O
personagem é Gilmar Mendes, ou como o trata o PHA, Gilmar Dantas.
Não
há cronologia porque o período de pilantragem é muito extenso, assim como
também se trata de um relato muito resumido, fatos que demandariam um longo
estudo, digno de uma tese de doutorado.
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Gilmar nasceu em Diamantino, MT, em 1955, de família abastada e com vários
membros na advocacia e na política; seu pai foi da Arena, apoiou o golpe
militar e foi prefeito da cidade, o que pode justificar o ódo violento que
Gilmar tem dos pobres, das minorias e de todos os que defendem essas camadas
mais vulneráveis socialmente;
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Gilmar foi assessor e um ardoroso defensor de Fernando Collor, mesmo quando era
evidente que o ex-presidente não tinha o mínimo respeito pela constituição nem
pela moralidade do serviço público (Correio da Cidadania);
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Gilmar também assessorou Nelson Jobim, no escritório deste, na iniciativa de
tentar anular a demarcação de terras indígenas, e em duas ações foi derrotado
no STF;
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Quando Jobim era Ministro da Justiça os latifundiários voltaram à carga, e
Gilmar prepara então um decreto que foi assinado pelo presidente Cardoso
concedendo uma indenização aos invasores de áreas indígenas que tinham sido
obrigados a recuar das invasões (Cardoso insiste sempre que seu governo foi
honesto e que “não sabe de nenhuma falcatrua”. Zomba cinicamente da memória do
povo.);
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em 31/08/2001 o presidente Cardoso (é assim que Clinton se refere a seu
“político de estimação”), através da MP 2316-37, confere à AGU o status de
ministério, desta forma blindando Gilmar contra possíveis ações do MPF (e uma
mão lava a outra);
#Gilmar
já era sócio-proprietário do Instituto BrasilAntecedentesiense de Direito
Público na época em que chefiava a AGU, o que era vedado pela Lei Orgânica do
Ministério Público;
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segundo a revista Época, em 2002, ainda como chefe da Advocacia Geral da União,
Gilmar pagou com dinheiro da mesma a importância de R$ 32.400,00 para que seus auxiliares
fizessem curso no instituto de sua propriedade;
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em 2002 Gilmar concedeu liminarmente (nas RCLs 2.138 e 2.186) a prerrogativa de
foro privilegiado, mesmo após terem deixado o cargo de ministros, a José Serra,
Pedro Malan e Pedro Parente (as blindagens que acertou com FHC), situação que
vigorou por 14 anos, sendo cassada apenas em 15/03/2016 (e o que fez o STF
neste tempo todo?);
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logo após a proposição de Cardoso em encaminhar à análise do Senado a nomeação
de Gilmar para o STF, choveram críticas ao ato. Exemplificamos com palavras do
famoso jurista e professor Dalmo de Abreu Dallari. “Gilmar é figura conhecida
na comunidade jurídica, não só por ocupar o cargo de advogado-geral da União,
mas, sobretudo, por suas reiteradas posições contrárias ao Direito, à
Constituição, às instituições jurídicas e à ética que deve presidir as relações
entre personalidades públicas” (vê-se isso permanentemente nas sessões do STF
pelas agressões e ofensas a seus colegas da corte, de profissão e mesmo a
qualquer pessoa que lhe desagrade. É famosa a altercação com Joaquim Barbosa,
como também uma recente com Lewandowsky). Continua o Dr. Dallari: “Um fato
importante e ocultado pelo presidente Cardoso é que em razão de ofensas
anti-éticas Mendes está sendo processado criminalmente, o que o impede de ser
indicado para membro do STF”. Nada aconteceu e, como Cardoso tinha maioria no
Senado, Gilmar passou na sabatina e foi nomeado para o STF em 20 de junho de
2002;
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Gilmar está denunciado como envolvido no caso do “mensalão tucano”, tendo
recebido a importância de R$ 185 mil do esquema, conforme denúncia documentada
e em posse da PF de Minas, entregue pelo criminalista Dino Miraglia Filho,
advogado da modelo Cristiana Ferrera, também ligada ao esquema e assassinada
num flat em Belo Horizonte (Portal Metrópole);
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Gilmar rouba de sua própria empresa, fazendo um excesso de retiradas para
cobrir festas e jantares (sic). Processado por seu sócio, o ex-procurador-geral
da República, Inocêncio Mártires Coelho, consegue que o processo tramite em
segredo de justiça. Faz acordo para a suspensão do processo, pagando R$ 8
milhões, conseguido com um empréstimo bancário. (capa da revista Carta Capital,
coluna de Elio Gaspari e jornal O Globo);
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Gilmar tinha intensa ligação com o corrupto ex-senador Demóstenes Torres (que
posava por paladino da ética) e, por meio dele, também com o bicheiro Carlinhos
Cachoeira, flagrados em escutas da PF na “Operação Monte Carlo” (mais de 300
conversas em um ano). Em mais um ato ridículo do Congresso com respeito à CPI
aberta em abril de 2013 para investigar a operação, o relatório com mais de 4
mil páginas do deputado Odair Cunha, do PT/MG, que indiciava 46 pessoas, foi
desprezado, e um relatório alternativo do deputado Luiz Pitiman do PMDB/DT, de
duas páginas, sem indiciar ninguém, foi aprovado. (Globo, G1);
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Gilmar viajava com Demóstenes num jato fretado por Carlinhos Cachoeira (Portal
Metrópole);
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numa das gravaçõe da PF entre Demóstenes e Cachoeira, o primeiro informa ter
acertado que Gilmar puxaria para o STF uma ação contra a Celg (Companhia
Energética de Goiás) e que conseguiria um redução de metade do valor devido.
