Romero
Jucá e Sérgio Machado são velhos amigos. Senadores pelo PSDB no governo
Fernando Henrique, aderiram via PMDB à gestão Lula e hoje estão enrolados na
Operação Lava Jato. Foi em nome dos bons tempos que Jucá abriu a porta de casa
quando Machado chegou de surpresa logo cedo em meados de março.
Conversaram
longamente sobre a situação política e econômica do País. E também a policial.
Especialmente a policial. Com a Lava Jato no encalço de Machado, Jucá comentou
estar na política a salvação do amigo e dos figurões em geral.
Um
acordão nacional de contenção dos estragos, com a necessária bênção do Supremo
Tribunal Federal (STF). “Delimitava onde está, pronto”, disse. Segundo ele,
havia, porém, um obstáculo ao pacto, Dilma Rousseff, então na Presidência da
República.
Uma
visão compartilhada, salientou, por ministros do STF com os quais falara na
véspera. “Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa
porra não vai parar nunca.” Conclusão de Jucá: “Tem que mudar o governo pra
poder estancar essa sangria”.
A
conversa não deixa dúvidas, razão para Jucá, um dos generais do governo
provisório de Michel Temer, ter perdido o emprego de ministro do Planejamento
após meros 13 dias no cargo. O impeachmentmoveu-se por uma conspiração contra o
combate à alta corrupção personificado na Lava Jato, e não somente pelos erros
políticos e econômicos de Dilma e pela fúria da oposição contra o PT.
Uma
constatação reforçada por outros dois interlocutores peemedebistas de Machado,
o ex-presidente José Sarney e o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos
gravados às escondidas, ao que parece, como aconteceu no caso de Jucá.
Nos
contatos com os três próceres do PMDB, Sérgio Machado aparenta estar
desesperado em busca de socorro para fugir do juiz Sergio Moro e da cadeia.
Puro teatro. Naquele momento, o ex-presidente da Transpetro, subsidiária da
Petrobras, era um delator a serviço do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, cujas investigações na Lava Jato apontam “indícios bastante seguros”
contra ele.
Não
importa quem fosse o interlocutor de Machado, todos mencionavam uma única saída
para resolver o problema: a derrubada de Dilma Rousseff. “Já suspeitávamos.
Oimpeachment era para garantir a impunidade de certos atores. É muito
importante que a população perceba esse engodo”, afirma Eugênio Aragão, último
ministro da Justiça de Dilma e ex-subprocurador-geral da República. “São atores
demais envolvidos nesse golpe. Foi só o começo, vai vir mais.”
O
que se soube até agora, a partir das conversas gravadas por Machado e
divulgadas pelaFolha de S.Paulo, adicionou incerteza ao futuro do governo
interino. O anúncio do pacote econômico com o qual Temer espera cativar o
“mercado” e o grande capital, na terça-feira 24, um dia após o affair Jucá,
acabou ofuscado. Entre as medidas sinalizadas, duas exigem sacrifício do
Congresso, limitar gastos com saúde e educação e reformar a Previdência, planos
difíceis de vingar com o sistema político entre anestesiado e apreensivo.
O
desconforto político do presidente interino tende a crescer. E não só pela
desconfiança sobre eventuais outras gravações de Machado. A delação premiada do
ex-senador acaba de ser homologada pelo STF. Agora Janot está com as cartas na
mão. Resta saber o que fará com elas e como ditará o rumo da política em
Brasília. O procurador-geral, ressalte-se, tem sido cirúrgico em suas
intervenções.
A
incógnita nascida da notícia das gravações e da delação serviu para injetar
algum ânimo no PT na complicadíssima tarefa de derrotar o impeachment no
Senado. Com o apoio de outras três legendas, senadores petistas cobraram de
Janot a apuração da conspiração anti-Lava Jato sugerida por Jucá. O próximo
passo será acionar o STF para tentar anular oimpeachment.
Em
reunião um dia após a queda de Jucá, Dilma, Lula e parlamentares petistas
avaliaram ter aparecido uma luz no fim do túnel. Se a ideia da conspiração
“pegar”, talvez leve um ou outro congressista a recuar e rejeitar a deposição.
