É
um show de infâmia! Não se contentaram em afastar uma presidenta eleita com 54
milhões de votos sem prova de crime. Agora, em um patético espetáculo montado
em Curitiba, revela-se o intento: querem inabilitar Lula para 2018. Querem
inabilitar as urnas.
Está
posta a tentativa de golpe continuado. Desnuda-se a intenção desse jogo espúrio
dos que tramam a tomada de direitos dos trabalhadores e a entrega do país aos
interesses internacionais: imaginam que podem decidir entre eles quem será o
candidato a dar continuidade a esse programa antipopular, antidemocrático e
ilegítimo de Michel Temer.
Agora
ficou definitivamente claro que o golpe não foi somente contra Dilma e seu
governo. Na verdade, a regressividade elitista em curso pretende suprimir a
possibilidade da vontade coletiva de uma força popular se exprimir através de
um líder carismático como Lula e de um partido político de massas como o PT
abrir brechas no nosso oligarquizado sistema político. É muito grave o que
pretendem fazer: trata-se de congelar o sistema político, torná-lo impermeável
às forças dinâmicas da sociedade, a exemplo do que foi o Brasil no Segundo
Império (1840-1889) e na República Velha(1889-1930).
As
tentativas nesta direção estão sendo dadas na conspiração de inabilitação dos
direitos políticos de Lula, impossibilitando o maior líder popular brasileiro
de concorrer às eleições presidenciais de 2018. Depois, se a manobra de aplicar
um cartão vermelho em Lula não for exitosa, resta tirar um último coelho na
cartola: a chamada "solução parlamentarista", que definitivamente
selaria o domínio de nosso sistema político pela plutocracia econômica e as
carcomidas oligarquias regionais.
Esse
embuste não vai se sustentar. A reação já está nas ruas. Vamos continuar
denunciando o golpe, vamos continuar mostrando a farsa ao mundo, que, a
propósito, já reconhece a deposição sem crime de Dilma e a inquisição a que
está sendo submetido Lula.
Não
se mata um ideal. Não se apaga um legado de políticas públicas de distribuição
de renda e de proteção dos direitos trabalhistas.
Atacam
Lula e tentam incriminá-lo por preconceito e ódio. Lula representa tudo o que a
elite sectária, parceira do golpe, mais odeia. Lula é aquela pobre criança do
sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos 5 anos, mas que sobreviveu.
Lula é aquele miserável retirante que foi para São Paulo buscar, contra todas
as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu.
Para
essa elite, Lula é aquele candidato que não deveria ter vencido as eleições,
mas venceu. É aquele eleito que não deveria ter tomado posse, mas tomou. É
aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário.
Lula
é o excluído que devia ter ficado em seu lugar, mas não ficou. Construiu
esperança para os brasileiros; é também um exemplo e inspiração internacional
de políticas de inclusão social. Lula é esse fantástico novo Brasil que ele
ajudou tanto a construir e que, agora, corremos o risco de ver desconstruído.
Lula
é vítima de uma campanha por parte de quem nunca se conformou com um pobre
viajando de avião, que não concorda com a filha da empregada estar na faculdade
do seu filho, que torce o nariz para a nova realidade de a trabalhadora
doméstica não ser mais uma semiescrava, que possui direitos, e, sim, sabe
defendê-los.
Nos
governos Lula e Dilma o Brasil saiu do Mapa da Fome. Com o Brasil Sem Miséria,
36 milhões de brasileiros deixaram a situação de pobreza extrema. A política de
salário mínimo deu ao povo poder de compra e garantiu a melhoria da vida da
população trabalhadora. Democratizou-se o acesso ao ensino superior, à moradia
e à energia elétrica.
Esbraveje
elite sectária! Porque esse ódio não vai nos deter. Temos a responsabilidade
sobre esse legado; permaneceremos firmes na resistência contra o projeto
autoritário de retirada de direitos da classe trabalhadora. Inauguramos,
recentemente, nas ruas, uma oposição duríssima à ruptura democrática.
No
lado certo da história está o povo que não confia e não respeita o governo de
fantoches.
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/lindberghfarias/255794/Golpe-continuado.htm
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