Sitiada
por um sindicato de corruptos
Ninguém
falou agora do seguinte: como fica Dilma no meio desta sujeira toda que foi e é
o processo de impeachment?
A
decência impõe que o impeachment seja anulado e Dilma reconduzida ao lugar de
onde foi retirada por um bando de corruptos: o Palácio do Planalto.
Os
fatos conhecidos sobre o impeachment são estarrecedores. As declarações
gravadas de Romero Jucá confirmam plenamente a péssima impressão causada na já
histórica sessão da Câmara que votou pelo sim.
O
pior pecado depois do pecado é a publicação do pecado, escreveu Machado de
Assis. Este é o golpe. Era uma trama sinistra, mas seus autores podiam fingir
que não era. Agora não dá mais. O pecado foi publicado. É de ciência de todos.
Uma
mulher honesta sitiada por homens desonestos desde que ganhou de Aécio. Como
ela poderia governar? No Congresso, Eduardo Cunha liderava com seus métodos de
bandido psicopata o movimento para derrubá-la, auxiliado por capangas como
Aécio e Serra.
Nos
subterrâneos, o vice Temer conspirava. Toda a mídia, como disse Jucá, se
engajou no golpe. Ministros do STF se juntaram aos golpistas, na narrativa crua
de Jucá.
Na
Lava Jato, Moro promovia operações tratadas como circos espetaculares pela
Globo, e destinadas a minar Dilma.
Manifestações
de analfabetos políticos manipulados pela mídia receberam da mesma Globo um
tratamento delirantemente vip.
Sabotagem,
sabotagem e ainda sabotagem.
Um
pedido de impeachment estapafúrdio foi aceito por Cunha apenas como vingança
por não ter sido apoiado pelo PT na comissão de ética que discute suas
múltiplas delinquências.
Era
um pedido tão sem nexo que arrolou como razão de impeachment as chamadas
pedaladas fiscais, práticas contábeis comuníssimas na política nacional.
Os
juristas responsáveis pelo pedido de impeachment se revelaram duas das piores
coisas que o direito brasileiro jamais produziu: Hélio Bicudo e Janaína
Paschoal.
Não
houve uma só etapa do impeachment que não estivesse manchada de lama, para não
falar das bizarrices. Numa das maiores delas, Teori esperou uma eternidade para
atender ao pedido de afastamento de Cunha. Os argumentos da Procuradoria Geral
eram tais e tantos que foi solicitada uma pena de 138 anos de cadeia para
Eduardo Cunha.
Mesmo
assim, ele conduziu todo o processo na Câmara, dando a ele uma velocidade
inversa à que deu nos trabalhos da comissão de ética que pode e deve cassá-lo.
Teori
agiu incrivelmente tarde. E não só então. Desde março está em suas mãos a
homologação da delação premiada de Sérgio Machado, e é nela que está a conversa
em que Jucá desmascara, involuntariamente, o golpe.
Teori
parece não ter sentido algum de urgência. É como se estivéssemos numa crise
corriqueira na Suécia, e não numa dramática, sanguinolenta tentativa de golpe
contra uma mulher íntegra que ousou combater a corrupção.
Tudo
isso posto, o Brasil deve desculpas de joelhos a Dilma pela injustiça desumana
que fez a ela.
E
deve também devolvê-la ao posto a que ela chegou pelos votos de 54 milhões de
pessoas.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-brasil-deve-pedir-desculpas-a-dilma-e-reconduzi-la-ao-lugar-de-onde-foi-tirada-por-um-bando-de-corruptos-por-paulo-nogueira/
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