O
novo recado mandado por Eduardo Cunha, hoje, através da coluna Painel, da Folha
– Eduardo Cunha ameaça fazer delação e diz que pode ‘explodir’ o mundo
empresarial – é um repetido sinal de que ele, em seu cárcere de Curitiba, tenta
romper o manto de silêncio conveniente a que está sendo obrigado pelo
desinteresse do Ministério Público em saber com quem e como um deputado obscuro
se tornou dono da Câmara e capitão do golpe de Estado.
Eduardo
Cunha é um problema que é preciso manter engaiolado – como libertá-lo na onda
de “prende pra sempre” que virou a aplicação da “justiça morista? – quase que
como fingindo mais que não existe, embora ele, volta e meia, tenha de gemer de
lá, para avisar que tem com que destruir a república da usurpação.
Com
Cunha, não dá para Sérgio Moro aplicar a teoria sui generis que explanou ontem,
no EUA, registrada na Folha: “pegar uma propina e colocar em uma conta na Suíça
é crime, mas o dinheiro “não estará fazendo mal a mais ninguém naquele
momento”.
Pois
é, Cunha pegou propinas, pôs na Suíça e, atualmente, só ameaça fazer mal a uma
pessoa: Michel Temer.
Pois
isso, sob a hipocrisia geral da Justiça e do Ministério Público, a de Eduardo
Cunha é a campeã das “delações indesejadas”.
Aquela
que, se ele insistir em fazer, já fique sabendo que será castigado por falar,
quando os outros ganham festas e o direito até, incrível, de dizer a um
ministro do TSE como deveria ser feito o financiamento das eleições, como fez
Herman Benjamin com Marcelo Odebrecht.
http://www.tijolaco.com.br/blog/as-ameacas-de-cunha-e-as-delacoes-indesejadas/
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