De
propriedades inventadas a tráfico de influência que nunca aconteceu, as
calúnias que já foram ditas contra o ex-presidente.
Não
é de hoje que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família são
vítimas de mentiras e boatos infundados. Não raramente, tais mentiras são
repetidas e fomentadas por setores da imprensa, partidos políticos e até
funcionários públicos, como promotores e delegados.
Sempre
buscando atingir a imagem do ex-presidente, as mentiras costumavam ganhar mais
força em períodos eleitorais, sempre com o objetivo de prejudicar o desempenho
de Lula nas urnas. Via de regra, a estratégia resulta em fracasso, mas já houve
casos em que o golpe baixo atingiu seus objetivos.
De
envolvimento com sequestros a propriedade inventada de grandes imóveis, no
Brasil ou no exterior. De tráfico de influência a estratagemas para obter
favorecimentos jurídicos. Leia, abaixo, a lista de mentiras já inventadas
contra Lula, todas devidamente desmentidas com provas ao longo dos tempos.
- "Lula é
dono de mansão no Morumbi"
Remonta
ao início dos anos 1980 a primeira boataria de grandes proporções de que foi
vítima o ex-presidente Lula. À época, ele recém fundara o PT, então um partido
de proporções bem mais modestas do que hoje, com poucos mandatos eletivos
conquistados.
Era
o tempo em que pessoal que panfletava nas portas de fábricas em favor do PT
ouvia rumores de que Lula tinha uma enorme mansão no Morumbi, e eram todos do
partido uns tolos por acreditar no ex-sindicalista e no partido que fundara.
A
boataria só teve fim anos depois, quando a realidade se impôs. Lula jamais
deixou de morar em São Bernardo do Campo, desde que chegou ao Estado de São
Paulo. Órgãos de fiscalização e controle, como Receita Federal e Ministério
Público, jamais sequer aventaram a hipótese de Lula ser dono de uma mansão no
Morumbi.
- A falsa
ligação entre Lula e o PT com sequestradores de Abílio Diniz
O
empresário Abilio Diniz, ex-proprietário do Grupo Pão de Açúcar - foi sequestrado na capital paulista, em 11 de
dezembro de 1989, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições
presidenciais de 1989, que estavam sendo disputadas em sua reta final por Lula
e Fernando Collor de Mello.
Diniz
foi libertado após ficar seis dias em cativeiro. O grupo de sequestradores era
formado por quatro chilenos, três argentinos, dois canadenses e um brasileiro,
ligados ao Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), que exigia resgate de
US$ 30 milhões para libertar o empresário.
Após
o estouro do cativeiro, a polícia paulista apresentou camisetas do PT e material
de campanha de Lula, que teoricamente teriam sido encontrados em imóveis
alugados pelo grupo de criminosos. O material acabou relacionando o Partido dos
Trabalhadores à ação do MIR. Fernando Collor, então, fez farto uso do material
em sua campanha.
A
libertação do empresário aconteceu na véspera do segundo turno da eleição,
quando Lula perdeu para Collor. A vinculação dos sequestradores ao PT foi
avaliada como uma das causas da derrota do petista. A polícia só encerrou as
investigações e colocou fim aos boatos meses depois das eleições, quando Collor
já ocupava a Presidência da República.
O
jornalista e escritor Mário Sérgio Conti esclareceu os fatos em seu livro
"Notícias do Planalto", publicado anos depois das eleições de 1989.
"As investigações posteriores provaram que nenhum militante do PT estivera
envolvido no sequestro de Abílio Diniz. Os sequestradores disseram em juízo que
policiais civis os torturaram e, antes de os apresentarem à imprensa, os
forçaram a vestir camisetas do PT."
A
Polícia Civil estava sob o comando do secretário da Segurança, Luiz Antônio
Fleury Filho. A vítima, Abílio Diniz, protestou contra a tortura de seus
algozes. Quase um ano depois, em outubro de 1990, o governador de São Paulo,
Orestes Quércia, superior imediato de Fleury, disse numa entrevista ao Estado
de S. Paulo que durante o sequestro 'houve pressões no sentido de que se
conduzissem as investigações para envolver o PT'". Já o jornal "O
Globo", após as eleições, deu a manchete: "Sequestro de Abílio não
foi político".