Pesquisando o site do STF, descobrimos que em 15/08/2011, na reclamação
constitucional ajuizada pela Celg, Gilmar, monocraticamente, reconhece a mesma
e julga procedente, determinando a remessa dos autos da Justiça de Goiás para o
STF;
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a revista Carta Capital revela em 2009 que o instituto de Gilmar presta
serviços a vários órgãos públicos, com ingerência lobística do proprietário,
tendo faturado mais R$ 3 milhões no período;
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Gilmar pediu indenização por danos morais contra a revista Carta Capital,
representado por advogados de seu instituto, que foi negada pela juíza da 34ª
Vara Cível de São Paulo;
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Guiomar Mendes, mulher de Gilmar, se aposentou e foi trabalhar no escritório de
Sergio Bermudez no Rio de Janeiro, advogado de Daniel Dantas (informação de
Monica Bergamo na Folha de São Paulo);
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Gilmar deu dois habeas corpus para soltar o banqueiro Daniel Dantas quando
preso na operação Satiagraha;
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entre 2009 e 2011, dos 608 mil reais gastos pelo STF com esposas dos ministros
(que beleza!), 437 mil foram gastos com viagens da mulher de Gilmar, 20 delas
ao exterior (R$ 22 mil por viagem);
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Gilmar gosta de viajar, e no dia 23 de junho foi a Belo Horizonte, sozinho, no
helicóptero do grande amigo Aécio (na realidade o aparelho é do governo de
Minas e não se presta ao uso de pessoas estranhas ao mesmo, mas amigo é para
estas coisas);
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o ex-presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (estado de Gilmar e de
toda a sua família, de advogados e juízes), José Riva, é o corrupto considerado
o maior ficha-suja do país, respondendo a mais de 100 ações por corrupção e
improbidade, só uma delas de 60 milhões de reais por desvios em compras em
papelaria, e Gilmar concedeu liminar para soltá-lo;
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Gilmar também deu habeas corpus para o médico Roger Abdelmassih em dezembro de
2009, após apenas 4 meses de prisão, o qual tinha uma pena de 278 anos por
abuso sexual no consultório em pacientes sedadas – o criminoso fugiu para o
exterior logo após o HC;
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Gilmar é campeão de habeas corpus polêmicos, e, além dos já citados concedidos
aos corruptos Dantas e Riva e ao psicopata Abdelmassih, foram agraciados, entre
outros, Maluf, filhos de Maluf, Celso Pitta, Naji Nahas;
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Gilmar votou no STF (o único) a favor da doação de empresas para as campanhas
eleitorais, depois de segurar o processo por um ano, o qual já tinha nove votos
contrários;
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Gilmar votou contra a lei de Ficha Limpa;
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quando filiados do PT fizeram uma coleta para pagar multas dos condenados no
“mensalão”, Gilmar declarou achar esquisito os valores aparecerem logo e
questionou se não seria lavagem de dinheiro, ofendendo assim milhares de
cidadãos (ofender e agredir é a postura comum de Gilmar), manifestação imbecil
por quem demonstra não ter grau de cultura compatível com o cargo e desconhecer
um dos mecanismos de defesa descritos por Ana Freud, no caso o denominado
PROJEÇÃO, mecanismo no qual a pessoa projeta em outro(s) seus defeitos (eduquim
em 04/02/2014);
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na recente festa de aniversário de Kátia Abreu, Gilmar – sem a compostura
própria que deveria ter um ministro do STF, descontrolado e aos berros
(alcoolizado?) – chamou Lula (ausente) de bêbedo e o advogado Kakay de
comunista (colunista Ilimar Franco, o Globo).
Vou
parar por aqui porque começo a ter uma sensação de náusea. Muito nojo. Depois
de digitar tudo isso, vejo que há ainda na minha mesa inúmeras folhas de
registros que extraí da Internet. A biografia é enorme. Há muita coisa recente,
que talvez eu use num próximo artigo. Mas fico pensando, estupefato, como é que
tanta patifaria pode ter sido cometida por um sujeito que ocupa uma cadeira na
mais alta corte da justiça do meu país. É inacreditável. É inconcebível. Será
que todos os jornais citados, todas as revistas, os sites, os blogs, os dados
do próprio STF mentem? E seus pares, o que sentem com a presença de Gilmar
entre eles? Se a imprensa e toda a área jurídica sabem desses fatos, o que
fazem a respeito os demais ministros? Nada? Por quê? Há que existir uma
explicação! E o presidente do STF, que é também o presidente do Conselho
Nacional de Justiça, o que faz? Desde que Gilmar foi empossado tivemos vários
presidentes: Mauricio Correa, Nelson Jobim, Ellen Gracie, o próprio Gilmar,
Cézar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa e agora Ricardo Lewandowsky. Todos
são responsáveis por esta excrescência e têm uma dívida com a nação. Só resta
ao Brasil, agora, uma atuação de Lewandowsky. Cumplicidade, respeito, medo? E
pensar que está nas mãos de Gilmar os destinos da pátria, pela decisão de quem
assumirá a presidência da república: Dilma ou Temer. Triste país, triste
Brasil, triste pátria. Se Lewandowsky lavar as mãos só restará o povo na rua,
principalmente os jovens e as mulheres, para o sacrifício inevitável, para a
doação do próprio sangue em face da corrupção do Poder Legislativo e a inércia
do STF.
http://imagempolitica.com.br/site/pequena-biografia-de-um-grande-patife/
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