Na
conversa gravada pelo dono da JBS Joesley Batista com o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), o parlamentar pede R$ 2 milhões ao empresário sob o argumento de que
estaria com dificuldade para pagar o criminalista Alberto Zacharias Toron,
responsável pela defesa do político em processos da operação
"lava-jato". A tentativa de envolver o advogado no esquema, no
entanto, não teve sucesso.
Isso
porque o repasse de R$ 500 mil ao primo de Aécio, Frederico Pacheco, foi
rastreado. Assim, a Polícia Federal verificou que o dinheiro, na verdade, foi parar
em Belo Horizonte, na empresa de Gustavo Perrella, filho do senador Zeze
Perrella (PMDB-MG), enquanto o escritório de Toron fica em São Paulo.
Aécio
foi gravado pedindo R$ 2 milhões a empresário, que serviriam para pagar sua
defesa na operação "lava jato".
Após
identificar o destino do recurso, a PF afirmou, em inquérito, que a
justificativa de Aécio “mostrou-se inverossímil”.
As
revelações vieram à tona com a homologação do acordo de delação premiada de
sete pessoas ligadas ao frigorífico JBS, entre eles os dois donos da empresa,
Joesley e Wesley Batista.
Além
da conversa com o senador, Joesley também gravou um diálogo com o presidente
Michel Temer, em março deste ano, no Palácio do Jaburu, residência oficial do
vice-presidente. O empresário relata ao chefe do Executivo que estaria dando
uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e conta com a concordância de Temer.
Joesley
também fala a Temer sobre a maneira que está trabalhando para atrapalhar as
investigações e o presidente comenta: “Ótimo”. A procuradoria-geral da
República irá investigar o chefe do Executivo pelos crimes de corrupção
passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
Além
do primo, a irmã de Aécio, Andrea Neves, e um assessor de Zeze Perrella também
foram presos preventivamente. O parlamentar foi afastado do cargo, assim como o
deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-MG), acusado de ser o intermediário de
Temer.
Matheus
Teixeira é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista
Consultor Jurídico
http://www.conjur.com.br/2017-mai-19/aecio-tentou-dizer-propina-advogado-deu-errado
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