Em
nota, o MST se manifestou sobre a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal,
além de denunciar a corrupção no Ministério da Agricultura (MAPA).
O
documento denuncia “o conluio entre a mídia e o governo golpista para
escamotear o processo de corrupção entre as empresas do agronegócio e os
fiscais do Ministério da Agricultura (MAPA)”. E exige que a apropriação privada
desse Ministério pelo Agronegócio também seja investigada.
Além
disso, a nota reafirma que "as denúncias da operação da Polícia Federal
denominada Carne Fraca servem como argumento para reafirmar as contradições do
Modelo do Agronegócio, principalmente em relação à saúde humana e à destruição
ambiental".
O
Movimento também defende a responsabilização e punição das empresas envolvidas
no processo. Além de denunciar que mais uma vez, “a conta está sendo paga pelas
trabalhadoras e trabalhadores da agroindústria da carne, expostos à precarização
imposta pelas empresas, e que agora com as denúncias sofrem com as demissões em
massa.”
Confira abaixo a íntegra
da nota:
NOTA
PÚBLICA DO MST SOBRE A OPERAÇÃO CARNE FRACA E A CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA
1.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra manifesta ao povo brasileiro o
seu posicionamento diante das denúncias envolvendo o Agronegócio e o modelo de
produção agropecuário movidos apenas pela lógica do lucro máximo e imediato.
A
irracional e crescente degradação ambiental, a exploração intensiva de força de
trabalho assalariada, a monopolização do território e despovoamento do interior
do país, além dos crimes contra os povos indígenas, quilombolas, pescadores e
camponeses, caracteriza o modelo de agronegócio, cujo mercado capitalista
impulsiona ou desacelera a produção em face da demanda global.
2.
A produção agropecuária baseada na monocultura extensiva e no uso intensivo de
agrotóxicos destrói a biodiversidade, contamina os solos e as águas, altera as
condições climáticas e envenena os alimentos da população brasileira.
Para
garantir e ampliar seus privilégios, o agronegócio financia as eleições da
bancada dos parlamentares mais reacionários, a “ bancada do boi”, responsável
pelo retrocesso na legislação dos direitos sociais, trabalhistas e de
preservação ambiental.
3.
O golpe em curso no país, resultante de um conluio entre a Polícia Federal,
Ministério Público, Poder Judiciário e meios de comunicação de massa, liderados
pela Globo, atenta brutalmente contra os direitos das trabalhadoras e dos
trabalhadores, e dos bens naturais, entregando essa riqueza para o mercado e as
empresas transnacionais, num forte ataque à soberania popular.
4.
As denúncias da operação da Polícia Federal denominada Carne Fraca servem como
argumento para reafirmar as contradições do Modelo do Agronegócio,
principalmente em relação à saúde humana e à destruição ambiental. Defendemos
que as empresas envolvidas sejam punidas e responsabilizadas.
5.
Denunciamos que mais uma vez a conta está sendo paga pelas trabalhadoras e
trabalhadores da agroindústria da carne, expostos à precarização imposta pelas
empresas, e que agora com as denúncias sofrem com as demissões em massa.
6.
Denunciamos o conluio entre a mídia e o governo golpista para escamotear o processo
de corrupção entre as empresas do agronegócio e os fiscais do Ministério da
Agricultura (MAPA). Exigimos que que seja investigada a apropriação privada
desse Ministério pelo Agronegócio!
7.
Reafirmamos nosso projeto de Reforma Agrária Popular, a produção de alimentos
saudáveis, o respeito à diversidade dos povos e a defesa dos bens naturais.
Combateremos sem tréguas o modelo de produção do agronegócio e seguimos na
defesa de um modelo de desenvolvimento para o campo, baseado na cooperação
agrícola, agroecologia e na soberania popular.
8.
Com a força crescente do apoio popular, seguimos denunciando que o Agronegócio
mata, envenena e sequestra o Estado Brasileiro! Nenhum Direito à Menos! Fora
Temer! Diretas Já!
http://www.mst.org.br/2017/03/27/mst-se-manifesta-sobre-a-operacao-carne-fraca-e-denuncia-corrupcao-no-mapa.html
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