Como
disse, por óbvio, ainda esta madrugada, o Brasil virou uma piada vergonhosa na
imprensa internacional, com o dantesco espetáculo promovido ontem pela
mediocridade hipócrita dos golpistas.
Aliás,
um delas, a deputada Raquel Muniz não precisou que se passassem 24 horas para
ruir estrepitosamente o seu exemplo de que “o Brasil tinha jeito” dando como
exemplo o marido, prefeito de Montes Claros, preso hoje cedo por roubar
dinheiro da prefeitura para seu hospital.
Reproduzo,
abaixo, um trecho “apanhado” que a Deutsche Welle faz do site da revista alemã
Der Spiegel, sobre o circo deprimente assistido ontem no Brasil
Imprensa
europeia vê carnaval e “insurreição de hipócritas” na votação do impeachment
Numa
análise assinada pelo correspondente Jens Glüsing e intitulada “A insurreição
dos hipócritas”, o site da revista Der Spiegel afirma que o Congresso
brasileiro mostrou sua “verdadeira cara” e, com o uso de meios
“constitucionalmente questionáveis”, colocou o “avariado navio Brasil” numa
“robusta rota de direita”.
“A
maior parte dos deputados evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto.
Jair Bolsonaro até mesmo defendeu, com palavras ardentes, um dos piores
torturadores da ditadura militar”, escreve o jornalista, que lembra que tanto o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como o vice-presidente Michel Temer são
alvos de investigações por corrupção.
Segundo
a revista, os deputados que votaram a favor do impeachment vão cobrar postos no
governo de Temer, caso ele assuma a Presidência da República, e que muitos
deles esperam que, com a vitória da oposição, as investigações da Operação Lava
Jato desapareçam.
O
site do semanário alemão Die Zeit afirma que a votação na Câmara “mais parecia
um carnaval” e que uma pessoa desavisada que visse a sessão não poderia ter
ideia da gravidade da situação. “Nesse dia decisivo para o destino político da
sétima maior economia do mundo, o que se viu foram horas de deputados aos
berros, que se abraçavam, tiravam selfies e entoavam canções”, relata o
correspondente Thomas Fischermann.
“Nos
discursos dos representantes do povo havia tudo o que se possa imaginar:
lembranças aos netos, xingamentos contra a educação sexual nas escolas, paz em
Jerusalém, elogio a um torturador do antigo governo militar, o jubileu de uma
cidade e assim por diante”, afirma o jornal.
Já
o diário alemão Süddeutsche Zeitung destaca que “inúmeros parlamentares que
impulsionaram o impeachment de Dilma são, eles próprios, alvos de processos por
corrupção”. O correspondente Benedikt Peters lembra que o processo contra
Rousseff é controverso e é considerado político. “Contra Dilma nenhum ato de
corrupção foi comprovado.”
Segundo
o jornal britânico The Guardian, um Congresso “hostil e manchado pela
corrupção” votou pelo impedimento da presidente. “Uma derrota esmagadora”,
afirma o jornal, que também destaca a votação no plenário. “O ponto mais baixo
foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema direita do Rio de Janeiro,
dedicou seu voto a Carlos Brilhante Ustra, o coronel que comandou a tortura do
DOI-Codi durante a era ditatorial”, e levou “uma cusparada do deputado de
esquerda Jean Wyllys”.
Para
o jornal, é “improvável” que Temer também perca suas funções se for provado que
ele praticou as chamadas “pedaladas fiscais”, já que tem “forte apoio” da
maioria dos deputados.
http://www.tijolaco.com.br/blog/cono-previsto-os-politicos-fizeram-do-brasil-uma-chacota-na-europa/
Nenhum comentário:
Postar um comentário