domingo, 3 de abril de 2016

EM QUE REINO QUEREMOS VIVER?



Após a Revolução Francesa, a França acreditou que havia sido instaurado o Reino da Razão e toda Europa rendeu suas homenagens à Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Só que não. Uma revolução que havia começado como um movimento para libertar a humanidade, acabou sendo conduzida para um Reino do Despotismo, com a ditadura de Napoleão Bonaparte. Muitos que haviam acreditado que se iniciava uma nova era de liberdade, acabaram vendo seus sonhos reduzidos a cinzas.

Pois no Brasil, também estamos em um momento decisivo. Há mais de treze anos atrás, capitaneado pelo Ex-Presidente Lula, mesmo diante dos obstáculos criados pela oposição ferrenha de seus adversários políticos, pelo capital e pelo imperialismo internacional, foi instalado um Reino da Inclusão, momento histórico em que foi propiciado aos estamentos mais baixos de nossa pirâmide social, a possibilidade de galgarem posições superiores e finalmente conseguirem atingir, ao menos em parte, a tão sonhada igualdade social.

É claro que aqueles setores acima citados não iriam descansar, pois embora eles muito pouco ou nada tenham perdido, viram o pessoal da senzala se aproximar perigosamente da casa grande que sempre foi exclusividade desta pequena elite há mais de quinhentos anos desde a invasão do Brasil. 


Só lhes restou uma saída: demonizar o partido de Lula e tentar derrubar a Presidenta Dilma através de um golpe midiático/jurídico muito bem urdido ao longo do tempo. Tentaram de todas as formas encontrar algum adminículo do cometimento de algum crime por parte de Lula ou de Dilma. A tentativa foi inútil.

Não conseguindo atingir seus intentos, inventaram um ridículo crime de responsabilidade consubstanciado nas tais pedaladas fiscais, atos que foram praticados por todos os presidentes anteriores e mesmo hoje, pela maior parte dos governadores dos estados.

Por alguns momentos, eu até achei que eles conseguiriam manipular a população e iriam conseguir a legitimidade para darem continuidade ao plano maquiavélico de deposição da Presidenta Dilma. 


Só que de repente, denodados blogueiros em um trabalho de formiguinhas começaram a trazer à tona o verdadeiro perfil dos falsos moralistas que tentavam levar adiante o golpe. E eis que o povo se deu conta que eles eram os maiores corruptos e criminosos que este país já viu e que há séculos eles assaltavam os cofres públicos sem qualquer pejo. Como disse Dilma Rousseff, bastou uma rápida pesquisa no Google e não restou um de seus inimigos que pudesse dizer que tinha um caráter impoluto. E neste momento, o barco do golpe começou a soçobrar.

Só que ainda não há segurança de que a situação está definitivamente revertida. É preciso ainda que todos os movimentos sociais saiam às ruas para se manifestarem contra os golpistas.

Sim, porque agora está em jogo uma escolha decisiva para os nossos futuros: de um lado, a continuidade do Reino da Inclusão, com o Bolsa-Família, Minha Casa Minha Vida, Prouni, Fies, Mais Médicos, SAMU, PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) , o SISU, o Programa Federal de Bolsas de Estudo no Exterior, Água para Todos e tantos outros.

Do outro lado, o Reino da Exclusão, uma espécie de ditadura com suas muralhas inexpugnáveis de proteção às elites econômicas com suas propostas de restauração do neoliberalismo contidas no plano Ponte para o Futuro, com a previsão redução dos financiamentos do Minha Casa Minha Vida, privatizações, enxugamento do Bolsa Família, do Pronatec, o programa de bolsas de estudo para cursos técnicos, e do Fies, de crédito a estudantes universitários, tudo consubstanciado no plano “Ponte para o Futuro”, lançado pelo PMDB no fim do ano passado.

O dilema é este: se o golpe travestido de impeachment triunfar, com ele triunfa o Reino da Exclusão. Mas se conseguirmos derrubar o golpe, continuaremos a viver sob a égide do Reino da Inclusão, que terá continuidade desta vez bem mais fortalecido pelo apoio maciço da população brasileira, com possibilidade inclusive de ser mais bem lapidado, eis que ungido pela legitimidade popular.

Amigos, a escolha é esta. Não há que se ter vacilação. Devemos escolher o lado que queremos estar e o reino em que queremos viver.

Eu tenho meu lado e vou continuar gritando que NÃO VAI TER GOLPE, VAI TER LUTA. Há muito tempo eu escolhi o reino da solidariedade em detrimento do reino do individualismo e do obscurantismo. 

Jorge André Irion Jobim






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