Ao
final do segundo mês do governo golpista, Michel Temer acumula ministros que
caíram por corrupção, ataques aos direitos dos trabalhadores e das minorias
O
golpista Michel Temer (PMDB) completa, nesta terça-feira (12), dois meses de
governo interino e ilegítimo com reprovação de 70% dos brasileiros, segundo a
consultoria Ipsos.
Não
poderia ser diferente: ao fim do seu segundo mês de mandato, Temer acumula
medidas contra a população, ministros corruptos, trapalhadas na política
externa, ataque às mulheres e aos direitos humanos, além de discursos
contraditórios na economia
Além
disso, Michel Temer continuou com o desmonte do Estado brasileiro, preparando o
terreno para vender estatais e as riquezas do País, além de cortar direitos dos
trabalhadores. Sem contar que, na prática, quem está por trás desse governo é o
réu no STF Eduardo Cunha (PMDB).
Abaixo, elencamos os
piores momentos do governo golpista:
1 – Luta contra a
corrupção, mas ao contrário:
Apesar
do discurso de combate à corrupção, o interino tem caminhado no sentido
contrário. Na última semana, Temer retirou a urgência de tramitação do pacote
de medidas anti-corrupção que havia sido enviado ao Congresso pela presidenta
eleita Dilma Rousseff.
Além
disso, três ministros golpistas já caíram por denúncias de corrupção. São eles:
Romero Jucá (Planejamento), Henrique Alves (Turismo) e Fabiano Silveira
(Transparência, Fiscalização e Controle). Todos deixaram o governo após
citações comprometedoras na Operação Lava Jato.
Outros
16 ministros estão implicados em delações ou investigações. Um deles é o
ministro da defesa Raul Jungmann, que usou dinheiro da Câmara dos Deputados
para o seu gabinete funcional em Recife para contratar um pacote de TV a cabo
que oferece 11 canais de cinema (Telecine e HBO) e um |erótico (Sex Zone).
2 – Eduardo Cunha no
comando
Apesar
de ter sido afastado da Presidência da Câmara pelo STF e ter renunciado ao
cargo para evitar o processo de cassação, o golpista Eduardo Cunha (PMDB)
continua com forte influência no governo golpista. Temer chegou ao cúmulo de se
reunir com Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no Palácio do
Jaburu, no fim de junho. O encontro foi confirmado pela assessoria do Palácio
do Planalto.
3 – Direito dos
trabalhadores
Os
trabalhadores rurais e urbanos continuaram a perder no segundo mês do golpe. A
proposta do golpista para a aposentadoria, segundo relatado pela imprensa, quer
instaurar uma aposentadoria única para homens e mulheres aos 70 anos.
A
idade fica acima da expectativa de vida para a população masculina de diversos
Estados brasileiros. Já o próprio Temer se aposentou aos 55 anos.
Além
disso, Temer quer acabar com o atual método de aumento do salário mínimo, que
garantiu ganhos históricos para o salário do trabalhador durante as gestões de
Dilma e Lula.
Atualmente,
o salário mínimo é reajustado de acordo com a inflação e o crescimento do PIB
de anos anteriores. Sem essa metodologia, o salário mínimo que hoje é de R$ 880
estaria em R$ 500.
4 – Golpe contra educação
O
cenário para a educação no país também não é nada favorável com o novo governo.
Para conter gastos, o ministro golpista da Fazenda Henrique Meirelles quer
aprovar um teto para gastos, que só podem crescer de acordo com a inflação.
Para
que isso se concretize, no entanto, é necessário acabar com os gastos mínimos
em saúde e educação estabelecidos pela Constituição. Se a proposta tivesse sido
implantada entre 2006 e 2015, o governo teria deixado de gastar cerca de R$ 321
bilhões em educação.
Além
disso, o golpista revogou a nomeação de 12 conselheiros do Conselho Nacional de
Educação (CNE) que tinham sido nomeados pela presidenta eleita Dilma Rousseff
no dia 11 de maio, um dia antes de seu afastamento.
Outra
reclamação veio do exterior: bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras
afirmaram que tiveram suas bolsas suspensas pelo governo golpista.
5 – Trapalhadas na
política externa
A
política externa brasileira deu uma guinada rumo à subordinação com a nomeação
de José Serra (PSDB) para o ministério das Relações Exteriores. Dentre as ações
do golpista, está a exoneração do diplomata Milton Rondó Filho, que denunciou o
golpe internacionalmente.
refugiados-sírios-Foto-FabioArantesSecomPrefeituraDeSP
Foto:
FabioArantes / Secom Prefeitura de SP
A
imagem internacional do país já está abalada devido ao golpe de Estado que
afastou do poder a presidenta Dilma Rousseff (PT), democraticamente eleita.
