As
gigantescas manifestações do dia 15, além de mudarem de patamar a luta contra
as reformas dos golpistas, deixou um saldo estratégico importante: a unidade de
todas as centrais sindicais na luta para barrar a liquidação dos direitos da
classe trabalhadora.
Os
protestos em todo o país foram acompanhados de paralisações por algumas horas e
greves de diversas categorias profissionais , tais como professores, bancários,
servidores públicos, metalúrgicos, rodoviários, metroviários, ferroviários,
petroleiros e químicos, num ensaio promissor para o passo seguinte, que é a
construção da greve geral contras as reformas previdenciária e trabalhista.
E,
por óbvio, não se faz greve geral sem a adesão dos trabalhadores ligados ao
setor de transportes urbanos dos grandes centros. O problema é que boa parte
dos sindicatos que dirigem essas categorias são filiados a centrais sindicais
como Força Sindical e UGT, as quais majoritariamente ou apoiaram o golpe, ou
não reagiram a ele.
A
CUT, embora seja a maior central da América Latina, apenas junto com a CTB não
tinha condições de organizar uma greve geral que mereça esse nome num país de
dimensões continentais como o Brasil. Mas esse panorama se alterou
profundamente.
Mesmo
a banda conservadora do movimento sindical brasileiro não pode fazer cara de
paisagem e fingir que nada está acontecendo. Seria suicídio político adotar,
diante de suas bases, posição diferente do enfrentamento das reformas propostas
pelo governo ilegítimo. É, portanto, uma questão de sobrevivência para esses
dirigentes sindicais.
Força
Sindical, UGT, CSB e Nova Central chegaram a participar de um simulacro de
negociação sobre a reforma da Previdência com o governo golpista, que
evidentemente não foi adiante, pois logo ficou claro que o maior projeto de
regressão social da história do país não é permeável a críticas.
Agora
a sorte está a lançada e o usurpador alienado não pode por esperar. Todas as
pesquisas de opinião mostram uma rejeição maciça às reformas, mas Temer diz que
elas têm apoio na sociedade; um milhão de pessoas vão às ruas protestar contra
seu governo, mas ele finge que não vê; o Brasil chafurda na maior recessão da
história, responsável por um número recorde de desempregados, mas ele comemora
a reação da economia; a reforma da Previdência vai fazer com que as pessoas
morram trabalhando, mas ele insiste que ninguém vai perder direitos.
Seu
cinismo sem limites o levou ao interior da Paraíba para, fraudulentamente,
tentar tirar proveito político da conclusão de uma obra para a qual não moveu
uma palha. Como mentira tem pernas curtas, Temer vai passar vergonha neste
final de semana com a ida à região dos verdadeiros responsáveis pela
transposição das águas do Rio São Francisco, os presidentes Lula e Dilma,
acompanhados de Ciro Gomes, que como ministro da Integração Nacional de Lula
contribuiu para a execução do projeto, e do maior artista brasileiro, Chico
Buarque de Holanda.
O
jogo está virando. E a greve geral terá papel decisivo na derrota dos coveiros
da democracia.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2017/03/agora-e-greve-geral-no-lombo-dos.html
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