Editorial do site Vermelho
O dia 17 de abril entrará
para a história como um dos mais tristes capítulos da história do parlamento
brasileiro. Uma maioria de deputados, mobilizados pelo espírito revanchista de
um presidente atolado em denúncias, deu admissibilidade a um processo de impedimento
contra o mandato popular exercido pela presidenta Dilma Rousseff.
Esse golpe não aconteceu
apenas contra a vontade das urnas, mas também desconsiderando uma enorme
mobilização democrática, que há tempos não se via no Brasil. Há alguns meses o
país assiste a uma verdadeira comoção que fez virem à tona os melhores
sentimentos de nosso povo: a tolerância, o espírito democrático, a
solidariedade com os mais humildes, o patriotismo e a vontade de lutar por um
país melhor. Artistas, intelectuais, trabalhadores e trabalhadoras, jovens,
movimentos populares.... Tudo isso foi desconsiderado pela maioria dos
deputados.
Esta batalha foi perdida
pelas forças democráticas, mas a guerra continua. Dilma Rousseff permanece
sendo a presidenta do Brasil e há novos capítulos dessa história que serão
escritos nas duas votações que ocorrerão no Senado Federal nos próximos dias.
Se os democratas fizerem a coisa certa é plenamente possível vencer.
Para isso contamos com
parlamentares aguerridos e dispostos ao bom combate. Apesar da maioria
golpista, vimos no Congresso exemplos de audácia, firmeza e coragem que se
repetirão nos próximos embates, dessa vez no Senado Federal.
Entretanto, ainda mais
importante do que a disputa no parlamento é o combate nas ruas. Para que o povo
possa vencer os golpistas é preciso colocar em um patamar ainda maior a luta do
democrática e popular. Essa jornada de luta por liberdades, que já é das mais
expressivas e bonitas da história do país, precisa se multiplicar em força e
alcance, trazer para as ruas os novos indignados, que se enojaram diante do
espetáculo dantesco produzido na Câmara dos Deputados no dia da hoje (17).
A luta contra o golpe
continua e combateremos até o último minuto. Como lembrou o Senador Paulo Paim,
historicamente, só se atinge 2/3 em votações no Senado Federal através de
acordos, e isso não acontecerá. O que vai haver daqui até as votações é luta
renhida e denúncia inclemente contra os traidores do voto popular.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/04/direita-comemora-cedo-o-golpe.html?spref=tw
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