Para a filósofa e escritora Marcia Tiburi, o
uso da imagem da primeira-dama, Marcela Temer, alçada nesta semana ao centro do
palco no lançamento do programa Criança Feliz, serve para “enfeitar” o governo
e “acobertar e desviar o olhar da população daquilo que realmente importa”. Em
entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (7), Marcia afirma que “o
ridículo político venceu” e que Temer “se esconde atrás da barra da saia de uma
mocinha loira com quem ele casou”.
“No Brasil, o ridículo político venceu. Não
nas eleições, venceu na luta indigna que foi o golpe de estado, e esse golpe
midiático continua”, diz a filósofa, que acredita que o povo brasileiro, acostumado
a assistir telenovelas, vai acompanhar com o mesmo espírito a “primeira-dama
fazendo sua pequena cena”.
Em sua visão, o resgate do
“primeiro-damismo”, o papel decorativo exercido pela mulher do presidente em
questão, é símbolo de um governo arcaico e ultrapassado. “É a política ‘jeca’
que a gente tem hoje. Marcela Temer é o retorno daquilo que há de mais arcaico,
cafona e jeca, do ponto de vista estético, mas que corresponde à ética e à
política que está em jogo no Brasil, que é arcaica, ultrapassada e não condiz
com o sentido da democracia.”
Marcia Tiburi avalia que essa empreitada de
comunicação pode representar “tiro no pé”, e lembra repercussão negativa de
perfil da primeira-dama, publicado pela revista Veja, que cunhou a expressão
‘bela, recatada e do lar’ e virou motivo de piada na internet, e seu conteúdo
repudiado por coletivos feministas. A medida também seria insuficiente para que
o povo passe a respeitar e gostar da figura do presidente. “Temer quando se
pronuncia leva a pecha de ridículo. Ele é o ridículo político.”
Da rba:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/utilizacao-politica-da-imagem-de-marcela-temer-e-simbolo-de-um-governo-arcaico-e-ultrapassado-diz-marcia-tiburi/
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