Três
anos de Lava Jato. A maneira mais objetiva de avaliá-la é a seguinte: ver como
estava o país quando ela se iniciou e ver o país como está hoje.
Por
este método, o que fica evidente é que a Lava Jato foi um completo fracasso.
O
Brasil piorou muito desde o advento dela. A culpa não foi apenas de Moro e
comandados, mas que eles tiveram um papel crucial na deterioração das coisas é
inegável.
Se
ao menos a Lava Jato houvesse erradicado a corrupção, seria menos mal.
Mas
não.
O
que existe de mais putrefato ética e moralmente na política nacional está hoje
no poder. Só isso seria suficiente para atestar o monumental fiasco da Lava
Jato.
Há
muitas outras coisas. A Lava Jato desmoralizou inteiramente a Justiça ao se
fixar obsessivamente no PT. Seus vazamentos seletivos entrarão na história como
um dos capítulos mais sórdidos da política brasileira.
Alguns
dos símbolos dela são particularmente reveladores. O Japonês da Federal, por
exemplo. Ele se tornou ídolo da direita xucra, graças à exposição que a mídia
lhe deu em sucessivas etapas da operação.
Ele
virou até máscara de Carnaval em 2016. O que os jornais e as revistas
esconderam é que o Japonês da Federal tinha um notável histórico de corrupção.
Hoje ele anda com uma tornozeleira policial.
Ele
era uma fraude, bem como a Lava Jato.
O
objetivo de Moro jamais foi combater a ladroeira. Foi abater o PT, tirá-lo do
poder e produzir sob o comando da Globo a narrativa de que os petistas
inventaram a corrupção no país.
Nisso
a Lava Jato teve sucesso, pelo menos nos primeiros tempos, aqueles em que a
mídia armava um circo a cada operação.
A
mentira se desfez quando as delações surgiram em sua inteireza. Para os que
acreditaram nos bons propósitos da Lava Jato, sobretudo os analfabetos
políticos, deve ter sido um choque começar a encontrar nomes como Aécio, Serra
e Alckmin entre os implicados em roubalheiras.
Não
faz tanto tempo assim, Sérgio Moro se deixava fotografar ao lado de Aécio numa
festa, os rostinhos colados.
A
imprensa brasileira jamais o questionou sobre isso, descontados sites
independentes como o DCM. Foi no exterior que Moro foi instado a dar
satisfações sobre a foto indecente.
O
grande economista Joseph Schumpeter inventou um conceito que hoje é um clássico:
destruição criadora. É quando você acaba com alguma coisa para erguer outra
melhor.
No
caso da Lava Jato, numa distorção miserável do conceito schumpeteriano, o que
tivemos foi uma destruição destruidora.
A
posteridade haverá de lembrá-la como um dos piores capítulos da dura saga
nacional.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/tres-anos-de-lava-jato-um-balanco-sobre-uma-das-maiores-imposturas-da-historia-nacional-por-paulo-nogueira/
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