Com o apoio da Bancada do
PT, o plenário conseguiu frear mais uma manobra do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para tentar se livrar do processo de cassação do
mandato que tramita no Conselho de Ética. Cunha é réu no Supremo Tribunal
Federal (STF), acusado de vários crimes. Entre eles, corrupção e lavagem de
dinheiro.
Os deputados aprovaram uma
emenda substitutiva ao Projeto de Resolução (PRC 134/16), da Mesa Diretora, que
determina novo cálculo da proporcionalidade partidária para a composição das
comissões da Câmara dos Deputados. A emenda aprovada prevê que a nova regra de
substituição dos membros titulares, prevista no PRC 134, seja aplicada somente
nos órgãos que serão compostos a partir da publicação da resolução. O Conselho
de Ética fica de fora e a nova regra só valeria na formação do próximo Conselho
de Ética, que deverá ocorrer a partir de fevereiro de 2017.
Para o deputado Givaldo
Vieira (PT-ES), a aprovação da emenda é a garantia de que o Conselho de Ética
ficará fora do alcance das manobras de Eduardo Cunha para se livrar da
cassação. “O senhor Eduardo Cunha, que já não merece ser chamado de deputado e
muito menos de presidente, porque ele ocupa a cadeira de forma ilegal, pois é
um corrupto, mais uma vez tentou criar uma brecha para os seus interesses. Ele
queria a possibilidade de mexer no Conselho de Ética e colocar deputados da sua
tropa de choque e, com isso, reverter a situação desfavorável a ele no
colegiado. A emenda de autoria do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) se tornou
necessária para dar salvaguarda e para que a gente continue lutando para evitar
as manobras de Cunha que possam livrá-lo da cassação”, enfatizou.
Ainda de acordo com Givaldo,
a tentativa de salvar Cunha da cassação tem o apoio da oposição golpista que
tenta tomar o poder de uma presidenta eleita, de forma democrática, por 54
milhões de votos. “Há um golpe em curso no País. Cunha é líder deste golpe e
sócio de Michel Temer na aplicação deste golpe de tomada do poder. Em troca
deste serviço que Cunha prestou à oposição golpista e ao Temer, há um conluio
para dar a ele, Cunha, proteção indevida no Conselho de Ética, uma blindagem para
os efeitos da Operação Lava-Jato. Não podemos admitir isso. O lugar de Cunha é
na cadeia respondendo pelos seus graves crimes”, ressaltou o parlamentar
petista.
Gizele Benitz
Foto: Luis Macedo/Agência
Câmara
http://ptnacamara.org.br/index.php/destaques/item/27286
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