Concluímos
13 anos de governo fazendo grandes mudanças na realidade social e econômica,
cultural e tecnológica do País. O golpe parlamentar-jurídico-midiático, além de
ferir profundamente a democracia, interrompeu um ciclo virtuoso de conquistas
que tiraram o nosso país do Mapa da Fome, incluiu milhões de famílias nas
relações econômicas e sociais e colocaram o Brasil na mesa das decisões
mundiais nos fóruns internacionais.
Mudamos
a correlação de forças política , diplomática e economicamente no continente e
começamos a eliminar as desigualdades regionais e sociais dando curso e
democratização do Estado e da sociedade brasileira. Avançamos na integração
latino americana e caribenha, construindo uma caminho concreto de inserção
soberana da região no mundo globalizado.
O
PT protagonizou este processo mudancista assentado em pressupostos político
-ideológicos a serem avaliados em sua dimensão, alcance e limites, a fim de
extrairmos lições da experiência mudancista . Deveremos também extrair experiências
dos erros cometidos e das omissões, além das oportunidades perdidas. A derrota
que nos foi infligida , seja pelos nossos erros ou pelos acertos dos
adversários, merece ser ampla e profundamente analisada, e novas estratégias
devem ser debatidas, concertadas e aprovadas no 6o. Congresso do partido,
conforme convocação aprovada por unanimidade pelo Diretório Nacional em
setembro passado .
Somos
um partido de esquerda, democrático, plural e de massas. Essas características,
somadas à profundidade da derrota sofrida, requer de todos e de cada militante,
suas correntes internas de opinião, um exercício forte de compromisso com a
construção do consenso, da unidade, no mais profundo espírito democrático e
participativo. Entendemos , dessa maneira, que o 6o. Congresso não pode ser,
desde seu inicio, um processo de ajuste interno de contas ou de tentativa de
destruição interna de opiniões, pensamentos e grupos. Não poucas vezes, a
história da esquerda , no mundo e no Brasil, traz exemplos de divisões insuperáveis
que levaram ao aniquilamento de relevantes instrumentos de luta da classe
trabalhadora.
Dessa
forma, a corrente interna CNB - Construindo um novo Brasil - apresentou ao
Diretório Nacional do PT, no último dia 10 de novembro, uma proposta de metodologia
do 6o. Congresso, que buscou construir a unidade e dialogar com os temas em
debate no último período. Outras correntes de opinião como o Movimento PT e o
Novo Rumo se juntaram a esse esforço de construção de unidade , com importantes
ponderações, adendos e contribuições, o que resultou em proposta aprovada por
65% de votos pelo DN/PT.
Nosso
Partido deve ser chacoalhado a partir da base até o topo, inaugurando o
processo congressual já em dezembro deste ano e culminando em abril de 2017 com
a realização do Congresso Nacional. Queremos que seja um riquíssimo processo de
debates, à altura da história do PT como protagonista da transformação e da
democracia, com um balanço sincero de erros e acertos, com uma atualização
estratégica para a renovação da esperança e para a reconstrução do sonho e da
utopia. Também queremos que seja um momento vigoroso de enfrentamento à
tentativa de aniquilamento que nosso Partido e nossas lideranças sofrem, em
especial o Presidente Lula.
Em
março de 2017, em nível municipal, as direções municipais serão eleitas pelo
voto direto e secreto de cada filiado ou filiada, no processo das Diretas do PT
(PED). Nessa mesma ocasião, serão eleitos delegados e delegadas aos congressos
estaduais, em chapas inscritas previamente, também pelo voto direto e secreto
de cada um. Os delegados ao Congresso Nacional serão eleitos nos congressos
estaduais.
A
Direção Nacional e as direções estaduais excepcionalmente serão eleitas em
congressos, entre final de março e abril, por um período de transição de 2 anos
( 2017-2019), por proposta aprovada por maioria no DN/PT , e caso aprovada essa
excepcionalidade pelos delegados/as ao Congresso Nacional.
As
Diretas do PT (PED) , dessa forma, não foram extintas, ao contrário do que
alguns órgãos de imprensa divulgaram , até mesmo por que isso teria que ser
aprovado em um congresso especificamente convocado para este fim. E mais, o
Diretório Nacional , na definição da pauta do 6o. Congresso em 11 de novembro,
excluiu explicitamente esse item do temário.
Tendo
em vista que somos um partido de esquerda , de massas e democrático, a
convocação do 6o. Congresso será feita a partir do temário definido pelo
Diretório Nacional, em torno do qual se apresentarão teses que serão objeto de
debates e de eleição dos delegados e delegadas. Debateremos o cenário
internacional e nacional, o balanço de nossos governos, a estratégia política e
o programa, bem como o funcionamento do PT e a organização partidária, exceto o
PED.
Além
disso, queremos ampliar a participação à sociedade no processo congressual.
Desde 2013, muito se falou acerca das novas mobilizações e dos novos atores
sociais surgidos desde então. A própria eleição de 2014, em seu segundo turno,
trouxe numerosos setores e movimentos que, embora não militantes petistas ou de
partidos de esquerda, se incorporaram à campanha eleitoral pelo seu programa e
pelo projeto construído e defendido pelo PT e aliados. O mesmo na luta contra o
golpe e contra o impeachment da presidenta Dilma. Devemos ter a abertura para
trazer esses novos protagonistas sociais para nosso debate congressual, sem
pretensões de incorporação, mas com a humildade para ouvir e tomar em
consideração suas contribuições, críticas e opiniões.
Assim,
na composição dos congressos municipais, estaduais e nacional , o Diretório
Nacional deliberou por assegurar a participação de convidados e observadores
dos movimentos sociais, intelectuais e ativistas não filiados ao PT na
proporção mínima de 10% da composição de delegados e delegadas.
Da
mesma maneira , o temário será aberto amplamente à reflexão dos filiados e
militantes sobre nosso percurso até aqui, o temário do congresso, os nossos
desafios imediatos e históricos, através de debates obrigatórios desde o nível
municipal e com a contribuição da nossa fundação partidária , a Fundação Perseu
Abramo.
Trabalharemos
incansavelmente para renovar e fortalecer o PT, para derrotar o governo
golpista e suas propostas de retirada de direitos duramente conquistados pela
população. Lutamos pelo Brasil , pela democracia, pela justiça social, sempre
junto com nosso povo. Esse é o desafio de cada petista deste imenso e lindo
país, assim como do exterior também!
Mônica Valente
Mônica
Valente é militante da CUT e do PT , atual Secretária de Relações
Internacionais do PT, membro da coordenação da corrente CNB - Construindo um
novo Brasil.
http://jobhim.blogspot.com.br/2016/11/pt-um-congresso-para-renovar-esperancas.html
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/265143/PT-um-congresso-para-renovar-esperan%C3%A7as-e-atualizar-estrat%C3%A9gias.htm
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