Presidente
afastada diz à jornalista Claire Gatineau, enviada do jornal francês Le Monde a
Brasília, que "não há outra motivação" por trás de seu afastamento
que não "interromper a Operação Lava Jato para parar todas as investigações
relacionadas com a corrupção, a lavagem de dinheiro, a existência de caixa
dois"; "O outro interesse é de implantar uma agenda neoliberal",
aponta; para Dilma Rousseff, "nada justifica que os golpistas destituam um
governo para impedir a hemorragia política ligada às investigações";
Dilma, que manteve os direitos políticos com o fatiamento da votação do
impeachment, não descarta candidatura nas eleições de 2018; "Estou
pensando"
247
– Em entrevista à jornalista Claire Gatineau, enviada especial do jornal
francês Le Monde ao Palácio da Alvorada, em Brasília, após o processo de
impeachment, a presidente eleita e afastada Dilma Rousseff denuncia o que chama
de "uma guerra política, suja e hipócrita" o que acontece no Brasil.
O
jornal francês refere-se a Dilma como "ex-guerrilheira" e às
acusações contra ela de "manipulações contábeis usadas oficialmente para
causar a sua queda". "Este processo de impeachment é uma fraude. Uma
ruptura democrática, que cria um clima de insegurança nas instituições políticas
que afetam toda a América Latina", denuncia.
Para
Dilma, "não há outra motivação" por trás de seu afastamento:
"Interromper a Operação Lava Jato para parar todas as investigações
relacionadas com a corrupção, a lavagem de dinheiro, a existência de caixa dois
[para o financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais]".
"Eu
entendo que os eleitores estavam desapontados com todos os partidos
políticos", disse a presidente afastada. Para ela, sem leis adoptadas
desde a ascensão do PT ao poder, em 2003, que permitiu a independência dos
órgãos de investigação, "a polícia nunca conseguiu passar por cima do
sistema [de corrupção] na Petrobras".
"Nada
disso justifica que os golpistas destituam um governo para impedir a hemorragia
política ligada às investigações", afirma Dilma. "O outro interesse é
de implantar uma agenda neoliberal, que não fazia parte do nosso programa. Esse
processo de impeachment é uma fraude, uma ruptura democrática que cria um clima
de insegurança no seio das instituições políticas e afeta toda a América
Latina", acrescenta.
"Os
protagonistas do impeachment são a oligarquia brasileira", ressalta.
"O grupo dos mais ricos, os meios de comunicação, propriedade de 100
famílias, e dois partidos, o PSDB e o PMDB e, em particular, Eduardo
Cunha", cita. Na entrevista, a presidente afastada, que manteve os
direitos políticos com o fatiamento da votação do impeachment no Senado, não
descarta candidatura nas eleições de 2018. "Estou pensando".
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/253622/Ao-Le-Monde-Dilma-denuncia-%E2%80%9Cguerra-pol%C3%ADtica-suja-e-hip%C3%B3crita%E2%80%9D.htm
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