Nestes
dias que antecedem a data da farsa do julgamento de Dilma Rousseff, a única
certeza que eu tenho é de que esta imagem do sol iluminando um campo de flores
é bela. Já em relação ao que nos reservam estes próximos dias no campo da
política, em meu espírito habita a incerteza.
Nos
últimos tempos ficou cristalino que boa parte dos nossos três poderes
(executivo, legislativo e judiciário) está habitada por corruptos e golpistas
que resolveram, sob o manto disfarçado de um processo de impeachment, alijar do
poder o único partido que em toda a nossa história desde a invasão do Brasil em
1.500, trouxe um pouco de dignidade à totalidade do povo brasileiro,
aproximando a senzala da casa grande. É claro que esta pretensa elite não
gostou e decidiu aliar-se à grande mídia para urdir o golpe que ora está em
curso com o claro objetivo de livrar-se deste governo intruso que se atreveu a
dar voz e vez ao povo das periferias.
Dilma
afirma que irá lutar até o final e isto é parte de sua personalidade forte que
não se curvou sequer aos ditadores militares e que não iria agora se curvar a
estes covardes golpistas do nosso congresso nacional.
É
difícil, mas se ela retornar, voltará também a brilhar aquela luz que estava
finalmente iluminando todos aqueles que procuravam um lugar ao sol
consubstanciada justamente nos projetos de inclusão social. Já, se o golpe se
consumar, os prognósticos serão os piores possíveis. Teremos logo ali adiante,
tempos de trevas e retrocessos inúmeros em todos os avanços obtidos nos últimos
13 anos.
As
hostes do obscurantismo ocuparão novamente todos os escaninhos do poder e mais
uma vez, erguerão uma muralha para impedir que o povo se atreva a querer
adentrar nos domínios que eles sempre tiveram o privilégio de dominar.
E
nós, o que faremos? Permaneceremos inertes assistindo a tudo isto, ou a luta
continuará em todas as frentes necessárias para reconquistarmos o território
que já estamos perdendo?
Amigos
e amigas. Neste momento crucial, certezas eu tenho poucas; incertezas, um
turbilhão delas.
Jorge
André Irion Jobim
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