Depois
de trair a presidente eleita Dilma Rousseff, o interino Michel Temer já corre o
risco de ser traído por seus parceiros no golpe parlamentar de 2016, como o
senador Aécio Neves (PSDB-MG); o "golpe no golpe" se dá em duas
frentes: na ação contra a chapa Dilma-Temer que avança no Tribunal Superior Eleitoral
e na mídia conservadora, que cobra de Temer o ajuste duro nas contas públicas;
papel que se exige de Temer é claro: fazer o "trabalho sujo", com as
medidas impopulares que suprimem direitos previdenciários e trabalhistas, e
depois sair de cena para que um tucano assuma o poder em 2018; Temer vai
aceitar?
O
golpe parlamentar de 2016, idealizado pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e operado no Congresso pela parceria entre o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha um propósito claro e
definido: afastar o PT do poder, colocar um fantoche na presidência capaz de
realizar o "trabalho sujo" com medidas impopulares, como as reformas
trabalhista e previdenciária, e depois abrir caminho para a volta de um tucano
ao poder, em 2018.
O
trem começou a sair dos trilhos quando o PMDB, de Michel Temer, começou a
mostrar sua real natureza, ao estilo Sarney, liberando a política do
toma-lá-dá-cá e concedendo aumentos generalizados para comprar sua permanência
no poder. Além disso, logo depois de ser eleito presidente da Câmara, Rodrigo
Maia lançou Temer à sua própria sucessão em 2018 e o mercado financeiro deu
sinais de que Henrique Meirelles na presidência pode vir a ser melhor do que
qualquer nome do PSDB.
Correndo
o risco de se tornar linha auxiliar do PMDB, o PSDB começou a articular o bote
contra Temer em duas frentes: na mídia aliada e no Tribunal Superior Eleitoral,
onde avança, a passos largos, a ação motiva pelos tucanos que pede a cassação
da chapa Dilma-Temer.
Além
disso, na noite de ontem, Aécio fez sua primeira crítica aberta ao interino.
"Nós queremos apoiar o governo Temer. É um governo de salvação nacional.
Mas não é o governo do PSDB.
Reconhecemos isso. Mas é um governo que se dispõe a fazer reformas. E elas
não podem conviver com esses sinais permanentemente trocados", disse ele,
ao questionar os aumentos ao funcionalismo.
Logo
Aécio, que durante o período de desestabilização do governo Dilma, apoiou todas
as pautas-bomba, como o fim do fator previdenciário, criado por FHC, e o
próprio aumento do Judiciário.
A
sinalização foi clara: ou Temer desempenha o papel para o qual foi contratado
no roteiro do golpe ou será traído pelos aliados, correndo o risco até de ser
cassado no TSE.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/251409/PSDB-arma-bote-contra-Temer-na-m%C3%ADdia-e-no-TSE.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário