segunda-feira, 22 de agosto de 2016

CERTEZAS E INCERTEZAS...



Nestes dias que antecedem a data da farsa do julgamento de Dilma Rousseff, a única certeza que eu tenho é de que esta imagem do sol iluminando um campo de flores é bela. Já em relação ao que nos reservam estes próximos dias no campo da política, em meu espírito habita a incerteza.

Nos últimos tempos ficou cristalino que boa parte dos nossos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) está habitada por corruptos e golpistas que resolveram, sob o manto disfarçado de um processo de impeachment, alijar do poder o único partido que em toda a nossa história desde a invasão do Brasil em 1.500, trouxe um pouco de dignidade à totalidade do povo brasileiro, aproximando a senzala da casa grande. É claro que esta pretensa elite não gostou e decidiu aliar-se à grande mídia para urdir o golpe que ora está em curso com o claro objetivo de livrar-se deste governo intruso que se atreveu a dar voz e vez ao povo das periferias.

Dilma afirma que irá lutar até o final e isto é parte de sua personalidade forte que não se curvou sequer aos ditadores militares e que não iria agora se curvar a estes covardes golpistas do nosso congresso nacional.

É difícil, mas se ela retornar, voltará também a brilhar aquela luz que estava finalmente iluminando todos aqueles que procuravam um lugar ao sol consubstanciada justamente nos projetos de inclusão social. Já, se o golpe se consumar, os prognósticos serão os piores possíveis. Teremos logo ali adiante, tempos de trevas e retrocessos inúmeros em todos os avanços obtidos nos últimos 13 anos.

As hostes do obscurantismo ocuparão novamente todos os escaninhos do poder e mais uma vez, erguerão uma muralha para impedir que o povo se atreva a querer adentrar nos domínios que eles sempre tiveram o privilégio de dominar.

E nós, o que faremos? Permaneceremos inertes assistindo a tudo isto, ou a luta continuará em todas as frentes necessárias para reconquistarmos o território que já estamos perdendo?

Amigos e amigas. Neste momento crucial, certezas eu tenho poucas; incertezas, um turbilhão delas.

Jorge André Irion Jobim


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