"O
próprio uso da delação premiada tem pressupostos. Se houver dúvida sobre essa
voluntariedade, não vale. Na medida em que decretamos prisão preventiva ou
temporária em relação a suspeitos para que venham a delatar, essa
voluntariedade pode ser colocada em dúvida. Porque estamos em situação muito
próxima de extorsão. Não quero nem falar em tortura. Mas no mínimo é extorsão
de declaração. Se a gente tolera que o grandalhão vai para cadeia enquanto não
resolve abrir a boca, então o pequeno pode ir para o pau de arara", disse
o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão; ele afirmou ainda que, se houver
vazamentos, ele troca toda a equipe da Polícia Federal
247
– Em entrevista ao jornalista Leandro Colon, o novo ministro da Justiça,
Eugênio Aragão, comparou o instrumento da delação premiada à extorsão e fez
duras críticas aos vazamentos que têm ocorrido no País.
"Aí
nós temos uma atitude criminosa, porque quem vaza a delação está querendo criar
algum tipo de ambiente", disse ele, sobre vazamentos. "Estou falando
de polícia, Ministério Público, do juiz, e eventualmente do advogado. Mas o
advogado tem uma vantagem: não é agente público. Mas os agentes públicos têm
código disciplinar. O Estado não pode agir como malandro. A minha grande
preocupação é com a qualidade ética desses agentes. Se vaza, é coisa
clandestina. Se vaza, esse agente está querendo atribuir um efeito a esses atos
públicos, que são essas delações."
Ele
também prometeu punir os responsáveis. "A PF está sob nossa supervisão. Se
eu tiver um cheiro de vazamento, eu troco a equipe. Agora, quero também que, se
a equipe disser 'não fomos nós', que me traga claros elementos de quem vazou
porque aí vou ter de conversar com quem de direito. Não é razoável, com o país
num momento de quase conflagração, que os agentes aproveitem esse momento
delicado para colocar gasolina na fogueira."
Em
relação às delações premiadas, Aragão as comparou à extorsão. "O próprio
uso da delação premiada tem pressupostos. Se houver dúvida sobre essa
voluntariedade, não vale. Na medida em que decretamos prisão preventiva ou
temporária em relação a suspeitos para que venham a delatar, essa
voluntariedade pode ser colocada em dúvida. Porque estamos em situação muito próxima
de extorsão. Não quero nem falar em tortura. Mas no mínimo é extorsão de
declaração. Se a gente tolera que o grandalhão vai para cadeia enquanto não
resolve abrir a boca, então o pequeno pode ir para o pau de arara",
afirmou.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/221821/Ministro-da-Justi%C3%A7a-compara-dela%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-extors%C3%A3o.htm
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