sábado, 12 de novembro de 2016

PT: UM CONGRESSO PARA RENOVAR ESPERANÇAS E ATUALIZAR ESTRATÉGIAS

Concluímos 13 anos de governo fazendo grandes mudanças na realidade social e econômica, cultural e tecnológica do País. O golpe parlamentar-jurídico-midiático, além de ferir profundamente a democracia, interrompeu um ciclo virtuoso de conquistas que tiraram o nosso país do Mapa da Fome, incluiu milhões de famílias nas relações econômicas e sociais e colocaram o Brasil na mesa das decisões mundiais nos fóruns internacionais.

Mudamos a correlação de forças política , diplomática e economicamente no continente e começamos a eliminar as desigualdades regionais e sociais dando curso e democratização do Estado e da sociedade brasileira. Avançamos na integração latino americana e caribenha, construindo uma caminho concreto de inserção soberana da região no mundo globalizado.

O PT protagonizou este processo mudancista assentado em pressupostos político -ideológicos a serem avaliados em sua dimensão, alcance e limites, a fim de extrairmos lições da experiência mudancista . Deveremos também extrair experiências dos erros cometidos e das omissões, além das oportunidades perdidas. A derrota que nos foi infligida , seja pelos nossos erros ou pelos acertos dos adversários, merece ser ampla e profundamente analisada, e novas estratégias devem ser debatidas, concertadas e aprovadas no 6o. Congresso do partido, conforme convocação aprovada por unanimidade pelo Diretório Nacional em setembro passado .

Somos um partido de esquerda, democrático, plural e de massas. Essas características, somadas à profundidade da derrota sofrida, requer de todos e de cada militante, suas correntes internas de opinião, um exercício forte de compromisso com a construção do consenso, da unidade, no mais profundo espírito democrático e participativo. Entendemos , dessa maneira, que o 6o. Congresso não pode ser, desde seu inicio, um processo de ajuste interno de contas ou de tentativa de destruição interna de opiniões, pensamentos e grupos. Não poucas vezes, a história da esquerda , no mundo e no Brasil, traz exemplos de divisões insuperáveis que levaram ao aniquilamento de relevantes instrumentos de luta da classe trabalhadora.

Dessa forma, a corrente interna CNB - Construindo um novo Brasil - apresentou ao Diretório Nacional do PT, no último dia 10 de novembro, uma proposta de metodologia do 6o. Congresso, que buscou construir a unidade e dialogar com os temas em debate no último período. Outras correntes de opinião como o Movimento PT e o Novo Rumo se juntaram a esse esforço de construção de unidade , com importantes ponderações, adendos e contribuições, o que resultou em proposta aprovada por 65% de votos pelo DN/PT.

Nosso Partido deve ser chacoalhado a partir da base até o topo, inaugurando o processo congressual já em dezembro deste ano e culminando em abril de 2017 com a realização do Congresso Nacional. Queremos que seja um riquíssimo processo de debates, à altura da história do PT como protagonista da transformação e da democracia, com um balanço sincero de erros e acertos, com uma atualização estratégica para a renovação da esperança e para a reconstrução do sonho e da utopia. Também queremos que seja um momento vigoroso de enfrentamento à tentativa de aniquilamento que nosso Partido e nossas lideranças sofrem, em especial o Presidente Lula.

Em março de 2017, em nível municipal, as direções municipais serão eleitas pelo voto direto e secreto de cada filiado ou filiada, no processo das Diretas do PT (PED). Nessa mesma ocasião, serão eleitos delegados e delegadas aos congressos estaduais, em chapas inscritas previamente, também pelo voto direto e secreto de cada um. Os delegados ao Congresso Nacional serão eleitos nos congressos estaduais.

A Direção Nacional e as direções estaduais excepcionalmente serão eleitas em congressos, entre final de março e abril, por um período de transição de 2 anos ( 2017-2019), por proposta aprovada por maioria no DN/PT , e caso aprovada essa excepcionalidade pelos delegados/as ao Congresso Nacional.

As Diretas do PT (PED) , dessa forma, não foram extintas, ao contrário do que alguns órgãos de imprensa divulgaram , até mesmo por que isso teria que ser aprovado em um congresso especificamente convocado para este fim. E mais, o Diretório Nacional , na definição da pauta do 6o. Congresso em 11 de novembro, excluiu explicitamente esse item do temário.

Tendo em vista que somos um partido de esquerda , de massas e democrático, a convocação do 6o. Congresso será feita a partir do temário definido pelo Diretório Nacional, em torno do qual se apresentarão teses que serão objeto de debates e de eleição dos delegados e delegadas. Debateremos o cenário internacional e nacional, o balanço de nossos governos, a estratégia política e o programa, bem como o funcionamento do PT e a organização partidária, exceto o PED.

Além disso, queremos ampliar a participação à sociedade no processo congressual. Desde 2013, muito se falou acerca das novas mobilizações e dos novos atores sociais surgidos desde então. A própria eleição de 2014, em seu segundo turno, trouxe numerosos setores e movimentos que, embora não militantes petistas ou de partidos de esquerda, se incorporaram à campanha eleitoral pelo seu programa e pelo projeto construído e defendido pelo PT e aliados. O mesmo na luta contra o golpe e contra o impeachment da presidenta Dilma. Devemos ter a abertura para trazer esses novos protagonistas sociais para nosso debate congressual, sem pretensões de incorporação, mas com a humildade para ouvir e tomar em consideração suas contribuições, críticas e opiniões.

Assim, na composição dos congressos municipais, estaduais e nacional , o Diretório Nacional deliberou por assegurar a participação de convidados e observadores dos movimentos sociais, intelectuais e ativistas não filiados ao PT na proporção mínima de 10% da composição de delegados e delegadas.

Da mesma maneira , o temário será aberto amplamente à reflexão dos filiados e militantes sobre nosso percurso até aqui, o temário do congresso, os nossos desafios imediatos e históricos, através de debates obrigatórios desde o nível municipal e com a contribuição da nossa fundação partidária , a Fundação Perseu Abramo.

Trabalharemos incansavelmente para renovar e fortalecer o PT, para derrotar o governo golpista e suas propostas de retirada de direitos duramente conquistados pela população. Lutamos pelo Brasil , pela democracia, pela justiça social, sempre junto com nosso povo. Esse é o desafio de cada petista deste imenso e lindo país, assim como do exterior também!

Mônica Valente

Mônica Valente é militante da CUT e do PT , atual Secretária de Relações Internacionais do PT, membro da coordenação da corrente CNB - Construindo um novo Brasil.

http://jobhim.blogspot.com.br/2016/11/pt-um-congresso-para-renovar-esperancas.html


https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/265143/PT-um-congresso-para-renovar-esperan%C3%A7as-e-atualizar-estrat%C3%A9gias.htm

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