Após
a Revolução Francesa, a França acreditou que havia sido instaurado o Reino da
Razão e toda Europa rendeu suas homenagens à Liberdade, Igualdade e
Fraternidade.
Só
que não. Uma revolução que havia começado como um movimento para libertar a
humanidade, acabou sendo conduzida para um Reino do Despotismo, com a ditadura
de Napoleão Bonaparte. Muitos que haviam acreditado que se iniciava uma nova
era de liberdade, acabaram vendo seus sonhos reduzidos a cinzas.
Pois
no Brasil, também estamos em um momento decisivo. Há mais de treze anos atrás,
capitaneado pelo Ex-Presidente Lula, mesmo diante dos obstáculos criados pela
oposição ferrenha de seus adversários políticos, pelo capital e pelo
imperialismo internacional, foi instalado um Reino da Inclusão, momento
histórico em que foi propiciado aos estamentos mais baixos de nossa pirâmide social,
a possibilidade de galgarem posições superiores e finalmente conseguirem
atingir, ao menos em parte, a tão sonhada igualdade social.
É
claro que aqueles setores acima citados não iriam descansar, pois embora eles
muito pouco ou nada tenham perdido, viram o pessoal da senzala se aproximar
perigosamente da casa grande que sempre foi exclusividade desta pequena elite
há mais de quinhentos anos desde a invasão do Brasil.
Só
lhes restou uma saída: demonizar o partido de Lula e tentar derrubar a
Presidenta Dilma através de um golpe midiático/jurídico muito bem urdido ao
longo do tempo. Tentaram de todas as formas encontrar algum adminículo do
cometimento de algum crime por parte de Lula ou de Dilma. A tentativa foi
inútil.
Não
conseguindo atingir seus intentos, inventaram um ridículo crime de
responsabilidade consubstanciado nas tais pedaladas fiscais, atos que foram
praticados por todos os presidentes anteriores e mesmo hoje, pela maior parte
dos governadores dos estados.
Por
alguns momentos, eu até achei que eles conseguiriam manipular a população e
iriam conseguir a legitimidade para darem continuidade ao plano maquiavélico de
deposição da Presidenta Dilma.
Só
que de repente, denodados blogueiros em um trabalho de formiguinhas começaram a
trazer à tona o verdadeiro perfil dos falsos moralistas que tentavam levar
adiante o golpe. E eis que o povo se deu conta que eles eram os maiores
corruptos e criminosos que este país já viu e que há séculos eles assaltavam os
cofres públicos sem qualquer pejo. Como disse Dilma Rousseff, bastou uma rápida
pesquisa no Google e não restou um de seus inimigos que pudesse dizer que tinha
um caráter impoluto. E neste momento, o barco do golpe começou a soçobrar.
Só
que ainda não há segurança de que a situação está definitivamente revertida. É
preciso ainda que todos os movimentos sociais saiam às ruas para se
manifestarem contra os golpistas.
Sim,
porque agora está em jogo uma escolha decisiva para os nossos futuros: de um
lado, a continuidade do Reino da Inclusão, com o Bolsa-Família, Minha Casa
Minha Vida, Prouni, Fies, Mais Médicos, SAMU, PRONATEC (Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) , o SISU, o Programa Federal de Bolsas de
Estudo no Exterior, Água para Todos e tantos outros.
Do
outro lado, o Reino da Exclusão, uma espécie de ditadura com suas muralhas
inexpugnáveis de proteção às elites econômicas com suas propostas de
restauração do neoliberalismo contidas no plano Ponte para o Futuro, com a previsão
redução dos financiamentos do Minha Casa Minha Vida, privatizações, enxugamento
do Bolsa Família, do Pronatec, o programa de bolsas de estudo para cursos
técnicos, e do Fies, de crédito a estudantes universitários, tudo
consubstanciado no plano “Ponte para o Futuro”, lançado pelo PMDB no fim do ano
passado.
O
dilema é este: se o golpe travestido de impeachment triunfar, com ele triunfa o
Reino da Exclusão. Mas se conseguirmos derrubar o golpe, continuaremos a viver
sob a égide do Reino da Inclusão, que terá continuidade desta vez bem mais
fortalecido pelo apoio maciço da população brasileira, com possibilidade
inclusive de ser mais bem lapidado, eis que ungido pela legitimidade popular.
Amigos,
a escolha é esta. Não há que se ter vacilação. Devemos escolher o lado que
queremos estar e o reino em que queremos viver.
Eu
tenho meu lado e vou continuar gritando que NÃO VAI TER GOLPE, VAI TER LUTA. Há
muito tempo eu escolhi o reino da solidariedade em detrimento do reino do
individualismo e do obscurantismo.
Jorge
André Irion Jobim
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