A
luta pela democracia humaniza
A
avalanche democrática e popular está impondo aos fascistas uma derrota moral, e
esta é a narrativa que vai perdurar pelas próximas décadas e séculos
por
Jeferson Miola, na Carta Maior
O
golpe é masculino. O golpe é do Cunha, do Temer, do Aécio, do Serra, do FHC, do
Bolsonaro, do Maluf, do Pastor Feliciano, da Globo, da FIESP. O golpe é, enfim,
da canalha da Casa Grande contra o povo.
A
luta democrática é feminina. A democracia reside no mandato legítimo de uma
mulher inocente e íntegra, eleita por 54.501.118 brasileiros e brasileiras, que
é vítima de uma farsa, de um julgamento de exceção fraudulento.
O
impeachment é pela família, é por deus, pela amante, pela hipocrisia; é pela
opressão sexual, moral, patronal e política; é pela corrupção, é da elite pela
elite.
A
resistência democrática é laica, é horizontal, é plural, libertária, é leal, é
popular; a defesa da democracia é inclusiva, é proletária, é plebéia.
Aqueles
que desferem o golpe se movem por ódio, rancor e intolerância. São homofóbicos,
preconceituosos e racistas.
Aqueles
que defendem a democracia agem com afeto, tolerância, respeito, solidariedade e
alegria. São negros, jovens, homens, mulheres, crianças, LGBTs que constroem o
futuro de esperança.
O
golpe é fascista. É o gérmen de um fascismo que os fascistas poderiam, mas não
querem conter. O golpe é o paroxismo do delírio e da cólera fascista: um bebê é
condenado ao abandono da médica pediatra porque cometeu o crime de nascer do
útero de uma mulher petista.
O
golpe é a postura terrorista, sádica e anti-civilizacional simbolizada na
homenagem do torturador assassino que foi “o pavor da Dilma”. O golpe
desumaniza.
O
golpe até poderá conseguir roubar o poder no curto prazo; é para isso que
labutam as “instituições que estão funcionando normalmente” [sic]. Mas o golpe
já perdeu o futuro. No 17 de abril, o dia da “assembléia geral de bandidos”, o
golpe perdeu o essencial: perdeu o disfarce da legitimidade.
Depois
daquela escatológica “assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido
Eduardo Cunha”, o golpe jamais vai conseguir adquirir o menor traço de
legitimidade. O golpe e os golpistas já estão derrotados: eles perderam a
guerra histórica.
A
luta democrática venceu. Os democratas são, desde já, os grandes vitoriosos
morais. A democracia é melhor. Do lado da democracia estão as pessoas que se
entregam de corpo e alma à defesa da liberdade, das Leis e da Constituição,
porque sabem que a vida só vale a pena ser vivida se for com liberdade e com
respeito às regras comuns, às regras de todos; não de minorias circunstanciais
que flanam sobre as Leis e a Constituição.
A
avalanche democrática e popular está impondo aos fascistas uma derrota moral, e
esta é a narrativa que vai perdurar pelas próximas décadas e séculos.
A
vitória desta guerra pertence ao povo, aos progressistas, à esquerda; pertence
a aqueles que defendem a democracia. A luta pela democracia no Brasil é um
divisor de classes, assumiu um caráter de classe; a democracia é um valor
proletário. Contra a democracia está a classe dominante, a burguesia, estão os
golpistas fascistas.
A
luta pela democracia humaniza e enriquece. Seguramente a esquerda sairá desta
guerra menos misógina, menos sexista e menos machista. A direita, em
compensação, será ainda mais podre e torpe.
http://www.ocafezinho.com/2016/04/26/avalanche-democratica-e-popular-esta-impondo-uma-derrota-moral-aos-golpistas/
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