Eduardo
Cunha aparelhou o governo do interino depois de ter subjugado a Câmara nos
últimos dois anos com seu time de evangélicos e bandidos variados (“é meu
malvado favorito, um gênio”, nas palavras do picareta Marco Feliciano).
Na
quinta, dia 19, em seu depoimento ao Conselho de Ética, ele mais uma vez mentiu
na cara dura ao alegar que não tem ninguém na administração Temer.
“Não
tem um alfinete indicado nesse governo por Eduardo Cunha. Agora, se as pessoas
que são meus correligionários, se as pessoas com quem eu tenho convivência
ocupam postos, isso não quer dizer foi Eduardo Cunha quem indicou. E, se
indicasse, não teria nenhum delito nisso. Não estou suspenso no STF de falar
com as pessoas ou de exercer a minha militância partidária”, declarou,
referindo-se a si próprio na terceira pessoa.
Um
clássico da falsa modéstia. A metástase segue firme e forte. Não vai parar de
cobrar a conta da aprovação do impeachment — nem se um dia for em cana.
Temer
está na mão dele e admitiu isso numa reunião na Assembleia de Deus (onde estava
presente, aliás, o pastor da Lava Jato que recebeu o passaporte diplomático de
José Serra). “As tarefas difíceis eu entrego à fé de Cunha”, disse o ex-vice.
Na
quarta, André Moura (PSC-SE) foi confirmado na liderança do governo na Câmara.
Integrante da tropa de choque que tenta evitar a cassação do chefe, Moura é aprovado pelo “centrão”, o bloco
parlamentar que reúne 225 deputados de 12 partidos que dará sustentação às
medidas econômicas de MT.
É
réu em três ações penais no STF por desvio de recursos públicos. Também é
investigado por tentativa de homicídio de um ex-aliado que virou inimigo
político.
O
ex-advogado de Cunha Gustavo do Vale Rocha assumiu o cargo de subchefe para
Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República. O chefe de
gabinete da Secretaria de Governo, Carlos Henrique Sobral, era seu assessor
especial na presidência da Câmara.
O
jornalista Laerte Rímoli, um delinqüente revoltado online, foi premiado, ao
arrepio da lei, com a chefia da EBC, Empresa Brasileira de Comunicação, no
lugar de Ricardo Mello.
Rímoli
já foi condenado por peculato e tem uma folha corrida de pilantragens.
Assessorou Cunha e controlou a TV Câmara. Em 2014, foi um dos coordenadores de
comunicação da campanha suja de Aécio Neves.
O
ministro da Justiça Alexandre de Moraes, espancador de estudantes como
secretário de segurança de SP, advogou para Cunha e conseguiu sua absolvição no
STF em uma ação por uso de documento falso.
No
mesmo dia da mentira do alfinete, ele emplacaria mais dois: Felipe Cascaes e
Erick Vidigal terão o mesmo cargo, de subchefes adjuntos da Subchefia para
Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Cascaes
era seu assistente técnico de gabinete. Já Vidigal é filho do ex-ministro do
Superior Tribunal de Justiça Edson Vidigal e autor de um artigo defendendo
Cunha. Para ele, beneficiários de trusts não são necessariamente seus
proprietários, papagaiada que o peemedebista repetiu em sua defesa no Conselho
de Ética.
Enquanto
Cunha estupra o país, o STF olha para o lado.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/nas-barbas-do-stf-cunha-aparelhou-o-governo-do-golpe-em-todas-as-areas-por-kiko-nogueira/
Nenhum comentário:
Postar um comentário