O problema é o dia seguinte. No PT, não há ilusão sobre a capacidade de Dilma
concluir o mandato em 2018, pela falta de condições de diálogo com o
establishment brasiliense e o econômico. Daí a crescente defesa de novas
eleições (a propósito, leia reportagem de Rodrigo Martins).
A
delação de Machado tem tudo para detonar o PMDB, legenda de Temer e de seus
padrinhos, Calheiros à frente, em seus 12 anos na Transpetro. Talvez sobre até
para o PSDB, segunda sigla com mais ministros no governo interino. Disse Sarney
ao mais novo delator sobre os tucanos: “Eles sabem que não vão se safar”. Jucá
afirmou algo parecido: “Caiu” a ficha de Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira e
José Serra, declaração merecedora de uma nota de autodefesa do partido. “Não
existe nos diálogos nenhuma acusação ao PSDB e aos senadores citados.” De fato
não há, mas impressiona a recorrência de menções a Aécio quando o assunto é a
Lava Jato. A Machado, Calheiros disse que “Aécio está com medo” e o havia
procurado para saber se Delcídio do Amaral, senador recentemente cassado,
delataria o mineiro.
Para
sorte de Aécio, Gilmar Mendes, ministro do Supremo, tem se mostrado neste caso
bastante compreensivo. Na condição de relator, Mendes acaba de devolver ao
procurador-geral mais um processo solicitado contra o senador tucano. O
primeiro referia-se a um esquema de propina em Furnas, quando Aécio era o
governador de Minas Gerais e tinha um dirigente apadrinhado na estatal, Dimas
Toledo. O mais recente diz respeito à manipulação de dados enviados por um
banco mineiro à CPI que apurou o “mensalão” do PT, de modo a esconder o
“mensalão” do PSDB.
O
ministro cobra de Janot provas de que os inquéritos são necessários. Mendes
passou a presidir a turma do STF que julgará os casos da Lava Jato. Seria um
dos integrantes do Supremo ouvidos por Jucá a respeito do pacto para “estancar
a sangria”? Entre eles, é improvável que esteja o relator dos processos da Lava
Jato no STF, Teori Zavascki, apontado tanto por Jucá quanto por Sarney como um
juiz inacessível.
As
inconfidências dos peemedebistas nas gravações elucidam um pouco mais o trâmite
doimpeachment. Março, o mês das gravações, foi decisivo. De um lado, os
antipetistas preparavam o clima para as manifestações anti-Dilma no dia 13, com
o vazamento da delação de Delcídio do Amaral. De outro, o Planalto lançava a
ideia de Lula assumir um ministério, proposta minada pelo pedido de prisão do
ex-presidente do Ministério Público de São Paulo, a divulgação por Moro de
conversas ilegalmente gravadas entre o ex-presidente e Dilma e a liminar de Gilmar
Mendes que suspendeu a nomeação.
Nos
subterrâneos, Calheiros tentava fazer a ponte entre tucanos e petistas, em
conversas sobre parlamentarismo, cassação da chapa Dilma-Temer na Justiça
Eleitoral e a ida de Lula para o ministério. Não deu. “Nenhuma saída para ela
(Dilma). Eles não aceitam nem parlamentarismo com ela”, disse Sarney a Machado.
Nem
a TV Globo nem o Supremo, segundo as conversas de Calheiros com Machado. Em
dado momento, o presidente do Senado revela que Dilma havia se encontrado com
João Roberto Marinho, um dos herdeiros do conglomerado de mídia. A conversa,
define, teria sido desastrosa. “Ela reclamou. Ele disse para ela que não tinha
como influir (na cobertura). Ela disse que tinha como influir, porque ele
influiu em situações semelhantes, o que é verdade. E ele disse que está
acontecendo um efeito manada no Brasil contra o governo.”
