A
Justiça brasileira, hoje, desmoralizou-se a um ponto nunca visto.
Por
manter Renan Calheiros, da mesma forma que se desmoralizaria – talvez não na mídia,
mas certamente no que resta do meio jurídico – – se tivesse afastado Renan.
A
sede de poder ilegítimo construiu este impasse para a Justiça Brasileira.
Ela,
que é parte do poder, resolveu arvorar-se em ser o Poder.
Como
dizem os gaúchos, entrou como leão para sair como cão.
Embora
inexplicavelmente voluntarista e inconstitucional nos seus fundamentos, a
decisão de Marco Aurélio Mello era perfeitamente alinhada com a postura
intervencionista que o Supremo, faz tempo, vem adotando.
Em
lugar de julgar atos, leis e decisões, passou a julgar – ainda que
indiretamente – pessoas.
O
próprio Judiciário absorveu o “espírito Moro”: não importa o por quê, não
importa o como, não importam os métodos: tem é de “pegar fulano ou pegar
beltrano, como o juiz de Curitiba.
Desde
a semana passada, Cunha era a “bola da vez”.
Tinha
“roído a corda” do acordo para não votar a punição a juízes e promotores por
abuso de autoridade.
O
que “foi pro saco” com o acordo para salvar sua cabeça.
Que
envolveu acordos e conchavos com Temer para levar à decisão de hoje.
A
Ministra Cármem Lúcia, que reclamou de Renan chamar um juiz de “juizeco” já
conseguiu em pouco tempo à frente do Supremo, criar diante da opinião pública
uma expressão que ninguém dirá, mas está em todas as mentes: ministrecos.
http://www.tijolaco.com.br/blog/o-abismo-que-justica-cavou-sobre-seus-pes/
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