Advogado
de Dilma Rousseff no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo destacou
trechos de livros de Michel Temer e Gilmar Mendes, que definiu como
"ilustres constitucionalistas", para justificar que perda do mandato
e inabilidade são coisas diferentes; em entrevista coletiva à imprensa
internacional no Palácio da Alvorada, ele anunciou que a defesa entrará com um
novo recurso contra o impeachment no STF na próxima terça-feira 6
O
advogado José Eduardo Cardozo, que defendeu Dilma Rousseff no processo de
impeachment, anunciou nesta sexta-feira 2, durante coletiva à imprensa
internacional no Palácio da Alvorada, que a defesa entrará com um novo recurso
contra o impeachment no STF na próxima terça-feira 6.
Segundo
ele, serão questionados dois pontos: um que aponta que não foi respeitado o
devido processo legal, uma vez que o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG)
acrescentou uma denúncia depois de o processo já ter sido iniciado, e outro que
afirma que o processo não condiz com a constituição de 1988.
Em
sua fala, Cardozo comentou o fatiamento da votação no Senado, que acabou
mantendo com Dilma seus direitos políticos e de ocupar cargos públicos pelos
próximos oito anos. Para defender o resultado favorável a Dilma, ele citou dois
"ilustres constitucionalistas" e destacou trechos de seus livros:
Michel Temer e Gilmar Mendes.
Temer
disse em seu livro "Elementos de Direito Constitucional" que a perda
do cargo e a inabilitação são penas distintas. "O art. 52, parágrafo
único, fixa duas penas: a) perda do cargo; e b) inabilitação, por oito anos,
para o exercício de função pública. A inabilitação para o exercício de função
pública não decorre de perda do cargo, como à primeira leitura pode parecer.
Decorre da própria responsabilização. Não é pena acessória", diz o trecho,
lido por Cardozo.
O
agora presidente efetivo não gostou do fatiamento que beneficiou Dilma, assim
como o ministro do STF, que definiu o caso como "no mínimo, bizarro".
Antes, ele também se posicionou em livro de sua autoria sobre a distinção das
penas.
Assim
como a advogada da acusação no processo de impeachment, Janaina Paschoal,
Cardozo disse que os recursos apresentados por alguns partidos da base de Temer
ao STF contra o fatiamento da votação nessa sexta "podem anular toda a
decisão e implicaria no retorno de Dilma à Presidência e de Michel Temer à
situação de interinidade".
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/253217/Cardozo-usa-teses-de-Temer-e-Gilmar-para-defender-direitos-de-Dilma.htm
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