A
presidenta também se reuniu com Otávio Frias Filho, diretor da Folha de
S.Paulo, que teria admitido excessos na cobertura do jornal. Em outro trecho, Calheiros
relata o que ouviu de Dilma sobre uma reunião com o presidente do STF, Ricardo
Lewandowski. “Renan, eu recebi aqui o Lewandowski querendo conversar um pouco
sobre uma saída para o Brasil, sobre as dificuldades, sobre a necessidade de
conter o Supremo como guardião da Constituição. O Lewandowski só veio falar de
aumento, isso é uma coisa inacreditável.” Curiosidade: o magistrado arrancou
uma promessa de aprovação do reajuste por parte de Eduardo Cunha antes de este
ser afastado da Câmara.
No
fim de março, Jucá, então vice-presidente do PMDB prestes a assumir o comando
da legenda em substituição a Temer em um acerto com este, liderou a decisão
partidária de romper com Dilma. Hoje sente-se credor da ascensão do
correligionário ao Planalto, com articulações e promessa de cargos aos
presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do PSD, Gilberto Kassab, entre outros.
Voltou ao Senado, onde é alvo de um pedido de cassação apresentado pelo PDT,
aborrecido com o interino.
Ele
não pretendia deixar o governo quando sua gravação veio a público. Concedeu
entrevista coletiva para se explicar e em seguida correu ao Planalto para dizer
que considerava ter se saído bem e era inocente. Não entusiasmou. Suas
declarações, disse, foram tiradas de contexto. E analisou: a sangria a ser
estancada seria a econômica, não a da Lava Jato. Como se a transcrição da
gravação não fosse longa o bastante para permitir a devida contextualização.
A
falta de camaradagem de Temer tinha motivo. Foi o primeiro teste para o alegado
compromisso do interino com o prosseguimento da Lava Jato. Havia (e ainda há)
motivos para desconfiar de sua sinceridade. Parceiro de Temer, Eduardo Cunha,
um conspirador contra a Lava Jato, não comandou o impeachment para acabar
preso. Muito menos para ser mero expectador que ele instalou aliados no governo
provisório.
Jucá
seria uma dessas infiltrações, segundo afirmou Dilma Rousseff a CartaCapital em
entrevista recente. Logo após a divulgação da gravação do senador, um auxiliar
do interino, Rodrigo Rocha Loures, paranaense como o juiz Moro, disse à Folha
de S.Paulo ter conversado com dois procuradores da força-tarefa, ainda às
vésperas do impeachment, para sondar as preocupações deles e levá-las a Temer.
Outra tentativa de provar apoio à operação.
Consumada
a demissão de Jucá na segunda-feira 23, Temer reuniu-se à noite com aliados no
Palácio do Jaburu, sua residência oficial. Entre os presentes, o ministro do
Turismo, Henrique Eduardo Alves, outro na mira da Lava Jato e candidato à
próxima degola. Temer quis saber se não era melhor Alves deixar o cargo antes
de sofrer um bombardeio político e midiático.
O
ministro deu de ombros. Comentou ser “irrelevante” as suspeitas contra ele.
Opinião diferente tem Janot. Para o procurador-geral, há “indícios bastante
seguros” da participação de Alves na corrupção descoberta pela Lava Jato. Por
isso a PGR requereu ao STF no início de maio a inclusão do ministro no maior
inquérito decorrente das apurações, o 3.989, de março de 2015.
Alves
está em apuros por suas ligações com Cunha, a quem passou o bastão da liderança
do PMDB na Câmara, em 2013, e do comando da Casa, em 2015. Graças ao vínculo, é
citado em um inquérito instaurado em março pelo STF contra o deputado afastado,
o 4.207. Em delação premiada, os empreiteiros Ricardo Pernambuco e seu filho
Junior relatam que a construtora da família, a Carioca, teria sido obrigada a
pagar propina para obter empréstimo do “fundo de investimento” do FGTS em troca
de obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Cunha
tinha um protegido, Fabio Cleto, na diretoria da Caixa Econômica Federal, órgão
gestor do FGTS, por meio do qual podia dificultar a concessão de empréstimos.
