A
partir desta terça-feira (6), os bancários de todo o Brasil entram em greve por
tempo indeterminado contra a intransigência patronal. A pauta de reivindicação
da categoria foi entregue no início de agosto e, após cinco rodadas de
negociação, a federação dos banqueiros (Fenaban) fez uma contraproposta
humilhante e provocativa. Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 14,78%
(aumento real de 5%) e bancos propuseram apenas 6,5% – o que representa uma
perda nos salários de 2,8%, com base na inflação de 9,57%. Diante do impasse,
os bancários decidiram em assembleias enfrentar os agiotas financeiros, os
principais pivôs do “golpe dos corruptos” que têm como maior objetivo arrochar
os assalariados.
“A
proposta da Fenaban retoma a política de reajuste rebaixado que nos anos 1990
trouxe perdas à categoria. A defesa do emprego é uma das prioridades da
campanha 2016. Tivemos, entre janeiro a julho, o fechamento de mais de 7 mil
postos de trabalho, 35% a mais do que o mesmo período do ano passado. Além da
rotatividade, o setor também segue contratando o trabalhador com salário em
média 45% menor. Você acha justificável que o setor mais lucrativo do país
demita milhares de trabalhadores para reduzir custos? E ainda prometem demitir
mais este ano”, critica Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários
de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria.
Os
abutres do sistema financeiro ganharam muita grana nos últimos anos. Não há
qualquer crise no setor bancário. Nos primeiros seis meses do ano, o lucro
líquido dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa Econômica
Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander) atingiu a marca de R$ 29,7
bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela
Consultoria Economática o setor bancário foi o de maior lucratividade no
primeiro trimestre deste ano. As receitas com prestação de serviços e tarifas
bancárias cresceram 8,7% atingindo o valor de R$ 55 bilhões. Apesar dos lucros
bilionários o banco vem reduzindo a participação dos trabalhadores na riqueza
gerada por eles mesmos.
Entre
1999 e 2006 a parcela do valor adicionado nos bancos destinado a seus
trabalhadores era de 46%. Entre 2007 e 2014 esta parcela caiu para 39%. Já o
percentual destinado aos acionistas subiu de 29% para 36%. Os bancários sofrem
com salários arrochados e violento assédio moral, que resulta em inúmeros
problemas de saúde ocupacional. Os executivos do setor, porém, vivem no
paraíso. “Enquanto propõem uma perda real de 2,8% no salário da categoria, os bancos
praticam elevada política de remuneração para os seus altos executivos”, afirma
o comunicado do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Os dados da entidade são
impressionantes:
“A
remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em
2016 será de R$ 12,5 milhões; no Santander R$ 7 milhões; e no Bradesco R$ 5,3
milhões, de acordo com os dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um
executivo do Itaú recebe anualmente 255 vezes o valor da remuneração anual de
um escriturário, considerando salário, ticket refeição, alimentação e PLR. No
Santander a diferença é de 145 vezes e no Bradesco 110 vezes”, complementa.
Estes agiotas financeiros apostaram na desestabilização do Brasil, apoiaram o
“golpe dos corruptos” e hoje estão nos postos de destaque da equipe econômica
do Judas Michel Temer. A greve enfrentará os agiotas golpistas!
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http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/09/bancarios-enfrentam-os-agiotas-golpistas.html?spref=tw
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