Foi
marcado para o próximo dia 25 o início do julgamento da presidenta Dilma
Rousseff pelo Senado e a previsão é de que o processo de impeachment seja
concluído no final do mês. Conforme já denunciamos em outras ocasiões, o teatro
que está sendo encenado em Brasília é uma grande farsa política armada com o
objetivo de mascarar um golpe de Estado que afronta os interesses maiores do
povo e da nação brasileira.
Se
Dilma for definitivamente afastada, o governo golpista, que até o momento é
interino apesar de não se comportar como tal, ganha o status oficial de
permanente. Neste caso, a quadrilha que tomou de assalto o Palácio do Planalto,
presidida pelo usurpador Michael Temer, por lá permaneceria até o fim do
mandato em 2018. Ao lado do conjunto das forças democráticas e progressistas do
país, a CTB lutará até o fim contra a consumação do golpe.
Serviçal
dos EUA
A
natureza reacionária do golpe transparece também na conduta cínica do chanceler
golpista José Serra no interior do Mercosul, visando a expulsão da Venezuela. A
nova política do Itamaraty conspira contra a integração soberana dos países
latino-americanos e caribenhos e indica os compromissos antinacionais assumidos
pelo governo ilegítimo com os EUA.
Serra
se transformou num testa de ferro da multinacional americana Chevron e é um
político envolvido até o pescoço com a corrupção. A última notícia sua a este
respeito dá conta de que recebeu 23 milhões de reais ilegalmente da Odebrecht
enquanto o usurpador Temer ficou com R$ 12 milhões.
Medo do
povo
Apoiado
entusiasticamente pelo empresariado, o impeachment, que não tem base jurídica e
vitima uma presidenta inocente, serve aos propósitos dos grandes capitalistas,
dos latifundiários e, em particular, das transnacionais, do imperialismo.
O
governo é apoiado pela burguesia nacional e estrangeira, pelos ricaços e sua
mídia, mas em Tem medo e prefere distância do povo, agindo às escuras, porque é
formado exclusivamente por homens brancos, burgueses e ricos, sem a presença
sequer de uma mulher, um negro ou um representante da classe trabalhadora.
Vaiado
na abertura, Temer fugiu covardemente da solenidade de encerramento das
Olimpíadas. Como o general Figueiredo, o último ditador da safra de 1964, ele
deve preferir o cheiro dos cavalos ao do povo.
Às ruas contra
o retrocesso
O
projeto dos golpistas - além de garantir impunidade para os corruptos do PMDB,
PSDB, DEM e outros políticos de direita - é impor o retrocesso neoliberal em
todas as frentes. O alvo principal são os direitos da classe trabalhadora, a CLT,
a Previdência Social, os investimentos em saúde e educação, os serviços
públicos e o funcionalismo.
É
imperioso lutar para proteger os direitos da classe trabalhadora, a CLT e a
Previdência Social, bem como saúde e educação como direitos elementares do povo
e dever do Estado, consagrados na Constituição Federal.
Conclamo
todas as lideranças da CTB a intensificar a visita às bases, ao chão das
fábricas, aos locais de trabalho, para esclarecer os trabalhadores e
trabalhadoras sobre o que está em jogo na atual conjuntura política e
alertá-los para o risco de grave retrocesso e a necessidade de uma ampla
mobilização social em defesa da democracia, dos direitos sociais, da integração
latino-americana e da soberania nacional.
* Adilson
Araújo é presidente Nacional da CTB.
http://portalctb.org.br/site/noticias/brasil/30078-adilson-araujo-resistir-ao-golpe-e-defender-os-direitos
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