. A acusação é de que
ele recebeu de uma empreiteira que trabalhava para a Petrobrás um apartamento
em uma praia paulista. Segundo o Juiz, isso significou mais de dois milhões em
propina.
Ocorre
que durante todo o processo, que se estendeu por mais de um ano, nenhuma prova
de que o apartamento foi ou é de Lula apareceu. Ao contrário, a defesa do
presidente comprovou que o apartamento jamais foi dele. Através de documentos
formais e válidos, além de vários depoimentos, ficou demonstrado no processo
que a habitação constava em uma carta de garantias que a própria construtora
fizera à Caixa Econômica Federal em busca de financiamento para outros
empreendimentos.
Por
incrível que possa parecer, em um contrassenso absurdo e perigoso para o
sistema jurídico e constitucional brasileiro, no processo contra Lula o ônus da
prova coube à defesa. Mas o pior é que a defesa comprovou que a acusação não
tinha comprovação nos fatos e, mesmo assim, foi desconsiderada.
Esses
fatos, já denunciados por centenas de juristas do país inteiro, demonstram
inequivocamente que se trata, na verdade, que as acusações contra Lula e os
processos que tramitam contra ele são, na verdade, ações fundadas em razões
políticas e não jurídicas. Quer dizer, condena-se Lula não por um eventual
crime – que para existir precisaria ser provado -, mas pela simbologia política
que ele condensa.
Os
processos e as condenações, não duvidem, fazem parte de uma ardilosa tentativa
de tirar Lula do jogo político brasileiro, impedindo-o de ser candidato a
presidente em 2018. Essas ações estão relacionadas à mesma lógica do golpe que
depôs a presidenta Dilma e colocou no poder a quadrilha que hoje nos governa e
saqueia os direitos dos trabalhadores, fazendo o Brasil recuar 74 anos em
termos de conquistas sociais.
Condenar
Lula, portanto, é condenar o povo brasileiro ao abandono. Isso nos revolta
ainda mais quando sabemos que os verdadeiros culpados, contra os quais sobram
provas, gravações e delações, como é o caso do Aécio Neves e do próprio Temer,
cumprem seus mandatos como se nada tivesse acontecido, acobertados pela
injustiça institucionalizada que hoje campeia em nosso país.
Mesmo
assim, vamos continuar lutando. Como o próprio presidente Lula disse em sua
entrevista, após a condenação, apenas o povo brasileiro tem o direito de lhe
tirar do jogo político e eleitoral. Agora, quando as injustiças contra Lula
ficam mais evidentes e violentas, nossa vontade se reforça. Defendê-lo é
defender a democracia e o povo brasileiro. Elegê-lo novamente presidente, para
recuperar o Brasil, que já foi, em passado recente, um país do qual podíamos
nos orgulhar, é a única forma de fazer justiça nesse caso.
http://www.jornalminuano.com.br/noticia/2017/07/19/a-condenacao-politica-de-lula
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