Justiça
manteve decisão que suspende a venda de campos da estatal. "A gente
acredita que muitos desses negócios vão ser completamente suspensos, até porque
as empresas que estão negociando estão encontrando total insegurança
jurídica", afirmou o diretor do Sindipetro AL/SE.
Na Reuters
Justiça mantém decisão
que suspende venda de campos da Petrobras
Por Marta Nogueira
A
Justiça Federal rejeitou, em segunda instância, recurso da Petrobras e manteve
a suspensão do processo de venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde para a
australiana Karoon, em mais uma decisão que ameaça o plano de desinvestimentos
da estatal.
Os
campos, situados nas bacias de Santos e de Campos, respectivamente, teriam
potencial de garantir parcela importante da meta de vendas de ativos de 15,1
bilhões de dólares no biênio 2015-2016, um objetivo que parece ficar mais
distante a menos de duas semanas do final do ano.
A
Petrobras, que busca desinvestimentos para reduzir seu endividamento, anunciou
acordos até o momento de pouco mais de 11 bilhões de dólares no biênio.
A
decisão foi tomada no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), segundo
informações o Sindipetro Alagoas Sergipe (AL/SE), responsável pela ação contra
a Petrobras.
A
Karoon confirmou a decisão da Justiça, em nota ao mercado nesta terça-feira, e
destacou que qualquer nova decisão sobre o caso somente será tomada no próximo
ano, uma vez que a Justiça no Brasil entrou em recesso.
Já
a Petrobras não respondeu imediatamente um pedido de comentários.
A
decisão judicial ainda poderá trazer incertezas aos investidores interessados
em participar do segundo leilão de áreas do pré-sal, sob regime de partilha de
produção, previsto para meados de 2017, já que um dos quatro ativos ofertados
será uma área adjacente ao campo de Tartaruga Verde.
A
Petrobras informou em outubro que estava em negociação com a Karoon Gas
Australia para a venda de 100 por cento do campo de Baúna, localizado em lâmina
d'água rasa no pós-sal da Bacia de Santos, e de 50 por cento de Tartaruga
Verde, no pós-sal da Bacia de Campos, em lâmina d'água profunda.
Na
ocasião, a empresa não revelou valores negociados.
A
Petrobras tem buscado negociar principalmente aqueles ativos que ainda
demandarão muitos recursos, o que é o caso de Tartaruga Verde, que se encontra
em estágio inicial de desenvolvimento.
Já
o campo de Baúna está em operação desde fevereiro de 2013 e produz atualmente
cerca de 45 mil barris por dia.
META EM RISCO?
O
Sindipetro AL/SE já impetrou um total de sete ações contra a venda de ativos da
Petrobras e vem obtendo vitórias.
"A
gente acredita que muitos desses negócios vão ser completamente suspensos, até
porque as empresas que estão negociando estão encontrando total insegurança
jurídica", afirmou o diretor do Sindipetro AL/SE e da Federação Nacional
dos Petroleiros (FNP) Bruno Dantas.
Além
das ações na Justiça, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou uma medida
cautelar que proíbe a Petrobras de assinar novos contratos de venda de ativos e
de iniciar novos processos de alienação, mas liberou a estatal para concluir
alguns desinvestimentos que estavam em fase final.
A
cautelar, publicada no início de dezembro, permitiu o prosseguimento dos
desinvestimentos de cinco projetos, incluindo os campos de Baúna e Tartaruga,
transação que tem encontrado barreiras na Justiça.
Além
disso, o TCU permitiu a venda do Complexo Químico de Suape, dois ativos de
biocombustíveis e um ativo na área de águas profundas fora do Brasil, segundo
informou o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em uma entrevista ao jornal
O Globo.
Na
semana passada, a empresa fechou acordo com a São Martinho para venda de sua
fatia de 49 por cento na produtora de etanol Nova Fronteira, por um valor
estimado de 133 milhões de dólares.
Além
disso, a empresa informou anteriormente negociações com a Tereos Internacional
para a venda da participação de 45,9 por cento da Petrobras Biocombustível na
empresa do setor sucroenergético Guarani.
http://www.ocafezinho.com/2016/12/20/nova-vitoria-da-sindipetro-contra-venda-de-ativos-da-petrobras/
Nenhum comentário:
Postar um comentário