Para
mim, é incrível que qualquer pessoa com respeito à ideia de Justiça possa
considerar normal o que é retratado hoje, em reportagem do Estadão que relata
como uma legião de advogados passa dias e semanas, como num negócio
empresarial, num toma-lá-dá-cá com procuradores da República, pechinchando
meses ou anos de cadeia para dezenas de executivos da Odebrecht.
É,
simplesmente, nojento imaginar que a culpa por crimes de corrupção possa estar
sendo leiloada assim, na base do “me dá fulano que eu tiro um ano de pena”.
Até
porque, em muitos casos, a “prova” a ser oferecida é dizer que deu, prometeu,
ajudou ou, mesmo, transforma aquilo que foi doado em contrapartida de qualquer
coisa que se deseje dizer que foi.
A
Justiça transformou-se num “mercadão” e o que se faz no mercado é mercadejar…
É
possível não ficar chocado com o grau de poder que têm servidores que podem por
e tirar da cadeia, aumentar ou reduzir penas, com total autonomia, na prática,
porque juiz algum deixará de homologar “delações premiadas” a esta altura.
A
lei virou um papel que se negocia ao melhor preço.
http://www.tijolaco.com.br/blog/o-mercadao-da-delacao/
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