A
enxurrada de notícias de corrupção em que o protagonista é Temer remete a uma
situação que o país enfrentou há pouco tempo.
Temer
é o novo Eduardo Cunha.
Chegou
um momento em que não só os brasileiros se perguntavam como diante de tantas
provas colossais de crime Cunha permanecia na presidência da Câmara. Também o
mundo se intrigava com a impunidade. Para a imagem do Brasil perante a
comunidade internacional, foi um horror.
Temer
repete Cunha.
Esta
sexta foi particularmente sinistra para ele. A informação de que ele pediu - e
levou - 10 milhões de reais da Odebrecht para favorecê-la tem um poder
destruidor parecido com a revelação das contas secretas de Cunha na Suíça.
A
notícia veio num vazamento da delação de um ex-executivo da Odebrecht. Temer
não estava sozinho. Praticamente todos os seus homens de confiança do PMDB
foram citados no vazamento, de Padilha a Jucá, de Moreira Franco a Geddel, e
por aí afora. Renan também entrou na dança. E claro que Cunha não poderia
faltar. Cunha é tratado como Caranguejo pela Odebrecht. Os codinomes são uma
das atrações do vazamento. Renan, por exemplo, é Justiça. Jucá é Caju. Moreira
Franco é Angorá.
O
delator deixou claro que todo o dinheiro dado tinha como contrapartida
vantagens para a construtora. Nada era de graça. Nada era fraternal. Tudo era
combinado nas minúcias - e cobrado por ambas as partes.
Não
é apenas Temer que fica inviável com a delação da Odebrecht: é o PMDB como um
todo no poder.
Foi
uma aposta da plutocracia que não deu certo. Uma suposta ponte que logo se
revelou uma pinguela. Um homem menor que o Brasil, para usar a grande definição
de Dilma, e cercado de gente da mesma estatura.
Parece
piada que Temer foi a resposta para o “combate” - aspas e risada - à corrupção
do governo Dilma. (Foram quase 40 políticos mencionados no vazamento. Dilma não
estava na lista.)
Só
um governo legítimo, sagrado pelas urnas, pode tirar o país do caos profundo a
que foi levado por uma conspiração de homens brancos, velhos, ricos e
corruptos.
Isso
quer dizer duas coisas, fundamentalmente:
1)
Temer fora já.
2)
Diretas já.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-delacao-da-odebrecht-faz-de-temer-um-morto-vivo-por-paulo-nogueira/
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