Desde
as colunas de Rodrigo Constantino até livros de Friedman, os liberais sempre
pregam “as maravilhas do capitalismo”. Falam do comunismo como algo horrível,
ditatorial e pregam a liberdade econômica. Falam desta “liberdade econômica”
como divina, mas esquecem de contar o que é, na verdade e principalmente, o
livre mercado.
Este
artigo será o primeiro de uma série de matérias que contam o que é realmente o
liberalismo.
1. O capital
não sobrevive sem Estado
Os
liberais sempre têm uma severa retórica contra o Estado. Alguns mais radicais,
como o Instituto Liberal – os quais, inclusive, chegaram a afirmar que Temer
seria um agente comunista – chegam a descrever o Estado, religiosamente, como
um demônio que ameaça a liberdade econômica, o livre mercado. Na concepção
clerical dos liberais, o mercado é um deus, onipresente, onisciente, que
garante riqueza e liberdade para todos.
Afirmam
que as pessoas não devem estar submetidas a um Estado que regule as relações
econômicas. Para eles, isto é uma “ameaça à liberdade individual” e todos devem
ser “livres para escolher”, como sugere um dos gurus do neoliberalismo, Milton
Friedman.
Todos
estes argumentos são falsos. A economia funciona e sempre funcionou por meio de
regras, e não por um “deus-mercado” ou pela cabeça de algum capitalista.
Não
entraremos em argumentos econômicos por enquanto, mas é importante frisar
também que os liberais, em suma, são os que mais necessitam do Estado, tanto
economicamente quanto politicamente. Sendo mais preciso, necessitam de todo o
aparato repressor do Estado.
Um
exemplo atual e próximo é o golpe no Brasil. A direita aplicou um golpe no
Brasil para realizar todos os sonhos do neoliberal; privatizar as estatais, a
saúde, a educação, a previdência, acabar com as leis trabalhistas etc. No
entanto, precisaram tomar o controle do Estado para isto, por um lado para
privatizar todos estes serviços públicos, por outro para controlar o aparato
repressor do Estado burguês, seu exército permanente, sua polícia etc., para
conseguirem passar tais projetos antipopulares. Sem o controle do aparato do
Estado, o neoliberalismo nunca seria colocado em prática.
2. O
capitalismo é para poucos
Os
liberais também pregam sempre que o capitalismo seria o único modo de gerar
riqueza e igualdade, ademais, que o sistema também traz a oportunidade para
todos de “enriquecer”.
A
verdade é que o capitalismo sobrevive, única e somente, pela miséria da maioria
da população. Para apenas um capitalista manter seu lucro, ele precisa oprimir
uma grande massa de operários. Além do que, em nenhum período do capitalismo
houve distribuição igual das riquezas. O capitalista sempre se manteve em uma
ampla vantagem contra todo o resto da população.
A
necessidade de oprimir a maioria da população também coloca que a
“meritocracia”, o mito de que todos podem ser ricos também, só seria necessário
o “esforço”, cai por terra. Afinal, não é possível gerar riqueza do nada, se
você não tem propriedade ou qualquer privilégio material.
Além
do que, como todos seriam capitalistas se para gerar capital é necessário
oprimir a maioria da população, se a existência de uma massa pobre e
trabalhadora é necessária?
3. O
neoliberalismo é um parasita do Estado
Como
colocamos no primeiro ponto, o neoliberalismo precisa do Estado. Do ponto de
vista político, precisa do Estado para reprimir a reação popular a seu
programa, do ponto de vista econômico precisam do Estado para colocar em
prática as privatizações, entregando suas estatais, serviços públicos e tudo
mais que for possível.
Os
neoliberais não somente precisam do Estado para colocar em prática seu programa
de privatizações, como também precisam da riqueza dele. São parasitas do Estado
e portanto muito dependentes dele.
Durante
a crise neoliberal de 2008, todos os grandes monopólios, para conseguir
sobreviver, precisaram de altos empréstimos do Estado. Os EUA entregaram uma
grande parte do tesouro nacional para magnatas durante a bancarrota do
capitalismo.
Não
fossem os bilhões de dólares despejados pelo Estado nos bancos e empresas que
estavam à beira da falência, a maior parte dos bancos nem existiram hoje.
Fonte: Diário
Online Causa Operária -
http://causaoperaria.org.br/tres-coisas-que-nao-te-contaram-sobre-o-liberalismo/
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