Quando
a gente vai ficando velho e a política já passou diante dos nossos olhos com
todas as suas ilusões e fantasias, a gente não se ilude, ou pelo menos não se
ilude tanto, porque não perdemos o desejo de que as coisas se deem corretamente
e resultem no melhor para o Brasil.
Não
é hora de analisar os erros e insuficiências do PT, de Lula e de Dilma.
Nenhum
terá sido tão grave quanto o de aceitar a lógica do adversário e crer que a
classe dominante brasileira poderia aceitar um modelo de desenvolvimento
inclusivo por convencimento e não pela pressão das massas trabalhadores,
deixada à mercê do controle remoto e do discurso moralista.
Ontem,
mesmo vendo de rabo do olho aquela monstruosa sessão de “julgamento” acabei me
deixando levar por um sentimento que dispensa muitas explicações, porque é
visceral e nosso estômago tem supremacia sobre o nosso cérebro que racionaliza
e o coração que tenta perdoar.
Difícil
convencer nossas entranhas a assistirem quietas que tantos que se serviram de
ministérios, de poder e prestígio nos governos Dilma e Lula, possam
apunhalá-los e à democracia pelos pratos de lentilhas que Temer lhes dará.
Depois
destes episódios é preciso serenar. Serenar não é ceder, é não nos devorarmos
diante da derrota que está clara e desenhada,
embora o combate deva continuar.
Preciso,
portanto, pedir aos amigos e amigas que tenham um pouco de paciência antes que
eu volte a falar de algo que não pode despertar senão repugnância: ver o
parlamento transformado numa sociedade de celerados que assalta, sob a cumplicidade
das instituições, a soberania do voto popular.
Estamos
entrando numa ditadura e não se enfrenta ditaduras com força cega.
A
gente não é de ferro e tem hora em que o nojo, em todas as acepções que a
palavra tem, não é bom conselheiro do olhar.
Daqui
a pouco retomo o blog, assim que o corpo e a cabeça permitirem.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/248875/Tijola%C3%A7o-descreve-%E2%80%9Cnojo%E2%80%9D-de-sess%C3%A3o-do-impeachment.htm
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