Os
mais jovens não sabem disso, mas os que pegaram a ditadura sabem o que significa
a sigla DSI: Divisão de Segurança e Informação, uma unidade de dedurismo que
havia em cada ministério para entregar ao SNI nomes de funcionários suspeitos
de serem subversivos ou criticarem o regime. Era o maccarthismo
institucionalizado.
Agora,
na ditadura civil de Temer, as DSIs estão de volta, embora informalmente. Em
todos os ministérios funciona uma máquina de delação de colegas suspeitos de
ligações com o PT e de serem contra o governo interino. Se o denunciado tem
cargo comissionado, é sumariamente dispensado.
As
delações funcionaram na EBC, no Minc e no Ministério da Saúde para ajudar os
superiores na montagem das listas de demitidos. O próprio embaixador Fernando
Igreja foi destituído da chefia do Cerimonial do Itamaraty esta semana, nas
vésperas das Olimpíadas, por ter feito postagens em tom crítico ao processo de
impeachment. E ainda que não tivesse feito, era conhecida sua identificação com
a política externa anterior.
Triste
o país que nada aprende com a História. A ditadura passou e o SNI ficou para a
História como uma de suas faces mais perversas. Temer passará carregando na
biografia a marca do golpe, do desmonte de políticas sociais e do retorno das
práticas autoritárias como o expurgo e perseguição dos que exercitam o sagrado
direito de divergir.
http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/247058/Na-ditadura-Temer-a-volta-do-dedurismo.htm
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