O
atual chanceler se dedica a realinhar o país aos interesses dos Estados Unidos,
com modificações em posicionamentos já definidos (como no caso em que pediu a
revisão do voto sobre a defesa do patrimônio histórico dos territórios ocupados
por Israel na Palestina).
Para
o membro do coletivo da Secretaria de Relações Internacionais do PT Max Altman,
isso demonstra que Serra é um lacaio do imperialismo, já que prioriza apenas a
relação com Washington.
Ao
mesmo tempo, Serra despreza vizinhos regionais do Brasil, e parcerias
construídas durante os últimos anos de governo.
Outro
retrocesso na área foi a interrupção da política para acolhimento de refugiados
sírios, que era negociada no governo de Dilma e foi suspensa pelo ministro
golpista da justiça Alexandre de Moraes.
As
negociações, feitas na gestão de Eugênio Aragão no Ministério da Justiça do
governo Dilma, buscavam recursos internacionais para alojar no Brasil cerca de
100 mil pessoas que fugiram do conflito.
6 – Aceno aos militares
Enquanto
se afasta da população, Michel Temer se esforça em se aproximar dos militares,
com a nomeação de generais e mais benefícios para a categoria.
Um
desses atos foi a nomeação do general Sérgio Westphalen Etchegoyen para a
Secretaria de Segurança Institucional – pasta a que fica subordinada a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin).
Etchegoyen
já afirmou ser contrário a medidas como investigação dos crimes da ditadura
realizados pela Comissão Nacional da Verdade.
Outro
aceno, revertido graças a mobilização popular, foi a indicação do general da
reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Júnior para a Fundação
Nacional do Índio (Funai). Após a pressão de diversas organizações civil, Temer
suspendeu a nomeação.
E
as medicas não para por aí. Em sua proposta para Previdência, Temer pretende
retirar direito dos trabalhadores, mas quer preservar integralmente os
benefícios dos militares, que correspondem a boa parte dos gastos em
previdência social.
Além
disso, os 363 mil servidores militares da ativa terão diversos reajustes até
2019, ao custo total de R$ 14 bilhões.
7 – Ataque às mulheres
Assim
que assumiu, Temer extinguiu a Secretaria de Mulheres, Igualdade Racial,
Juventude e Direitos Humanos — isso logo após anunciar que não indicaria nem
mulheres nem negros para seus ministérios.
Outro
ataque às mulheres é a proposta da Previdência, que vai equiparar a idade de
aposentadoria entre homens e mulheres, desconsiderando as várias jornadas que a
mulher tem de enfrentar durante a vida.
8 – Irresponsabilidade
fiscal
Apesar
do discurso de austeridade, Temer tem promovido uma farsa fiscal para pagar a
conta do golpe. O golpista elevou a previsão de déficit para R$ 170,5 bilhões,
e bateu o recorde em emendas parlamentares (verbas destinadas a gastos diretos
de deputados e senadores). Ele ainda concedeu diversos reajustes salariais,
incluindo para ministros do Supremo Tribunal Federal.
9 – Perseguição à
presidenta eleita
A
cada dia que passa, fica cada vez mais claro que Dilma Rousseff (PT) sofreu um
golpe e não um impeachment. Entre as evidências, uma perícia de técnicos do
Senado Federal que comprova que Dilma não foi autora das pedaladas fiscais.
Enquanto
isso, Michel Temer tem perseguido a presidenta em diversas esferas. Cortou
verbas para a alimentação da presidenta eleita e sua equipe. Ele ainda
restringiu viagens de Dilma com aviões da FAB aos trechos entre Brasília e
Porto Alegre, porque, segundo palavras do próprio interino, a presidenta estava
viajando para denunciar o golpe.
10 – Ataques à liberdade
de expressão
Desde
que assumiu, Temer tem feito sucessivos ataques à comunicação pública. Em um
dos primeiros atos, o golpista passou por cima da lei e exonerou o presidente
da EBC, Ricardo Melo, para colocar no seu lugar um nome ligado a Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). O STF revogou a decisão.
Sob
a curta gestão de Laerte Rimoli, indicação do Cunha, a EBC suspendeu o contrato
com o jornalista Sidney Rezende, Tereza Cruvinel, Paulo Moreira Leite e Luis
Nassif.
As
sucessivas interferências fizeram com que a Organização das Nações Unidas (ONU)
e a Organização dos Estados Americanos (OEA)divulgassem um alerta sobre sobre
as medidas autoritárias do governo golpista.
http://www.pt.org.br/veja-10-tragedias-de-michel-temer-em-2-meses-de-governo-golpista/
Nenhum comentário:
Postar um comentário