Entre os contemplados com suborno pela Carioca estaria Alves, na forma de doação
eleitoral quando o peemedebista disputou o governo potiguar em 2014. Ele
recebeu 400 mil reais da empreiteira, em duas parcelas.
Embora
citado, o ministro não aparece neste inquérito na condição de investigado. Mas
o é em outra suspeita de “propina disfarçada de doação”. De braços dados com
Cunha, para variar, em um inquérito solicitado por Janot ao STF colocado sob
segredo de Justiça. Mensagens trocadas por celular entre Cunha e um
ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, dão a entender que o peemedebista
pressionou a construtora para financiar Alves na eleição de 2014. O ministro do
Turismo recebeu 650 mil reais da OAS, em três vezes. Em uma das mensagens de
celular apreendidas pela Lava Jato, Pinheiro escreve: “Eduardo Cunha é o grande
articulador de Henrique Alves”.
As
inconfidências de Jucá alimentaram insatisfações entre legalistas
anti-impeachment. No dia da revelação da gravação, Temer foi ao Congresso
entregar um projeto de lei, gesto raríssimo, e acabou premiado com gritos de
“golpista”, entoados por um grupo de funcionários do Legislativo e dois
deputados do PT, o gaúcho Paulo Pimenta e a baiana Moema Gramacho.
A
bronca com o interino independe, porém, das gravações. Na véspera, uma praça
nas imediações de sua residência particular em São Paulo tinha sido tomada por
manifestantes ligados a movimentos sindicais, de sem-teto e de jovens,
integrantes da Frente Povo Sem Medo. Para impedir a aproximação dos protestos,
a segurança oficial fechou as ruas de acesso ao apartamento. Incomodado, o
peemedebista antecipou a volta a Brasília.
Na
capital federal, o Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente,
tem sua principal via de acesso controlada por seguranças, esquema capaz de
manter os portões do local livres de manifestantes. Um procedimento
constrangedor para Dilma, pois a via controlada é a mesma que leva ao Palácio
da Alvorada, sua moradia até o desfecho doimpeachment. Só é possível falar com
a petista após identificar-se à segurança de Temer, situação ainda por ser
contornada com a adequação de uma alternativa via de acesso ao Alvorada. Dias
atrás, o vice-presidente do Senado, o petista Tião Viana, foi ao encontro de
Dilma e reclamou em seguida, da tribuna do Senado: “Há um controle absoluto de
qualquer um que queira ter qualquer tipo de contato com a presidente.”
Temer
esperava por protestos desde antes da interinidade e tomou providências,
conforme se soube nas inconfidências de Jucá. “Estou conversando com os
generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão
garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar”, disse o
senador, em referência ao pós-impeachment.
Ao
reunir-se com parlamentares aliados no Planalto na terça-feira 24, Temer
mostrou-se irritado com o cerco, embora tenha tentado mostrar o contrário.
“Tenho sido vítima de agressões, eu sei como funciona isso, uma agressão
psicológica, para ver se amedronta o governo. Nós não temos a menor preocupação
com isso.” Sentiu-se obrigado até a explicar recuos no poder, como a volta do
Ministério da Cultura. “Tenho visto: ‘Ah, mas o Temer está muito frágil,
coitadinho, não sabe governar’. Conversa!”, afirmou em pose autoritária, a
bater a mão esquerda à mesa. “Fui secretário de Segurança Pública duas vezes em
São Paulo e tratava com bandidos. Eu sei o que fazer no governo.”
O
chanceler do governo provisório, José Serra, é outro a sofrer com a pecha de
golpista. Saboreou o gosto em sua primeira viagem internacional, a Buenos
Aires, onde na segunda-feira 23 encontrou-se com sua homóloga, Susana Malcorra.
Por onde passou, esbarrou no cartaz “Procura-se José Serra, chanceler impostor
do Brasil golpista”. Ele anda tão irritado com a disseminação global da ideia
de golpe que mandou distribuir às embaixadas brasileiras uma circular na qual
ordena que tais argumentos sejam “ativamente combatidos”.
