A
presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármem Lúcia, disse hoje que é preciso
evitar que se desacredite no Estado e se parta para “fazer justiça dom as
próprias mãos”, afirmando que “é democracia ou guerra” e que o papel dos juízes
é (o de) pacificar.
A
pergunta inevitável é se o juiz Sérgio Moro, cujo nome é gritado por um grupo
que invade o Congresso e por multidões que saem às ruas , com seu retrato – que
também está em outdoors em todo o país – pedindo o fechamento do Congresso
(embora este tenha se prestado afastar a presidente eleita) está fazendo o
papel de pacificador.
Pois
o mínimo que se podia esperar de um juiz – e lá atrás – é que condenasse
agressões às instituições, não é?
Mas,
ao contrário, Moro, há meses atrás, já mandava manifestações de agradecimento
aos que iam às ruas pedir a derrubada de Dilma Rousseff e exibiam seu nome e
retrato.
Moro
tem todo o direito de ter pretensões político eleitorais, se as tem.
Mas
não à custa e promovido por sua atuação como juiz e muito menos sendo leniente com quem o faz.
O
juiz representa o Estado e o Estado representa a todos, sem distinção.
Todo
este verdadeiro culto à personalidade ocorreu nas barbas do STF e do Conselho
Nacional de Justiça, que a Ministra Cármem preside.
Há
ali um Código de Ética, que impõe que o magistrado “deve evitar comportamentos
que impliquem a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social”, e
que “deve comportar-se na vida privada de modo a dignificar a função, cônscio
de que o exercício da atividade jurisdicional impõe restrições e exigências
pessoais distintas das acometidas aos cidadãos em geral”.
Será
que, depois de tudo o que está ocorrendo, a Dra. Cármem definiria Moro como “um
pacificador”?
A
não ser que ela ache – o que não creio – que a parte do Estado a ser defendida
é apenas o Judiciário que, aliás, goza de privilégios que, aos demais
servidores, seriam escandalosos.
http://www.tijolaco.com.br/blog/ministra-carmem-o-dr-moro-e-um-pacificador/
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