- As mentiras
da campanha de Collor sobre a filha Lurian
Poucos
dias antes do segundo turno das eleições presidenciais de 1989, Miriam Cordeiro, ex-namorada do então
candidato do PT à Presidência, Lula, apareceu no programa eleitoral de seu
adversário, Fernando Collor, para acusar o pai de sua filha Lurian de supostos
defeitos morais. Ela o acusara de ser “racista”, “abortista” e de desprezar a
filha que tinham tido.
Lula
obteve direito de resposta concedido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e,
a pedido da própria filha, levou-a para frente das câmeras, onde desmentiu tudo
que foi dito. Mas o estrago já havia sido e esta mentira foi mais um episódio a
contribuir para derrota de Lula nas urnas em 1989.
Foi
só anos mais tarde que a verdade veio à tona. A própria Miriam Cordeiro revelou
que fora paga por Collor para caluniar o pai de sua filha naquele programa
eleitoral. Sob o título "A vida confortável de Miriam Cordeiro",
reportagem publicada no Jornal do Brasil não deixava margem para dúvidas,
tampouco as revelações de Miriam, que afirmou, referindo-se a contas da vida
particular: "Eles (equipe de campanha de Collor) pagavam tudo".
- Filho de
Lula é dono da Friboi e da sede de uma faculdade pública
Um
boato que se espalhou pela internet e redes sociais é o de que "o filho de
Lula é dono da Friboi". A Friboi é uma das maiores - se não a maior -
indústria de proteína animal do mundo. Todas as mudanças em seu quadro
acionário são acompanhadas de perto pelo mercado financeiro e pela imprensa
econômica. Fosse algum filho de Lula um dos donos da Friboi, não haveria como
tal fato não ser de conhecimento nacional, nem deixar de ganhar as páginas dos
principais jornais do país.
Mas
os fatos não são suficientes para barrar os boatos, que pululam nas redes
sociais, sobre a propriedade do filho do Lula sobre a Friboi e muitos outros
patrimônios, incluindo aviões, fazendas e até o campus de uma universidade
pública.
A
própria Friboi já teve que vir a público se manifestar contra a mentira. Já a
família de Lula fez até B.O. na polícia na tentativa de conter os mentirosos.
Chegaram a ser identificadas pelo menos seis pessoas dentre as que espalham
mentiras sobre o patrimônio do filho do Lula.
Eles
foram chamados a depor, e cinco compareceram.
Intimados, justificaram suas atitudes dizendo acreditar que os
comentários sobre a compra de fazendas e aviões fossem verdadeiros.
Desculparam-se alegando que não teriam “pensado na hora de fazer as postagens”.
Apenas um dos intimados, Daniel Graziano, filho do dirigente do PSDB Xico
Graziano, ex-chefe de gabinete e ex-secretário particular de Fernando Henrique
Cardoso. não compareceu. À época, ele era gerente administrativo e financeiro do
Instituto FHC.
Ainda
sobre "o filho do Lula", um dos últimos boatos apresentou como casa
central de uma “fazenda do filho do Lula," em Araçatuba (SP), a majestosa
sede da Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós (Esalq - USP), que pode
ser vista na imagem acima.
- "Lula
recebeu por palestras que jamais proferiu"
Após
deixar a Presidência da República, em 2010, Lula era reconhecido mundialmente
como um estadista que acabara de realizar a maior transformação social que o
país já vivera. Passou a cobrar para dar palestras o mesmo valor que cobrava o
ex-presidente Bill Clinton, e empresas como a InfoGlobo, que edita os jornais O
Globo e Extra, não hesitaram em pagar, conforme já publicou a própria empresa,
em reportagem nO Globo: "Além de divulgar o evento em seus jornais, a
Infoglobo arcou com os custos dos palestrantes, inclusive do ex- presidente
Lula".
Procuradores
do Ministério Público Federal no Distrito Federal, no entanto, afirmaram em
mais de uma oportunidade que tinham desconfiança de que Lula não havia
proferido as palestras que proferiu a empresas ao redor do mundo.
Especificamente, afirmavam que Lula não havia proferido duas palestras na
Angola, nos anos de 2011 e 2014.