Seria
a diplomacia brasileira capaz de convencer, por exemplo, o papa Francisco? Na
quinta-feira 19, o pontífice recebeu no Vaticano representantes do Conselho
Episcopal Latino-Americano e comentou: o Brasil passa por um “golpe branco”. E
ele nem tinha ouvido ainda as inconfidências de Jucá.
***
Diálogos
indecorosos
(Foto:
Jefferson Rudy/Agência Senado, Jose Antonio Teixeira e iStockPhoto)
“É
um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional” - Conversa entre Romero
Jucá e Sérgio Machado
Trecho
1 – Lava Jato
Jucá:
Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que
ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a
política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder
estancar essa sangria.
Trecho
2 – Lava Jato
Machado:
Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
Jucá:
Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. “Porque não gosta do Michel,
porque o Michel é Eduardo Cunha.” Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo
Cunha está morto, porra.
Machado:
É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
Jucá:
Com o Supremo, com tudo.
Machado:
Com tudo, aí parava tudo.
Jucá:
É. Delimitava onde está, pronto.
Trecho
3 - Aécio
Machado:
O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
Jucá:
Todos, porra.
E
vão pegando e vão...
Machado:
O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados,
para ele ser presidente da Câmara?
[…]
Machado:
É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma...
Jucá:
Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
Machado:
O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não
sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do
PSDB...
Jucá:
É, a gente viveu tudo.
Trecho
4 - STF
Jucá:
Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem “ó, só tem
condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa,
os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca”. Entendeu? Então...
Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo,
os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para
não perturbar.
Acesso
a Teori Zavascki
Diálogo
entre Sérgio Machado e José Sarney
Machado:
Porque realmente, se me jogarem para baixo aí... Teori ninguém consegue
conversar.
Sarney:
Você se dá com o Cesar. Cesar Rocha.
Machado:
Hum?
Sarney:
Cesar Rocha.
Machado:
Dou, mas o Cesar não tem acesso ao Teori não. Tem?
Sarney:
Tem total acesso ao Teori. Muito muito muito muito acesso, muito acesso. Eu
preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar.
“Todos
estão putos com ela”
Conversa
entre Renan Calheiros e Sérgio Machado
Trecho
1 – Fator Globo
Machado:
Mas mesmo que tivesse, você não ia dizer, porra, não ia se fragilizar, não é
imbecil. Agora, a Globo passou de qualquer limite, Renan.
Renan:
Eu marquei para segunda-feira uma conversa inicial com [inaudível] para
marcar... Ela me disse que a conversa dela com João Roberto [Marinho] foi
desastrosa. Ele disse para ela... Ela reclamou. Ele disse para ela que não
tinha como influir. Ela disse que tinha como influir, porque ele influiu em
situações semelhantes, o que é verdade. E ele disse que está acontecendo um
efeito manada no Brasil contra o governo.
Trecho
2 – STF
Renan:
E, em segundo lugar, negocia a transição com eles [ministros do STF].
Machado:
Com eles, eles têm que estar juntos. E eles não negociam com ela.
Renan:
Não negociam porque todos estão putos com ela. Ela me disse e é verdade mesmo,
nessa crise toda – estavam dizendo que ela estava abatida, ela não está
abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável, ela está
gripada, muito gripada – aí ela disse: "Renan, eu recebi aqui o
Lewandowski, querendo conversar um pouco sobre uma saída para o Brasil, sobre
as dificuldades, sobre a necessidade de conter o Supremo como guardião da
Constituição.
O
Lewandowski só veio falar de aumento, isso é uma coisa inacreditável".
Trecho
3 – PSDB
Machado:
E tá todo mundo sentindo um aperto nos ombros. Está todo mundo sentindo um
aperto nos ombros.
Renan:
E tudo com medo.
Machado:
Renan, não sobra ninguém, Renan!
Renan:
Aécio está com medo. [Me procurou:] "Renan, queria que você visse para mim
esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa".
Machado:
Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan.
Na revista
CartaCapital
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/06/complo-contra-dilma-envolveu-politicos.html
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