Os efeitos que o afastamento
de Cunha pelo STF irá gerar ainda não foram totalmente digeridos ou analisados.
A atuação dele desde que chegou à Presidência da Câmara, em fevereiro do ano
passado, foi marcada pelo uso do cargo para atingir objetivos próprios e isso
conspurca uma miríade de atos por ele praticados ao longo desse um ano e pouco.
A denúncia do
procurador-geral da República contra Cunha elenca onze razões para seu
afastamento da Presidência da Câmara e de seu mandato como deputado federal.
Essas 11 razões incluem um hábito muito comum de Cunha que é chantagear pessoas
para chegar aos seus objetivos.
Recentemente, o próprio
jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment da
presidente Dilma Roussef, afirmou que o deputado Eduardo Cunha praticou
“chantagem explícita” no âmbito da abertura do processo na Câmara, segundo
informações do jornal “O Estado de São Paulo”.
A chantagem foi amplamente
usada por Cunha. E para variados fins. Além de chantagear o PT com o
impeachment de Dilma para que o partido não votasse pela abertura de seu
processo de cassação na Câmara, o agora ex-presidente da Casa chantageou
parlamentares de outros partidos, como deputado do PRB de São Paulo Fausto
Pinato e mais 9 parlamentares.
Segundo informações obtidas
pelo Blog junto a fontes do STF, a Corte tende a não se sensibilizar com
questões de mérito sobre o impeachment ou mesmo pela ação do deputado Paulo
Teixeira (PT-SP) impetrada na sexta-feira, que questiona a imposição de
partidos que obrigaram seus deputados a votarem pelo impeachment sob ameaça de
expulsão. Mas há uma questão sobre o impeachment que pode sensibilizar a Corte.
Há uma enormidade de atos de
Cunha que turvaram o processo político durante seu mandato como presidente da
Câmara. Atos para impedir as investigações contra si ou para retaliar quem não
reza por sua cartilha. Atos que a Câmara, majoritariamente favorável a Cunha,
não deverá anular assim como manteve paralisado o processo contra ele no
Conselho de Ética.
Como a maioria da Câmara não
parecia disposta a agir contra Cunha por conivência ou “rabo preso”, o STF
afastou o parlamentar da Presidência da Casa e do próprio mandato. E pode,
agora, suspender atos variados de Cunha que prevaleceram ao custo de chantagem,
intimidação e até via subornos.
O questionamento dos atos de
Cunha no STF permite, portanto, que aquela Corte anule todos os atos do
ex-presidente da Câmara que possam ter prevalecido ao custo de estratégias como
chantagem, intimidação, suborno e outros meios ilícitos de levar parlamentares
a votarem como ele queria.
Para as fontes consultadas
pelo Blog, se o STF for provocado a suspender atos suspeitos de Cunha durante
sua Presidência da Câmara, a possibilidade de sucesso é bastante alta. Entre
esses atos suspeitos, figura o impeachment. Haveria deputados dispostos a
denunciar que foram pressionados pelo ex-presidente daquela Casa.
A ver.
Do Blog da Cidadania
http://www.blogdacidadania.com.br/2016/05/cunha-e-suspeito-de-chantagear-deputados-para-aprovar-impeachment/
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