"O
mundo atravessa uma transição energética que está desencadeando uma nova
disputa global. A matriz elétrica irá ganhando preeminência e, nesse plano,
entre outros elementos, o lítio cobrará uma singular importância", escreve
Elissandro dos Santos Santana, colunista, ambientalista, e membro do Conselho
Editorial da Revista Letrando, em artigo publicado por EcoDebate, 04-10-2016.
Eis o artigo.
O
mundo atravessa uma transição energética que está desencadeando uma nova
disputa global. A matriz elétrica irá ganhando preeminência e, nesse plano,
entre outros elementos, o lítio cobrará uma singular importância. 80% mais
rentável e mais fácil de extrair estão no Chile, na Bolívia e na Argentina, um
novo desafio que já inquieta a região.
Bruno
Fornillo, Doutor em Ciências Sociais, pesquisador do Conicet e autor do livro
“Sudamérica Futuro”, explicou o que significarão, nas próximas décadas, as
mudanças na matriz energética. Para Fornillo, existe a possibilidade de um novo
jogo geopolítico onde os países centrais busquem como aconteceu no passado, um
novo tipo de dominação sobre os países subdesenvolvidos (muitas vezes, donos
dos recursos em questão), desta vez, baseado no mercado das energias não
renováveis. Neste contexto, o especialista se referiu, ademais, ao papel que
exerce a China nesta chamada “terceira revolução industrial”. “Junto com
Alemanha e com os Estados Unidos, China está na vanguarda de tudo o que
signifique desenvolvimento verde”, admitiu.
Por
outro lado, o jornalista David Brooks, correspondente do jornal mexicano La
Jornada, em Nova Iorque, explicou as sérias dificuldades que possuem os
partidos não tradicionais para concorrerem nas eleições presidenciais
estadunidenses. “Os partidos Democrata e Republicano desenharam as regras do
jogo, de tal modo que mantêm o controle do poder”, afirmou. Segundo Brooks,
nestas eleições – “as mais desprestigiadas pelos cidadãos na história
recente”–, a carta principal que jogam tanto Clinton como Trump é a do ódio
contra o outro.
Neste
programa, também se analisou a decisão da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do
Uruguai de assumirem, por decreto, a presidência rotativa do bloco Mercosul,
que está exercendo e lhe corresponde, a Venezuela, desde julho passado. Os
quatro países advertiram que se a Venezuela não adota as regras de
compatibilidade faltantes pode ficar suspensa. Caracas relembrou que os
estatutos do Mercosul informam que qualquer decisão deve ser tomada por
consenso e que “a Tríplice Aliança viola a legalidade do Mercosul”. Esta crise
é interpretada por muitos especialistas como um ataque dos novos governos de
direita contra a Venezuela por suas políticas socialistas.
Em
Voces del Mundo se informou sobre outras duas questões de importância. A
primeira foi a apresentação do Ministério Público Brasileiro contra o
ex-presidente Lula da Silva e sua esposa. Ele é acusado de ser “o principal
comandante da corrupção na Petrobrás” em um momento em que certos setores
judiciais estão contra os governos progressistas da região. A segunda foi a
decisão do novo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, de adotar uma
política “independente” dos interesses de Washington. Por esta razão, cancelou
os exercícios conjuntos com o Pentágono no estratégico Mar da China, solicitou
a retirada das tropas norte-americanas da base militar em Mindanao e pôs fim à
dependência das Filipinas em relação à indústria de armas dos EUA, anunciando a
compra de armas da Rússia e da China, em condições mais favoráveis.
Revista
ihu on-line
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/560801-a-encruzilhada-do-litio-a-chave-do-futuro-ou-uma-nova-escravidao-para-a-america-do-sul
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