Foi
preciso que o Instituto Lula divulgasse a lista completa de palestras, bem como
vídeos de algumas delas, proferidas em países tão díspares quanto Inglaterra e
Angola, para acabar com a boataria que teve origem no núcleo duro do Ministério
Público Federal no Distrito Federal. Clique aqui para assistir à palestra proferida
por Lula na Angola em 2011, e aqui para acompanhar a palestra de 2014 do
ex-presidente no país africano.
- "Lula é
dono de uma mansão no Uruguai"
No
ano passado, a revista Isto É, que recentemente viu multiplicar as verbas de
publicidade advindas da Presidência da República , publicou reportagem em que
afirmava ser Lula proprietário de uma mansão no Uruguai, na praia de Punta del
Este.
Sem
apresentar qualquer documento que comprovasse a exótica tese, o semanário se
baseava em boatos ouvidos de guias turísticos. Em que pese a falta de provas, a
negativa do ex-presidente e o fato de Lula jamais ter pisado em Pubta desde que
deixou a Presidência, em 2010, a revista não deixou de publicar matéria de capa
sobre o assunto. O jornalista da TV Globo Alexandre Garcia, então, deixou-se
enganar pelo boato, e passou também a espalha-lo.
Semanas
depois, visivelmente constrangido, Garcia publicou um desmentido de si mesmo. O
áudio gravado pelo jornalista pode ser ouvido aqui. Já a revista Isto É ainda
não se manifestou publicamente sobre o assunto.
- "Lula
pediu favores a Gilmar Mendes"; o próprio ministro desmente anos depois
Em
junho de 2012, a revista Veja acusou Lula de ter pressionado o ministro do STF
Gilmar Mendes para adiar o julgamento do mensalão. Nelson Jobim, ex-deputado,
ex-ministro do Supremo e ex-ministro da Justiça e da Defesa, que acompanhou o
encontro, e Lula sempre negaram essa versão. Gilmar Mendes deixou a imprensa
fazer barulho sobre o assunto, mas quando o Ministério Público quis ouvi-lo
sobre o caso, não foi depor.
Anos
depois, ao explicar o motivo de ter pego uma carona com o presidente em
exercício, Michel Temer, até Portugal, onde o jurista queria passar férias,
Mendes acabou provando o que Lula e Nelson Jobim diziam.
Em
entrevista ao jornal O Globo, tratando do assunto, ele deixou claro que Lula
nunca lhe pediu nada. "Jantei inúmeras vezes com Lula no Palácio da
Alvorada, e as nossas mulheres sempre mantiveram um relacionamento de amizade.
Mas nunca acenei com facilidades, e Lula nunca me pediu nada"
- As mentiras
da vez: tríplex do Guarujá e sitio de Atibaia
Atualmente,
a mentira que se conta é a de que Lula seria dono de um apartamento no Guarujá
e de um sítio em Atibaia, no litoral e no interior de São Paulo,
respectivamente. Líder nas pesquisas de intenção de voto para as eleições
presidenciais de 2018, o ex-presidente sabe que o boato não será desmentido de
livre e espontânea vontade tão cedo.
Os
advogados de Lula não se cansam de provar na Justiça que essas não passam de
mais mentiras a serem somadas à extensa lista de que Lula é vítima. Em Atibaia,
Lula frequentava o sítio de amigos de décadas da família, mas o sítio não é dele,
mas sim de donos reconhecidos que comprovaram a origem dos recursos para
compra. E Lula ou sua família jamais foram donos, tiveram a chave ou usaram o
apartamento do Guarujá. Lula esteve lá uma única vez, e sua esposa duas vezes,
para avaliar se comprariam ou não o apartamento. Mais uma vez, como em todas as
outras, o tempo se encarregará de trazer a verdade à tona.
http://lula.com.br/mentiras-sobre-lula-tiveram-inicio-ha-mais-de-30-anos-veja-principais
Um comentário:
Lula tornou-se campeão de falsas acusações. Parabéns Jorge André Irion Jobim pelo belo texto. Mas, a lista de mentiras ainda não está completa. Por exemplo: O Lulinha é um dos donos da Oi, também é dono das Lojas Havan com filiais em quatro estados. O Lula praticou tráfico de influência depois que deixou o governo e muitas outras mentiras que se no Brasil houvesse justiça, o Lula estava milionário com as indenizações por calúnias e difamações. Mas, parece que o tiro está saindo pela culatra, quanto mais se acusa o Lula, menos se acredita nos mentirosos e isto tem tirado o sono da
burguesia.
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